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Clássicos do Espiritismo
Ano 8 - N° 392 - 7 de Dezembro de 2014
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

 

Fatos Espíritas

William Crookes

(Parte 17)
 

Continuamos o estudo metódico e sequencial do clássico Fatos Espíritas, de William Crookes, obra publicada em 1874, cujo título no original inglês é Researches in the phenomena of the spiritualism.

Questões preliminares

A. Foram consideradas conclusivas as experiências em que se obtiveram moldes em parafina dos pés de Espíritos materializados?

Sim. Segundo Aksakof, os moldes em parafina foram obtidos em condições que não deixaram dúvida alguma. Ora, um indivíduo não tem senão um único pé esquerdo, ao passo que os moldes obtidos pertenciam a dois pés esquerdos, dessemelhantes pelas suas dimensões e conformação: o pé de Benny tinha 9 polegadas de comprimento e 4 de largura, e o pé de Meggie, 8 de comprimento e 2 1/4 de largura. Além disso, o gabinete estava tão cuidadosamente vigiado que nenhum ser humano poderia nele penetrar, sem ser imediatamente descoberto. Então, se os moldes em questão não foram tirados dos pés da médium – o que parece provado de maneira absoluta – quais foram os pés que serviram de modelo? (Fatos Espíritas – Moldes dos pés de Espíritos materializados com o auxílio da parafina.)

B. Registrou-se nessa ocasião algum caso em que os Espíritos materializados foram reconhecidos pelas pessoas presentes?

Sim. Em uma sessão realizada com o médium Eglington, a Srta. Glyn afirmou que seu pai reconheceu a forma materializada de sua falecida mãe. Na mesma sessão, ela mesma reconheceu um de seus irmãos que havia falecido anos atrás. Disse ela: “Vendo essas duas formas e ao mesmo tempo o Sr. Eglington, que se achava junto a mim e cujas mãos estavam presas, era-me impossível não ficar convencida da realidade do fenômeno”. (Obra citada - Espíritos de parentes de dois dos assistentes materializam-se em uma sessão do médium Eglington e são reconhecidos.)

C. Foram também obtidas na mesma época fotografias dos Espíritos materializados?

Sim. Durante as experiências de materialização feitas com a médium Srta. K..., conforme relatado pelo Sr. Bodisco no Initiation de fevereiro de 1893, foram obtidas quatro fotografias que mostram os diversos graus de materialização, desde a aparição do fluido astral ou psíquico, circundando o corpo da médium, até a condensação de uma forma, da qual não se vê senão a cabeça, pois o resto do corpo parece vestido com uma espécie de gaze. Ao lado da forma, vê-se a médium em letargia, na poltrona. As fotografias oferecem os mesmos aspectos de três desenhos feitos pelo Sr. Keulemans, pintor inglês que estudara também o fenômeno de materialização. (Obra citada - Narrativa sobre o fenômeno de materialização, pelo Sr. Bodisco, camarista de S. M., o Czar da Rússia.)

Texto para leitura

301. Como vimos anteriormente, na experiência realizada em Belper (Inglaterra) o Sr. W. P. Adshead empregou uma gaiola, construída especialmente para nela ser encerrada a médium Srta. Wood. Foi nessas condições que se viu aparecerem dois fantasmas: o de uma mulher conhecida pelo nome de Meggie e o de um homem chamado Benny.

302. Quando Benny apareceu, fez ele um cumprimento geral e depois descansou sua grande mão sobre a cabeça do Sr. Smedley. Em seguida, tomou a cadeira que se lhe dava e colocou-a diante dos baldes; sentou-se e neles começou a mergulhar o pé esquerdo alternadamente, como o tinha feito Meggie, mas com muito mais agilidade. A rapidez dos seus movimentos dava-lhe a aparência de uma pequena máquina a vapor, conforme a comparação de um dos assistentes.

303. A fim de dar aos leitores uma ideia exata das condições favoráveis em que se achavam os assistentes, para seguir as operações, saibam que, durante a moldagem do pé de Benny, o Sr. Smedley estava sentado imediatamente à direita do fantasma, de sorte que este pôde descansar a mão sobre a sua cabeça e acariciar-lhe a face. Eu estava à esquerda de Benny e tão próximo que pude tomar o molde que ele me entregava, sem deixar o meu lugar; as pessoas que ocupavam a primeira fila de cadeiras estavam distanciadas dos dois baldes cerca de três metros.

304. Todos podiam acompanhar muito bem a operação, desde a primeira imersão do pé até a terminação do molde. Conclusão: o fenômeno é para nós um fato tão verdadeiro quanto a claridade do Sol ou a queda da neve.

305. Se alguém de entre nós tivesse suspeitado que a médium empregava qualquer artifício sutil, para nos oferecer o molde do seu próprio pé, que é pequeno, a suspeita teria desaparecido infalivelmente, à vista do molde do pé esquerdo de Benny, que por este me foi entregue logo depois de tê-lo tirado, em presença de todos os assistentes. Não pude então reter a exclamação: “Que diferença!”

