LEDA MARIA
FLABOREA
ledaflaborea@uol.com.br
São Paulo, SP
(Brasil)
|
|
Libertação dos escravos
No
processo da evolução
ninguém retrograda
Há alguns anos, durante
uma palestra evangélica,
perguntamos aos irmãos
presentes qual era a Lei
Áurea, e um deles
disse-nos que era a lei
que libertou os escravos
no Brasil. Educadamente,
como deve ser,
respondemos que não era
aquela a resposta
desejada para dar
prosseguimento ao nosso
tema.
Hoje, essa cena voltou à
nossa mente e à memória,
guardiã atenta de tudo
que nos acontece, do que
sentimos, fez com que
repensássemos esse
episódio. O porquê não
sabemos, mas o que hoje
(um pouco mais
observadores) percebemos
é que a resposta daquele
companheiro estava
certa, mesmo em relação
à pergunta feita.
Naquele momento, o
objetivo era refletir
sobre o Maior
Mandamento, aquele que
nos convida a “amar a
Deus sobre todas as
coisas e ao próximo como
a si mesmo”. E não é
que, tanto tempo depois,
conseguimos perceber que
a resposta do nosso
irmão, naquele momento,
não poderia ter sido
outra. Nada mais
coerente, nada mais
lúcido!... Quem, amando
Deus sobre todas as
coisas e ao próximo como
a si mesmo, não está
livre da escravidão do
egoísmo?!
Quem, pensando mais no
outro do que em si
próprio, a ponto de
perceber as necessidades
do irmão que sofre,
ainda que nenhuma
palavra seja dita,
atendendo-o de todo
coração, não está livre
das algemas das vãs
fantasias, das ilusões
que cegam e transformam
os homens sobre a Terra
em Espíritos que dormem,
mesmo estando com os
olhos físicos abertos?!
Quem, respeitando as
diferenças de crenças,
de escolhas pessoais que
levam os homens a buscar
a felicidade – direito
inalienável, concedido
por Deus quando da
Criação –, não está
liberto dos grilhões da
ignorância, do
preconceito de todos os
tipos, e da violência
gratuita contra seu
irmão em Jesus, filhos
todos do mesmo Pai?!
É verdadeira a frase de
que Deus não cria nada
inútil, pois, de
repente, uma resposta
dada a uma pergunta –
talvez o erro estivesse
na pergunta e não na
resposta – pudesse nos
levar, tanto tempo
depois, a refletir sobre
ela. Provavelmente, se a
pergunta tivesse sido
feita de outra forma e,
portanto, gerado outra
resposta, não estaríamos
aqui pensando e
escrevendo sobre isso. É
possível que o ato da
princesa Isabel,
libertando os escravos –
história vergonhosa de
nosso país –, não teria
feito nosso irmão
citá-la na nossa
palestra. E é certo que
também nós não
estaríamos refletindo
sobre tudo isso!
No seu ato político, a
filha do Imperador não
poderia imaginar quão
imensa seria essa
libertação: libertação
dos escravos negros e
libertação de todos nós,
ainda que todo esse
processo não chegará ao
fim sem dor e
sofrimento, lutas e
redenção...
Mas, não importa o tempo
que dure. O que importa
é que a transformação em
andamento acontecerá e
não terá mais como
voltar ao seu ponto de
partida, porque ninguém
retrograda em se
tratando de mudanças
para melhor, seja o
mundo, seja um país,
seja um só homem. É
impossível retroceder
quando ela se inicia,
pois nada nem ninguém
voltará a ser o que era
antes.
Os Espíritos amigos,
sempre atentos à nossa
ancestral ignorância,
permanecem mostrando as
soluções através de
conselhos e orientações
seguras. Kardec, eterno
mestre, mostra que Jesus
é o caminho para se
chegar a elas