A. Nesta obra são
citados outros fenômenos
em que os Espíritos
materializados foram
reconhecidos?
Sim. Um
desses fenômenos
verificou-se em São
Francisco, na América do
Norte, sendo médium a
Sra. Moore. Quem
solicitou a sessão foi o
Sr. H. J. Brown. Na
sessão realizada os pais
do Sr. H. J. Brown
materializaram-se e
foram reconhecidos. A
governanta dos seus
filhos, a Sra. Réa, viu
também e reconheceu
vários parentes,
inclusive um sacerdote
que ela conhecera
oportunamente e cujo
falecimento ignorava até
aquele momento. (Fatos
Espíritas – Materialização
de diversos Espíritos,
que são reconhecidos.)
B. Um fato marcou em
especial a aparição do
sacerdote citado na
questão precedente. Que
fato foi esse?
A
aparição apontou para a
garganta, dando a
entender que não podia
falar; depois
desapareceu. Como foi
dito, a Sra. Réa não
sabia que esse sacerdote
havia falecido. Mais
tarde, chegando a Nova
Iorque, soube que ele
havia falecido de um
cancro doloroso na
garganta. (Obra
citada - Materialização
de diversos Espíritos,
que são reconhecidos.)
C. Que
circunstância cercou a
manifestação de um
ex-operário do Sr.
Brown, que falecera na
Austrália anos antes?
O
operário chamava-se
Charlie. Fora um
mecânico que trabalhava
com o Sr. Brown, na
Austrália. Ao
acidentar-se por
imprudência, foi
conduzido moribundo para
Melbourne e ali faleceu.
Numa sessão realizada na
América, sendo médium a
Sra. Moore, ele se
materializou, mas o Sr.
Brown não o reconheceu.
De repente, sua mulher,
presente no recinto,
exclamou: “Mas este é o
homem acidentado em
nosso estabelecimento!”
O Espírito mostrou um
semblante satisfeito e
fez sinal afirmativo com
a cabeça; depois,
aproximando-se,
disse-lhe em voz baixa:
“Obrigado, obrigado”. O
curioso no fato é que a
aparição não se produziu
na Austrália, logo após
o incidente, mas muito
tempo depois, na
América, durante uma
viagem, e quando esses
detalhes estavam
esquecidos. (Obra
citada - Materialização
de diversos Espíritos,
que são reconhecidos.)
Texto
para leitura
316. O Sr. Keulemans
desenhou também
diferentes luzes, que
aparecem nessas sessões
de materialização. A
temperatura das luzes
encarnadas é a do sangue
humano quente; são
espécies de discos
brilhantes, que são
muitas vezes seguros por
mãos luminosas. Certas
partes desse discos
assemelham-se exatamente
à matéria cinzenta do
cérebro; seu poder
radiante é mais ou menos
notável. Pode-se supor
que esses discos sejam a
matéria radiante ou a
matéria ódica de
Reichenbach, mas a mão
luminosa que os segura
torna a questão mais
complexa. “Algumas
vezes, diz o Sr.
Keulemans, essas luzes
tomam a forma de uma
cruz.”
317. Materialização
de diversos Espíritos,
que são reconhecidos –
Havendo em São Francisco
uma excelente médium, a
Sra. Moore, tratou o Sr.
H. J. Brown, com ela,
uma sessão particular, à
qual só a sua família
assistiria. A Sra. Moore
fez que fosse examinado
o quarto e o lugar onde
ela se devia localizar.
318. Os pais do Sr. H.
J. Brown
materializaram-se e
foram reconhecidos. A
governanta dos seus
filhos, a Sra. Réa, viu
e reconheceu vários
parentes, porém o mais
curioso fenômeno foi a
aparição de um
sacerdote, que a Sra.
Réa havia conhecido; ele
apontou para a garganta,
como se não pudesse
falar, depois
desapareceu. Nessa
época, a Sra. Réa não
sabia que esse sacerdote
tinha morrido; soube
mais tarde, chegando a
Nova Iorque, que ele
havia falecido de um
cancro doloroso na
garganta.
319. O lado
característico dessa
sessão é que os
assistentes acreditavam
que, apontando para a
garganta, a forma
materializada do
sacerdote queria dar a
entender que não podia
falar, ao passo que seu
fim era indicar que ela
tinha sido afetada na
garganta. Os dois fatos,
reunidos, completam-se
de maneira admirável.
320. Em outra sessão,
com as mesmas pessoas,
houve uma materialização
não menos interessante.
Um mecânico chamado
Charlie, que trabalhava
com o Sr. Brown, na
Austrália,
acidentando-se por
imprudência, foi
conduzido moribundo para
Melbourne e não pôde
pronunciar senão alguma
palavras; o Sr. Brown
compreendeu que ele lhe
recomendava a sua
mulher, que, graças a
uma subscrição, pôde
manter uma pequena loja
para não cair na
miséria. “Empreguei
tantos operários, diz o
Sr. Brown, que
certamente não podia
pensar no que me
aparecia materializado”.
Assim, quando a sua
forma materializada
apareceu diante dele,
não a reconheceu. De
repente, sua mulher, que
a tinha examinado,
exclamou: “Mas este é o
homem acidentado em
nosso estabelecimento!”
321. A forma
materializada mostrou um
semblante satisfeito e
fez sinal afirmativo com
a cabeça; depois,
aproximando-se, disse em
voz baixa: “Obrigado,
obrigado”. O que há de
mais curioso nesse fato
é que a aparição não se
produziu na Austrália,
após o incidente, mas
muito tempo depois, na
América, durante uma
viagem, e quando esses
detalhes estavam
esquecidos.
