JANE MARTINS
VILELA
jane.m.v.imortal@gmail.com
Cambé, PR
(Brasil)
|
|
Bendita
instrução
Uma jovem senhora nos
relatou sobre sua
mediunidade, que tem
desde criança. Certa
ocasião, aos quatro anos
de idade, lembra-se de
ter dito à mãe que
quando o pai dela
chegasse de viagem ele
voltaria tão diferente
que ela não o
reconheceria. Foi dito e
feito. O pai era
caminhoneiro e não teve
como avisá-los de um
acidente que sofreu e,
por isso, tinha ficado
internado num hospital
distante. Quando chegou
a sua casa, magro, com
barba, bateu a campainha
do portão, e a mãe,
vendo-o, chamou os
filhos mais velhos para
irem ver o que aquele
homem queria. Ela sofreu
por causa dessa
mediunidade. A mãe não
compreendia e batia nela
por causa disso, de modo
que ela aprendeu a não
falar, mas continuou
vendo e sentindo. Sentiu
no próprio corpo a morte
do irmão assassinado,
antes que os outros
soubessem. Sentiu o
impacto do tiro no peito
e a dor que ele sentiu
antes da morte. Tem
vidência e premonições.
Disse que não gosta de
saber as coisas com
antecedência e que teme
esse dom que tem;
gostaria de não tê-lo.
Nós a orientamos que
deveria estudar, que seu
dom é uma dádiva que
pode ajudar a muitos se
bem orientado, mas ela
está satisfeita com a
religião que tem e
devemos respeitar.
A mediunidade, como o
sabemos, é inerente à
criatura humana e todos
são médiuns, embora o
nome seja usado para
aqueles que são mais
ostensivos, ou seja, que
sintam mais intensamente
a presença e a atuação
dos Espíritos.
Pensamos como seria bom
contar com uma médium
como essa em nossas
fileiras, quanto bem
poderia ser feito
através de sua
mediunidade, mas temos
que aceitar e respeitar
a escolha de cada um,
dentro do seu
livre-arbítrio!
Há médiuns em toda
parte, desde que existe
o ser humano na Terra.
Colaboraram muitos para
o progresso da
humanidade, mas a
ignorância, mãe de
muitos males,
obstaculizou demais, ao
longo de muito tempo.
Essa senhora apanhava da
mãe, que não compreendia
e temia seu dom. Na
antiguidade os médiuns
eram tidos como
feiticeiros e uma grande
parte deles morreu pela
ação dos homens em
fogueiras de ignomínias,
por puro desconhecimento
das causas. Até há pouco
tempo, os sanatórios da
Terra estavam repletos
de médiuns, ali
colocados por verem ou
ouvirem Espíritos que a
maioria não conseguia
ver.
A evolução do planeta se
nota até nisso. Hoje não
há mais a intolerância
do passado. A
mediunidade tem-se
tornado respeitada. O
grande médium que foi
Chico Xavier, o homem
chamado amor, como
diziam dele, pela sua
sabedoria, sua conduta
ilibada e cheia de
virtudes, abriu um campo
de aceitação da
mediunidade e um halo de
respeitabilidade para
com o Espiritismo.
A intolerância do
passado está cedendo
lugar à compreensão.
O Espiritismo, pela ação
amorosa e fraterna dos
espíritas em toda parte,
tem sido aceito pelas
pessoas esclarecidas de
diversos credos
religiosos.
A instrução é uma das
orientações basilares
dos Espíritos para os
espíritas. Temos a
oportunidade de nos
instruir muito. As obras
psicografadas por
médiuns ilibados são
verdadeiras pérolas de
luz ofertadas do mundo
espiritual para a Terra.
Essa senhora que nos
contou sua história
mediúnica, assim como
tantos médiuns que há
por aí, teriam sofrido
muito menos se a
guiá-los houvesse a luz
do conhecimento.
Conhecimento é tesouro
que se adquire. Temos a
bendita oportunidade de
aprender. Espiritismo é
o amor divino derramado
da espiritualidade
superior para os homens,
por isso aproveitemos
para estudar e nos
aprimorar, com a
claridade das letras,
nesta nossa encarnação,
quando isso nos é
permitido, pois uma
grande parcela de nossos
irmãos ainda sofre
provações advindas da
ignorância.
Aliemos o estudo ao
amor, para que o amor e
o conhecimento, juntos,
nos deem as asas
libertadoras rumo ao
aperfeiçoamento de
nossas virtudes. Que o
espírita possa ser, por
onde passar, observado
por suas virtudes, por
sua conduta correta e,
humildemente, conduzido
por um conhecimento
dignificante, que o
mantenha com a casa
construída sobre a
rocha, como dizia Jesus.
As tempestades não
abalam casas assim, pois
estão sobre a rocha. A
rocha, aqui no caso, é o
conhecimento.