Fatos Espíritas
William Crookes
(Parte 17)
Continuamos o
estudo metódico
e sequencial do
clássico
Fatos Espíritas,
de William
Crookes, obra
publicada em
1874, cujo
título no
original inglês
é Researches
in the phenomena
of the
spiritualism. |
Questões preliminares
A. Foram consideradas
conclusivas as
experiências em que se
obtiveram moldes em
parafina dos pés de
Espíritos
materializados?
Sim. Segundo Aksakof, os
moldes em parafina foram
obtidos em condições que
não deixaram dúvida
alguma. Ora, um
indivíduo não tem senão
um único pé esquerdo, ao
passo que os moldes
obtidos pertenciam a
dois pés esquerdos,
dessemelhantes pelas
suas dimensões e
conformação: o pé de
Benny tinha 9 polegadas
de comprimento e 4 de
largura, e o pé de
Meggie, 8 de comprimento
e 2 1/4 de largura. Além
disso, o gabinete estava
tão cuidadosamente
vigiado que nenhum ser
humano poderia nele
penetrar, sem ser
imediatamente
descoberto. Então, se os
moldes em questão não
foram tirados dos pés da
médium – o que parece
provado de maneira
absoluta – quais foram
os pés que serviram de
modelo?
(Fatos Espíritas –
Moldes dos pés de
Espíritos materializados
com o auxílio da
parafina.)
B. Registrou-se nessa
ocasião algum caso em
que os Espíritos
materializados foram
reconhecidos pelas
pessoas presentes?
Sim. Em uma sessão
realizada com o médium
Eglington, a Srta. Glyn
afirmou que seu pai
reconheceu a forma
materializada de sua
falecida mãe. Na mesma
sessão, ela mesma
reconheceu um de seus
irmãos que havia
falecido anos atrás.
Disse ela: “Vendo essas
duas formas e ao mesmo
tempo o Sr. Eglington,
que se achava junto a
mim e cujas mãos estavam
presas, era-me
impossível não ficar
convencida da realidade
do fenômeno”.
(Obra citada - Espíritos
de parentes de dois dos
assistentes
materializam-se em uma
sessão do médium
Eglington e são
reconhecidos.)
C. Foram também obtidas
na mesma época
fotografias dos
Espíritos
materializados?
Sim. Durante as
experiências de
materialização feitas
com a médium Srta. K...,
conforme relatado pelo
Sr. Bodisco no
Initiation de
fevereiro de 1893, foram
obtidas quatro
fotografias que mostram
os diversos graus de
materialização, desde a
aparição do fluido
astral ou psíquico,
circundando o corpo da
médium, até a
condensação de uma
forma, da qual não se vê
senão a cabeça, pois o
resto do corpo parece
vestido com uma espécie
de gaze. Ao lado da
forma, vê-se a médium em
letargia, na poltrona.
As fotografias oferecem
os mesmos aspectos de
três desenhos feitos
pelo Sr. Keulemans,
pintor inglês que
estudara também o
fenômeno de
materialização.
(Obra citada - Narrativa
sobre o fenômeno de
materialização, pelo Sr.
Bodisco, camarista de S.
M., o Czar da Rússia.)
Texto para leitura
301. Como vimos
anteriormente, na
experiência realizada em
Belper (Inglaterra) o
Sr. W. P. Adshead
empregou uma gaiola,
construída especialmente
para nela ser encerrada
a médium Srta. Wood. Foi
nessas condições que se
viu aparecerem dois
fantasmas: o de uma
mulher conhecida pelo
nome de Meggie e o de um
homem chamado Benny.
302. Quando Benny
apareceu, fez ele um
cumprimento geral e
depois descansou sua
grande mão sobre a
cabeça do Sr. Smedley.
Em seguida, tomou a
cadeira que se lhe dava
e colocou-a diante dos
baldes; sentou-se e
neles começou a
mergulhar o pé esquerdo
alternadamente, como o
tinha feito Meggie, mas
com muito mais
agilidade. A rapidez dos
seus movimentos dava-lhe
a aparência de uma
pequena máquina a vapor,
conforme a comparação de
um dos assistentes.
303. A fim de dar aos
leitores uma ideia exata
das condições favoráveis
em que se achavam os
assistentes, para seguir
as operações, saibam
que, durante a moldagem
do pé de Benny, o Sr.
Smedley estava sentado
imediatamente à direita
do fantasma, de sorte
que este pôde descansar
a mão sobre a sua cabeça
e acariciar-lhe a face.
Eu estava à esquerda de
Benny e tão próximo que
pude tomar o molde que
ele me entregava, sem
deixar o meu lugar; as
pessoas que ocupavam a
primeira fila de
cadeiras estavam
distanciadas dos dois
baldes cerca de três
metros.
304. Todos podiam
acompanhar muito bem a
operação, desde a
primeira imersão do pé
até a terminação do
molde. Conclusão: o
fenômeno é para nós um
fato tão verdadeiro
quanto a claridade do
Sol ou a queda da neve.
305. Se alguém de entre
nós tivesse suspeitado
que a médium empregava
qualquer artifício
sutil, para nos oferecer
o molde do seu próprio
pé, que é pequeno, a
suspeita teria
desaparecido
infalivelmente, à vista
do molde do pé esquerdo
de Benny, que por este
me foi entregue logo
depois de tê-lo tirado,
em presença de todos os
assistentes. Não pude
então reter a
exclamação: “Que
diferença!”
