A. Que
ideia foi concebida pelo
Sr. Varley com vistas a
prevenir a ocorrência de
fraudes nas
materializações de Katie
King?
O Sr. Varley concebeu a
ideia de fazer
atravessar o corpo da
médium por uma fraca
corrente elétrica,
durante todo o tempo em
que o Espírito de Katie
King estivesse visível,
valendo-se, para fins de
controle, de um
galvanômetro colocado no
mesmo aposento, mas fora
do gabinete. A primeira
experiência realizou-se
na residência do Sr.
Luxmoore.
(Fatos Espíritas –
Narração de uma
experiência científica
feita por Crookes e
Varley.)
B. Como o jornal The
Spiritualist descreveu a
experiência realizada?
O jornal transcreveu o
relato feito pelo Sr.
Harrison, que esteve
presente numa das
sessões realizadas. Eis
o relato publicado pelo
jornal: “Os polos
opostos de uma bateria
foram postos em
comunicação com dois
vasos cheios de
mercúrio. O galvanômetro
e a médium foram em
seguida introduzidos no
circuito. Quando Katie
King mergulhou os dedos
nesses vasos, a
resistência elétrica não
diminuiu e a corrente
não aumentou de força;
mas quando a Srta. Cook
saiu do gabinete e
umedeceu os dedos no
mercúrio, a agulha do
galvanômetro indicou uma
declinação considerável.
Katie King apresentava à
corrente uma resistência
cinco vezes maior que a
Srta. Cook”.
(Obra citada - Narração
de uma experiência
científica feita por
Crookes e Varley.)
C. Que conclusão os
pesquisadores deduziram
com base na experiência
mencionada?
Eles concluíram, com
base nessa experiência,
que a condutibilidade
elétrica do corpo humano
é cinco vezes maior que
a de um corpo
materializado.
(Obra citada -
Narração de uma
experiência científica
feita por Crookes e
Varley.)
Texto para leitura
332. As variações das
condições às quais a
corrente elétrica estava
submetida, passando pelo
corpo da médium Florence
Cook, eram indicadas
pelo galvanômetro
refletor, instrumento
tão sensível que
registraria a mais fraca
corrente elétrica
transmitida a 3.000
milhas por um cabo
submarino.
333. Como se vê, o menor
movimento da médium
teria provocado
oscilações do aparelho;
e teve-se a prova disso
antes da experiência,
como mostra o seguinte
extrato de um artigo do
Sr. Varley, onde todos
os movimentos do
galvanômetro são
minuciosamente
consignados, minuto por
minuto:
“Antes que a médium
caísse em transe (em
letargia), pediu-se-lhe
que fizesse movimentos
com os braços; a mudança
da superfície metálica,
posta em contato real
com o papel e o corpo,
produziu um desvio,
elevando-se de 15 a 20
divisões, ou mesmo mais,
algumas vezes; por
conseguinte, se, durante
a sessão, a médium
fizesse o menor
movimento com as mãos, o
galvanômetro tê-lo-ia
infalivelmente indicado.
A Srta. Cook, na
ocasião, representava um
cabo telegráfico. (Psychische
Studien, 1874, pág.
344.)
As moedas e o papel
umedecido não podiam ser
elevados ou retirados
para trás, sem a médium
se dirigir para o
espectador, pois, para
isso acontecer e ela
mostrar os braços
descobertos, era
obrigada a arregaçar,
até às espáduas, as
mangas do seu vestido,
com as moedas, as
borrachas, as aplicações
de papel, os fios de
platina, os laços que os
mantinham nos braços, e
a fazer essa operação,
primeiro em um braço,
depois no outro; tudo
isso não somente sem
interromper durante um
só instante a corrente
elétrica (se a corrente
tivesse sido
interrompida ainda que
por um décimo de
segundo, o galvanômetro
teria feito uma
oscilação pelo menos de
290 divisões), como,
também, sem provocar
outras declinações além
das resultantes do
simples movimento das
mãos.
Finalmente, teria de
colocar em seu lugar,
antes do fim da sessão,
as mangas do vestido
conservando os aparelhos
sobre os braços.
Vimos, entretanto, que
às 7:45 Katie repetia
ainda a experiência da
escrita, tendo
inteiramente o braço
fora da cortina, e que
às 7:48 apertava a mão
do Sr. Varley, e a
sessão terminava.
Durante esses três
minutos, o galvanômetro
só registrou oscilações
insignificantes,
compreendidas entre 140°
e 150°; era pois
impossível à médium
fazer os movimentos
necessários para
restabelecer o statu quo
ante.
Katie só aparecia com um
pano branco sobre a
cabeça e o corpo.
Nessa sessão, ela
levantou a cortina e
mostrou-se várias vezes,
em seu trajo habitual.
Se fosse a médium que se
apresentasse,
tornar-se-ia necessário
mudar de roupa, o que
não era possível, por
causa dos fios de cobre
que estavam enrolados
aos fios de platina e
que terminavam no quarto
iluminado.”