322. Narração
de uma experiência
científica feita por
Crookes e Varley –
O fato se deu em uma das
sessões de
materialização do
Espírito de Katie King.
O Sr. Aksakof, ao
relatar o fato, diz que,
para ter certeza de que
a médium Srta. Cook
estava no interior do
gabinete, durante o
tempo em que Katie se
apresentava diante dos
assistentes, fora do
gabinete, o Sr. Varley
concebeu a ideia de
fazer atravessar o corpo
da médium por uma fraca
corrente elétrica,
durante todo o tempo em
que a forma
materializada estivesse
visível, e de fiscalizar
os resultados, assim
obtidos, por meio de um
galvanômetro colocado no
mesmo aposento, fora do
gabinete. A experiência
realizou-se na
residência do Sr.
Luxmoore.
323. O compartimento do
fundo, que devia servir
de câmara escura, foi
separado do da frente,
por meio de uma cortina,
para impedir a entrada
da luz. Antes da sessão,
a câmara escura foi
examinada cuidadosamente
e as portas foram
fechadas à chave. O
compartimento da frente
estava iluminado por uma
lâmpada de parafina, com
um para-luz que
peneirava a luz. O
galvanômetro foi
colocado sobre o fogão,
à distância de 11 pés da
cortina. Os assistentes
eram os Srs. Luxmoore,
Crookes, a Sra. Crookes
e a Sra. Cook com a
filha, os Srs. Tapp,
Harrison e Varley.
324. A médium Srta. Cook
ocupava uma poltrona no
aposento do fundo.
Fixou-se, com borracha,
a cada um dos seus
braços, um pouco acima
dos punhos, uma moeda de
ouro, à qual estava
soldada uma extremidade
de fio de platina. As
moedas estavam separadas
da pele por três folhas
de papel mata-borrão
branco, de forte
espessura, umedecido com
uma solução de
cloridrato de amônio. Os
fios de platina passavam
ao longo dos braços até
às espáduas e foram
atados por meio de
cordões, de maneira a
deixar aos braços a
liberdade dos
movimentos. As
extremidades exteriores
dos fios de platina
foram reunidas a fios de
cobre, envoltos em
algodão, e que chegavam
até ao quarto iluminado
onde se achavam os
experimentadores. Os
fios condutores foram
ligados a um aparelho de
verificação.
325. Quando tudo estava
preparado, fecharam-se
as cortinas, deixando
assim a médium (a Srta.
Cook) na escuridão. A
corrente elétrica
atravessou o corpo da
médium, durante toda a
sessão. Essa corrente,
começando nos dois
elementos, passava pelo
galvanômetro, sobre os
elementos de
resistência, pelo corpo
da Srta. Cook e voltava
em seguida à bateria.
Antes da introdução da
Srta. Cook na corrente e
enquanto as duas moedas,
que formavam os polos da
bateria, estavam
reunidas, o galvanômetro
marcava uma declinação
de 300°.
326. Depois da
introdução da Srta. Cook,
as moedas de ouro foram
colocadas nos seus
braços, um pouco acima
do punho, e o
galvanômetro não marcou
mais de 220°. Assim,
pois, o corpo da médium,
introduzido na corrente,
oferecia uma resistência
à corrente elétrica
equivalente a 80
divisões da escala.
327. O fim principal
dessas experiências era
precisamente conhecer a
resistência que o corpo
da médium podia oferecer
à corrente elétrica. O
menor deslocamento dos
polos da bateria, que
estavam fixados aos
braços da Srta. Cook por
borrachas, teria
inevitavelmente
produzido uma mudança na
força de resistência
oferecida pelo corpo da
médium.
328. Assim, foi nessas
condições que a figura
de Katie apareceu várias
vezes na abertura da
cortina, mostrou as mãos
e os braços, depois
pediu papel e lápis e
escreveu à vista dos
assistentes.
329. Se as moedas e o
papel mata-borrão
tivessem sido deslocados
para as espáduas, de
maneira a ficarem
libertados os braços da
médium, o trajeto
percorrido pela corrente
elétrica, no corpo dela,
teria sido diminuído
pelo menos de metade e,
por consequência, a
resistência oferecida
pelo corpo da médium
teria também diminuído
de metade, ou seja, de
40°, e a agulha do
galvanômetro se elevaria
de 220° a 260°.
Entretanto, deu-se o
contrário: desde o
começo da sessão, não
somente não houve nenhum
aumento no desvio, mas
ainda constante e
gradualmente diminuiu
até ao fim da
experiência, sob a
influência do
dessecamento do papel
molhado, circunstância
essa que aumentou a
resistência à corrente
elétrica e diminuiu o
desvio de 220° a 146°.
330. É certo que se uma
dessas moedas de ouro
tivesse sido deslocada,
ainda que fosse de uma
polegada, a declinação
teria aumentado e a
fraude da médium teria
sido desmascarada; mas,
como se disse, o
galvanômetro não deixou
de abaixar.
331.
Ficou, pois,
absolutamente
demonstrado que as
chapas de ouro,
aplicadas nos braços da
médium, não se
deslocaram nem de um
milímetro, que os braços
que apareceram e que
escreveram não eram os
da médium e que, por
consequência, o emprego
da cadeia galvânica,
para demonstrar a
presença da médium atrás
da cortina, deve ser
considerado como
garantia suficiente. (Continua
no próximo número.)