Como deve
sentir-se o
Espírito de Tim
Maia ao ver sua
vida exposta?
Dia desses fui
assistir ao
filme Tim Maia,
que retrata a
vida do famoso
compositor e
cantor que viveu
no século
passado. Sabia
alguma coisa da
vida de Tim,
entretanto, nada
profundo, como
muitos de nós eu
era apenas um fã
de sua voz e
composições.
Todavia, o filme
me levou a
pensar em como
Tim Maia, mas
não apenas ele –
pois filmes
assim já saíram
sobre Cazuza,
Renato Russo e
tantos outros –
se sentem ao ver
as suas vidas
devassadas e
escancaradas
para milhões de
pessoas.
Sim, estão
desencarnados,
você dirá.
Concordo, mas
com ressalvas, e
afirmo: estão
desencarnados,
mas não mortos.
E se estão
apenas
desencarnados,
porém não
desprovidos de
sentimento,
naturalmente que
devem, a
depender do seu
nível evolutivo,
aprovar ou
desaprovar os
comentários,
críticas e
julgamentos a
que estão sendo
expostos.
Se o Espiritismo
é claro em
afirmar que o
Espírito é
sensível às
lembranças que
nós devotamos a
ele, fica fácil
concluir que um
filme que
retrate sua vida
na Terra pode,
sim,
sensibilizá-lo
bastante.
Portanto, fiquei
a me indagar:
será que temos o
direito de
devassar assim a
vida alheia, por
mais que seja
uma figura
pública?
Sim, porque
milhões de
pessoas saberão
o que fez ou
deixou de fazer
aquele indivíduo
após ter visto o
filme de sua
trajetória
terrena, e,
assim sendo,
sentir-se-ão no
direito de
comentar,
criticar,
julgar, opinar e
por aí vai...
Qual é o limite
do razoável
nesses casos?
Será que esses
Espíritos – Tim
Maia, Cazuza,
Renato Russo –
se sentem bem ao
ver sua
intimidade
invadida e ao
receber
vibrações, não
raro, nada
caridosas, dos
espectadores?
Você ainda dirá,
leitor, que
filmes foram
feitos sobre
Chico Xavier,
Mahatma Gandhi e
outros mais.
Porém, sejamos
sinceros: quem
assistiu aos
filmes citados
acima sabe bem
do que estou
falando e o que
está sendo
abordado nas
obras
supracitadas.
Breve sairá o
filme sobre Irmã
Dulce. Penso que
a produção dará
colorido bem
diferente do que
deu a Tim Maia,
Cazuza e Renato
Russo, por
razões óbvias e
que dispensam
maiores
comentários.
Por isso, indago
a mim e a você:
– Será, caro
leitor, que não
seria mais útil
para nós e para
esses Espíritos
deixá-los
tranquilos, a
fim de que
reflitam sobre
suas
existências?
E se tivermos
que lembrá-los,
que os lembremos
pelas suas
composições,
vozes e poesias,
deixando um
pouco de lado o
julgamento sobre
as suas
atitudes.
Penso que vida é
vida, seja aqui
ou no plano dos
Espíritos,
portanto, nenhum
ser, seja
encarnado ou
desencarnado,
aprovará que sua
vida seja
exposta sem o
seu
consentimento.
Como é
complicado
evocar essas
figuras para
lhes perguntar
se permitem que
aprofundemos em
suas vidas,
creio que é
melhor deixar os
“mortos” viverem
em paz. Ou não?
Pensemos nisto.