334. Qualquer discussão
sobre isso torna-se
supérflua, uma vez que o
princípio físico no qual
se baseava a experiência
(a apreciação da soma da
resistência oferecida
pelo corpo da médium à
corrente elétrica) seja
bem compreendido, e que
se considere que o
algarismo que
representava essa força
de resistência nunca
diminuiu.
335. Ademais, há, ainda,
o fenômeno que se
relaciona com a
categoria de
experiências do Sr.
Crookes: a médium é
introduzida na corrente,
mas, apesar disso, Katie
King (o Espírito
comunicante) sai
inteiramente de trás da
cortina. Eis a passagem
do Psychische Studien,
que narra esse
incidente:
“Na segunda sessão, foi
o Sr. Crookes, só, quem
dirigiu a experiência,
na ausência do Sr.
Varley, e obteve
resultados semelhantes,
tendo tomado a precaução
de só deixar aos fios de
cobre o comprimento
necessário para permitir
à médium mostrar-se na
abertura da cortina, no
caso em que ela saísse
do lugar.
Entretanto, Katie
avançou além da cortina,
cerca de 6 a 8 pés, sem
estar presa por nenhum
fio, e a observação do
galvanômetro não fez
verificar nada de
anormal, em nenhum
momento.
Além disso, Katie, a
pedido do Sr. Crookes,
mergulhou as mãos em
recipiente que continha
iodeto de potássio, sem
que resultasse a menor
oscilação da agulha do
galvanômetro.
Se os fios condutores
tivessem estado em
comunicação com a sua
pessoa, a corrente se
teria dirigido pelo
caminho mais curto que
lhe oferecia o líquido,
o que teria ocasionado
um mais forte desvio da
agulha.” (Psychische
Studien, 1877, pág.
342.)
336. M. Harrison, editor
do Spiritualist, que
assistiu à experiência e
publicou no seu jornal a
narração citada, fez
aparecer no Médium a
seguinte notícia, com a
aprovação dos Srs.
Crookes e Varley:
“Senhor Diretor:
Em consequência da minha
presença a várias
sessões recentes,
durante as quais os Srs.
Crookes e Varley
dirigiram uma fraca
corrente elétrica
através do corpo da
Srta. Cook, durante todo
o tempo em que ela se
achava no gabinete, ao
mesmo tempo em que Katie
estava fora dele,
algumas pessoas, que
fizeram parte da sessão,
pediram-me
comunicasse-lhe os
resultados obtidos
nessas experiências, no
desejo de que este
artigo tenha por efeito
proteger uma médium leal
e honesta contra
indignos ataques.
Quando Katie saiu do
gabinete nenhum fio
metálico aderia à sua
pessoa e durante todo o
tempo em que ela se
manteve no aposento,
fora do gabinete, a
corrente elétrica não
sofreu nenhuma
interrupção, o que teria
inevitavelmente
acontecido se os fios
tivessem sido
desenrolados dos braços
da Srta. Cook, sem que
as suas extremidades
fossem imediatamente
postas em contato.
Admitindo mesmo que se
tivesse dado esse fato,
a diminuição da
resistência teria sido
logo posta em evidência
pela agulha do
galvanômetro. Nas
experiências de que se
trata, ficou demonstrado
que a Srta. Cook esteve
no gabinete durante o
tempo em que Katie se
exibia cá fora.
As sessões realizaram-se
nas casas dos Srs.
Crookes e Luxmoore.
Antes de vos dirigir a
presente carta, foi ela
lida e aprovada pelos
Srs. Crookes e Varley.
– 11 Ave Maria Lane, 17
de março de 1874.
William H. Harrison.”
337. A propósito dessas
experiências com a
corrente galvânica, devo
mencionar ainda um meio
de verificar a
materialização e, por
consequência, a
realidade objetiva de
uma aparição. Esse
método, que tinha sido
sugerido ao Sr. Crookes
pelo Sr. Varley, foi
posto em execução pelo
primeiro dos dois
sábios. Infelizmente, só
possuímos sobre esses
assuntos as explicações
seguintes do Sr.
Harrison:
“Os polos opostos de uma
bateria foram postos em
comunicação com dois
vasos cheios de
mercúrio. O galvanômetro
e a médium foram em
seguida introduzidos no
circuito. Quando Katie
King mergulhou os dedos
nesses vasos, a
resistência elétrica não
diminuiu e a corrente
não aumentou de força;
mas quando a Srta. Cook
saiu do gabinete e
umedeceu os dedos no
mercúrio, a agulha do
galvanômetro indicou uma
declinação considerável.
Katie King apresentava à
corrente uma resistência
cinco vezes maior que a
Srta. Cook.” (The
Spiritualist, 1877, pág.
176.)
338. Dessa experiência
podemos concluir que a
condutibilidade elétrica
do corpo humano é cinco
vezes maior que a de um
corpo materializado.
(Continua
no próximo número.)