306. Quando Benny acabou a moldagem, colocou a cadeira em seu lugar e aproximou-se dos espectadores, apertando-lhes as mãos e conversando com eles. De repente, ele lembrou-se de que, a seu pedido, a porta da gaiola tinha ficado entreaberta e, querendo provar-nos que apesar dessa circunstância a médium não tinha intervindo em nada na experiência, encostou a mesa na porta da gaiola, depois de a ter fechado, segurou o meu braço com as duas mãos, apertou-o com força sobre a mesa, como se quisesse dizer-me que eu não devia deixá-la deslocar-se nem uma polegada; em seguida, inclinou-se para apanhar uma caixa de música, que encostou à gaiola, em posição inclinada, com uma aresta apoiada contra a porta da gaiola, a outra repousada no soalho, de sorte que ao abrir-se a porta infalivelmente derribaria a caixa. Nesse meio tempo Benny despediu-se e desapareceu.

307. Resta-me assegurar que a mesa não se mexeu; que depois da sessão, a caixa de música foi achada encostada à gaiola, no mesmo lugar, e que a médium estava dentro dela, amarrada à cadeira, e em estado de letargia.

308. De tudo o que precede é preciso concluir que os moldes em parafina foram obtidos em condições tão conclusivas, como se a porta da gaiola tivesse sido fechada com parafusos. Admitindo mesmo que a experiência com a gaiola deixasse a desejar, os resultados adquiridos não exigem menos uma explicação.

309. Em primeiro lugar, um indivíduo não tem senão um único pé esquerdo, ao passo que os moldes, por nós obtidos, pertencem a dois pés esquerdos, dessemelhantes pelas suas dimensões e conformação: o pé de Benny tinha 9 polegadas de comprimento e 4 de largura, e o pé de Meggie, 8 de comprimento e 2 1/4 de largura. Além disso, o gabinete estava tão cuidadosamente vigiado que nenhum ser humano poderia nele penetrar, sem ser imediatamente descoberto. Então, se os moldes em questão não foram tirados dos pés da médium – o que parece provado de maneira absoluta – quais foram os pés que serviram de modelo? (Psychische Studien, dezembro de 1878, págs. 545 a 548; Médium, 1877, pág. 195.)

310. Espíritos de parentes de dois dos assistentes materializam-se em uma sessão do médium Eglington e são reconhecidos – Eis a narração da Srta. Glyn, tomada da biografia de Eglington por J. Farmer: 

“Tenho assistido a diversas sessões de materialização em casa de amigos, mas não fiquei realmente convencida, senão depois de realizar em minha casa uma sessão, à qual só assistiram meu pai, meu irmão e um amigo; nenhum deles era espírita.

Abaixei a luz, mas de maneira que pudéssemos ver uns aos outros. Eglington, que se achava no meio deles, caiu logo em letargia, e cinco ou seis minutos depois ficamos muito impressionados, vendo uma forma de nuvem passar entre mim e o Sr. Eglington.

Meu pai reconheceu nessa forma a sua falecida mãe e exclamou: ‘Sois vós?’ ‘Sim’, respondeu a forma. Enquanto a olhávamos, uma outra forma menor veio colocar-se entre mim e a primeira e, por diversas provas características e íntimas, reconheci que era um irmão meu que havia falecido doze ou treze anos antes.

Vendo essas duas formas e ao mesmo tempo o Sr. Eglington, que se achava junto a mim e cujas mãos estavam presas, era-me impossível não ficar convencida da realidade do fenômeno. As formas desapareceram lentamente, como se tornassem em fumaça no ar.” 

311. Narrativa sobre o fenômeno de materialização, pelo Sr. Bodisco, camarista de S. M., o Czar da Rússia – Na Rússia, Aksakof obteve também moldes das mãos de Espíritos materializados, com a parafina derretida, o que é uma das provas mais esmagadoras da realidade do fenômeno.

312. As experiências de materialização foram feitas com a médium Srta. K..., conforme relatado pelo Sr. Bodisco no Initiation de fevereiro de 1893. Quatro fotografias foram tiradas, então, pelo Sr. Bodisco, as quais mostram os diversos graus de materialização, desde a aparição do fluido astral ou psíquico, circundando o corpo da médium, até a condensação de uma forma, da qual não se vê senão a cabeça, pois o resto do corpo parece vestido com uma espécie de gaze. Ao lado da forma, vê-se a médium em letargia, na poltrona.

313. As fotografias oferecem os mesmos aspectos dos três desenhos do Sr. Keulemans, pintor inglês que muito tem estudado a materialização. Ele fez muitos desenhos, durante e após as sessões; o primeiro representa a médium em letargia, com todo o peito circundado de uma substância nebulosa.

314. Ao cabo de pouco tempo, diz o Sr. Keulemans, vê-se a girar um objeto sombrio, com um ponto luminoso no meio. O segundo desenho mostra o ponto luminoso aumentando, assim como a parte nebulosa.

315. O terceiro apresenta a forma materializada diante da médium, que está de pé com os olhos fechados; um dos assistentes parece sustê-la. Um laço fluídico, como uma cadeia de estrelas luminosas, liga a forma materializada à médium.(Continua no próximo número.)



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita