Mecanismos da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
49)
Damos prosseguimento ao
estudo sequencial do
livro Mecanismos da
Mediunidade, obra de
autoria de André Luiz,
psicografada pelos
médiuns Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e publicada em 1960 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Em que época a
Humanidade conheceu a
mediunidade?
Misturada à magia
vulgar, a mediunidade é
de todos os tempos no
mundo. Confundida entre
os totens e manitus, nas
raças primitivas,
alteia-se gradativamente
e surge, suntuosa e
complexa, nos templos
iniciáticos dos povos
antigos, ou rebaixada e
desordenada, entre os
magos da praça pública.
Seria ocioso enumerar
sucessos e profecias,
constantes dos livros
sagrados das religiões,
nas épocas antigas, mas
a cada passo, nas
recordações de todas
elas, encontramos
referências a
manifestações de anjos e
demônios, evocações e
mensagens de seres
desencarnados, visões e
sonhos, encantamentos e
exorcismos.
(Mecanismos da
Mediunidade, cap. XXV,
pág. 162.)
B. Que é que sustenta o
pensamento reto,
equilibrado, moralizado?
É a conduta reta que
sustenta o reto
pensamento. E de posse
do reto pensamento, a
oração, qualquer que
seja o nosso grau de
cultura intelectual, é o
mais elevado toque de
indução para que nos
coloquemos, desde logo,
em regime de comunhão
com as Esferas
Superiores.
(Obra citada, cap. XXV,
pp. 163 e 164.)
C. Que efeito imediato
produz a prece naquele
que ora?
A mente centralizada na
oração pode ser
comparada a uma flor
estelar, aberta ante o
Infinito, absorvendo-lhe
o orvalho nutriente de
vida e luz. Aliada à
higiene do espírito, a
prece representa o
comutador das correntes
mentais, arrojando-as à
sublimação. De essência
divina, a prece será
sempre o reflexo
positivamente sublime do
Espírito, em qualquer
posição, por obrigá-lo a
despedir de si mesmo os
elementos mais puros de
que possa dispor. No
reconhecimento ou na
petição, ei-la
exteriorizando a
consciência que a
formula, em efusões
indescritíveis, sobre as
quais as ondulações do
Céu corrigem o
magnetismo torturado da
criatura, insulada no
sofrimento educativo da
Terra, recompondo-lhe as
faculdades profundas.
(Obra citada, cap. XXV,
pp. 163 e 164.)
Texto para leitura
151. Mediunidade e
religião –
Misturada à magia
vulgar, a mediunidade é
de todos os tempos no
mundo. Confundida entre
os totens e manitus, nas
raças primitivas,
alteia-se gradativamente
e surge, suntuosa e
complexa, nos templos
iniciáticos dos povos
antigos, ou rebaixada e
desordenada, entre os
magos da praça pública.
Seria ocioso enumerar
sucessos e profecias,
constantes dos livros
sagrados das religiões,
nas épocas antigas. A
cada passo, nas
recordações de todas
elas, encontramos
referências a
manifestações de anjos e
demônios, evocações e
mensagens de seres
desencarnados, visões e
sonhos, encantamentos e
exorcismos. (Cap.
XXV, pág. 162.)
152. Reflexo
condicionado e
mediunidade – Em
toda a parte, desde os
amuletos das tribos mais
ignorantes até os
cânticos sublimados dos
santuários religiosos
modernos, vemos o
reflexo condicionado,
facilitando a
exteriorização de
recursos da mente, para
o intercâmbio com o
plano espiritual.
Talismãs, altares,
vestes, paramentos,
símbolos, imagens, vasos
e perfumes não passam de
petrechos destinados a
incentivar a produção de
ondas mentais, nesse ou
naquele sentido,
atraindo forças do mesmo
tipo que as arremessadas
pelo operador dessa ou
daquela cerimônia mágica
ou religiosa e pelas
assembleias que os
acompanham, visando a
certos fins. Como os
semelhantes se atraem, o
bruxo que se vale da
mandrágora para
endereçar vibrações
deprimentes a certa
pessoa, procura
induzi-la à emissão de
energias do mesmo naipe,
com que, à base do
terror, assimila
correntes mentais
inferiores, prejudicando
a si mesma; o sacerdote
de classe elevada, toda
vez que aproveita os
elementos de sua fé para
consolar um espírito
desesperado, está
impelindo-o à produção
de raios mentais
enobrecidos, com os
quais forma o clima
adequado à recepção do
auxílio da Esfera
Superior; o médico que
encoraja o paciente,
usando autoridade e
doçura, inclina-o a
gerar, em favor de si
mesmo, oscilações
mentais restaurativas,
pelas quais se relaciona
com os poderes curativos
estuantes nos escaninhos
da Natureza; o
professor, estimulando o
discípulo a dominar o
aprendizado dessa ou
daquela expressão,
impulsiona-o a
condicionar os elementos
do próprio espírito,
ajustando-lhe a onda
mental para incorporar a
carga de conhecimento de
que necessita. (Cap.
XXV, pp. 162 e 163.)
153. Grandeza da
oração –
Observa-se em todos os
momentos da alma, seja
no repouso ou na
atividade, o reflexo
condicionado – ou ação
independente da vontade
que se segue, de
imediato, a uma
excitação externa – na
base das operações da
mente, objetivando esse
ou aquele gênero de
serviço. Resulta daí o
impositivo da vigilância
sobre a nossa própria
orientação, de vez que
somente a conduta reta
sustenta o reto
pensamento e, de posse
do reto pensamento, a
oração, qualquer que
seja o nosso grau de
cultura intelectual, é o
mais elevado toque de
indução para que nos
coloquemos, desde logo,
em regime de comunhão
com as Esferas
Superiores. De essência
divina, a prece será
sempre o reflexo
positivamente sublime do
Espírito, em qualquer
posição, por obrigá-lo a
despedir de si mesmo os
elementos mais puros de
que possa dispor. No
reconhecimento ou na
petição, na diligência
ou no êxtase, na alegria
ou na dor, na
tranquilidade ou na
aflição, ei-la
exteriorizando a
consciência que a
formula, em efusões
indescritíveis, sobre as
quais as ondulações do
Céu corrigem o
magnetismo torturado da
criatura, insulada no
sofrimento educativo da
Terra, recompondo-lhe as
faculdades profundas. A
mente centralizada na
oração pode ser
comparada a uma flor
estelar, aberta ante o
Infinito, absorvendo-lhe
o orvalho nutriente de
vida e luz. Aliada à
higiene do espírito, a
prece representa o
comutador das correntes
mentais, arrojando-as à
sublimação. (Cap.
XXV, pp. 163 e 164.)
Glossário
Hipnose
– Psiq. Estado mental
semelhante ao sono,
provocado
artificialmente, e no
qual o indivíduo
continua capaz de
obedecer às sugestões
feitas pelo
hipnotizador. Fig.
Modorra, sonolência,
torpor.
Mandrágora
– Gênero de
plantas da família das
solanáceas, muito usadas
em feitiçaria na
Antiguidade e na Idade
Média.
Manitu
– Designação que
os índios algonquinos
(EUA) dão a uma força
mágica não
personificada, mas
inerente a todas as
coisas, pessoas,
fenômenos naturais e
atividades. Gênio
tutelar, ou demônio,
entre os índios
americanos. O mesmo que
manitó ou manitô.
Totem
– Animal, vegetal ou
qualquer objeto
considerado como
ancestral ou símbolo de
uma coletividade, sendo
por isso protetor dela e
objeto de tabus e
deveres particulares.
Representação desse
animal, vegetal ou
objeto. O mesmo que
tóteme. (Plural:
totens.)