306. Quando Benny acabou
a moldagem, colocou a
cadeira em seu lugar e
aproximou-se dos
espectadores,
apertando-lhes as mãos e
conversando com eles. De
repente, ele lembrou-se
de que, a seu pedido, a
porta da gaiola tinha
ficado entreaberta e,
querendo provar-nos que
apesar dessa
circunstância a médium
não tinha intervindo em
nada na experiência,
encostou a mesa na porta
da gaiola, depois de a
ter fechado, segurou o
meu braço com as duas
mãos, apertou-o com
força sobre a mesa, como
se quisesse dizer-me que
eu não devia deixá-la
deslocar-se nem uma
polegada; em seguida,
inclinou-se para apanhar
uma caixa de música, que
encostou à gaiola, em
posição inclinada, com
uma aresta apoiada
contra a porta da
gaiola, a outra
repousada no soalho, de
sorte que ao abrir-se a
porta infalivelmente
derribaria a caixa.
Nesse meio tempo Benny
despediu-se e
desapareceu.
307. Resta-me assegurar
que a mesa não se mexeu;
que depois da sessão, a
caixa de música foi
achada encostada à
gaiola, no mesmo lugar,
e que a médium estava
dentro dela, amarrada à
cadeira, e em estado de
letargia.
308. De tudo o que
precede é preciso
concluir que os moldes
em parafina foram
obtidos em condições tão
conclusivas, como se a
porta da gaiola tivesse
sido fechada com
parafusos. Admitindo
mesmo que a experiência
com a gaiola deixasse a
desejar, os resultados
adquiridos não exigem
menos uma explicação.
309. Em primeiro lugar,
um indivíduo não tem
senão um único pé
esquerdo, ao passo que
os moldes, por nós
obtidos, pertencem a
dois pés esquerdos,
dessemelhantes pelas
suas dimensões e
conformação: o pé de
Benny tinha 9 polegadas
de comprimento e 4 de
largura, e o pé de
Meggie, 8 de comprimento
e 2 1/4 de largura. Além
disso, o gabinete estava
tão cuidadosamente
vigiado que nenhum ser
humano poderia nele
penetrar, sem ser
imediatamente
descoberto. Então, se os
moldes em questão não
foram tirados dos pés da
médium – o que parece
provado de maneira
absoluta – quais foram
os pés que serviram de
modelo? (Psychische
Studien, dezembro de
1878, págs. 545 a 548;
Médium, 1877, pág. 195.)
310. Espíritos de
parentes de dois dos
assistentes
materializam-se em uma
sessão do médium
Eglington e são
reconhecidos – Eis a
narração da Srta. Glyn,
tomada da biografia de
Eglington por J.
Farmer:
“Tenho assistido a
diversas sessões de
materialização em casa
de amigos, mas não
fiquei realmente
convencida, senão depois
de realizar em minha
casa uma sessão, à qual
só assistiram meu pai,
meu irmão e um amigo;
nenhum deles era
espírita.
Abaixei a luz, mas de
maneira que pudéssemos
ver uns aos outros.
Eglington, que se achava
no meio deles, caiu logo
em letargia, e cinco ou
seis minutos depois
ficamos muito
impressionados, vendo
uma forma de nuvem
passar entre mim e o Sr.
Eglington.
Meu pai reconheceu nessa
forma a sua falecida mãe
e exclamou: ‘Sois vós?’
‘Sim’, respondeu a
forma. Enquanto a
olhávamos, uma outra
forma menor veio
colocar-se entre mim e a
primeira e, por diversas
provas características e
íntimas, reconheci que
era um irmão meu que
havia falecido doze ou
treze anos antes.
Vendo essas duas formas
e ao mesmo tempo o Sr.
Eglington, que se achava
junto a mim e cujas mãos
estavam presas, era-me
impossível não ficar
convencida da realidade
do fenômeno. As formas
desapareceram
lentamente, como se
tornassem em fumaça no
ar.”
311. Narrativa sobre
o fenômeno de
materialização, pelo Sr.
Bodisco, camarista de S.
M., o Czar da Rússia
– Na Rússia, Aksakof
obteve também moldes das
mãos de Espíritos
materializados, com a
parafina derretida, o
que é uma das provas
mais esmagadoras da
realidade do fenômeno.
312. As experiências de
materialização foram
feitas com a médium
Srta. K..., conforme
relatado pelo Sr.
Bodisco no Initiation
de fevereiro de 1893.
Quatro fotografias foram
tiradas, então, pelo Sr.
Bodisco, as quais
mostram os diversos
graus de materialização,
desde a aparição do
fluido astral ou
psíquico, circundando o
corpo da médium, até a
condensação de uma
forma, da qual não se vê
senão a cabeça, pois o
resto do corpo parece
vestido com uma espécie
de gaze. Ao lado da
forma, vê-se a médium em
letargia, na poltrona.
313. As fotografias
oferecem os mesmos
aspectos dos três
desenhos do Sr.
Keulemans, pintor inglês
que muito tem estudado a
materialização. Ele fez
muitos desenhos, durante
e após as sessões; o
primeiro representa a
médium em letargia, com
todo o peito circundado
de uma substância
nebulosa.
314. Ao cabo de pouco
tempo, diz o Sr.
Keulemans, vê-se a girar
um objeto sombrio, com
um ponto luminoso no
meio. O segundo desenho
mostra o ponto luminoso
aumentando, assim como a
parte nebulosa.
315. O terceiro
apresenta a forma
materializada diante da
médium, que está de pé
com os olhos fechados;
um dos assistentes
parece sustê-la. Um laço
fluídico, como uma
cadeia de estrelas
luminosas, liga a forma
materializada à médium.(Continua
no próximo número.)