GEBALDO JOSÉ DE
SOUSA
gebaldojose@uol.com.br
Goiânia, Goiás
(Brasil)
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“Fazei tudo o
que ele
vos
disser”
“... a luz veio
ao mundo, e os
homens amaram
mais as trevas
do que a luz;
porque as suas
obras eram más.”
João, 3-19.
O Natal
convida-nos a
pensar na vida
extraordinária
de Jesus; na Sua
Doutrina de
Amor.
Dela, destacamos
o episódio das
Bodas de Caná,
que nos oferece
ensinamentos
sublimes, que
envolvem Maria,
discreta, mas
presente e
atuante em Sua
vida, com
desvelos de mãe
carinhosa. Um
deles, no belo e
maternal
conselho aos
serventes
daquela
festividade:
“Fazei tudo o
que ele vos
disser”.
(João, 2-5)
O outro, no
exemplo da
obediência, da
submissão de
Jesus àquela
observação
carinhosa de
Maria: “Eles
não têm mais
vinho”,
ainda que não
fosse chegada
Sua hora e não
Lhe coubesse
responsabilidade,
Ele atendeu ao
apelo da mãe.
Discretamente,
agiu e
solucionou o
problema.
Essa passagem
dá-nos a
entender,
também, que
Maria estava
familiarizada
com aquelas
transformações,
que era para ela
fato corriqueiro
vê-Lo
materializar
alimentos... O
que, afinal, se
comprova
posteriormente,
na multiplicação
de pães e
peixes. Age com
a segurança e a
desenvoltura de
um químico que
conhece as
substâncias e as
combina, para
atingir
determinados
objetivos. E o
sublime conselho
pode e deve ser
estendido a
todos nós,
relativamente
aos ensinos do
Divino Mestre.
*
E que disse
Jesus à
Humanidade, há
dois mil anos?
Existem as
mensagens vivas
dos exemplos: na
manjedoura
singela, o da
humildade; em
toda a vida, o
do Amor ao
próximo, curando
enfermidades do
corpo e da alma,
ensinando as
Leis de Deus; no
alto da cruz, o
do perdão e da
submissão aos
desígnios do
Pai. E tantas
outras!
E, em todo o
Evangelho,
aquelas grafadas
pelos
discípulos.
Mensagens,
ora de
esperança:
“Não se turbe o
vosso coração,
nem se
atemorize.”;
“Tende bom
ânimo.”; “Eu sou
o bom pastor;
conheço as
minhas ovelhas,
e elas me
conhecem a mim
(...) haverá um
rebanho e um
pastor.”; “(...)
não vos
inquieteis com o
dia de amanhã
(...)”; “(...)
eu não vim para
julgar o mundo,
e, sim, para
salvá-lo.”; “No
mundo passais
por aflições;
mas tende bom
ânimo, eu venci
o mundo.”
Ora de consolo:
“Bem-aventurados
os que choram,
pois que serão
consolados.”;
“Vinde a mim,
todos vós que
estais aflitos e
sobrecarregados,
que eu vos
aliviarei.”
Ora de
advertência:
“Como é que
vedes um
argueiro no olho
do vosso irmão,
quando não vedes
uma trave no
vosso olho?...
tirai primeiro a
trave do vosso
olho (...)”;
“Não julgueis, a
fim de não
serdes julgados
(...)”; “Não
julgueis segundo
a aparência, e,
sim, pela reta
justiça.”; “Nem
todos os que
dizem: Senhor!
Senhor! entrarão
no reino dos
céus; apenas
entrará aquele
que faz a
vontade de meu
Pai que está nos
céus.”; “Meus
bem-amados, não
creiais em
qualquer
Espírito;
experimentai se
os Espíritos são
de Deus,
porquanto muitos
falsos profetas
se têm levantado
no mundo.”
Educador
incomparável, em
inúmeras
oportunidades
ensinando-nos a
viver, a
conhecer as Leis
de Deus para que
aprendamos a
evoluir
conscientemente,
com a reta
conduta moral:
“Ninguém pode
ver o reino de
Deus se não
nascer de novo”.
“Se me amais,
guardai os meus
mandamentos...”
“Bem-aventurados
os pobres de
espírito, pois
que deles é o
reino dos céus;
(...) os que têm
puro o coração,
porquanto verão
a Deus; (...) os
que são brandos,
porque possuirão
a Terra; (...)
os pacíficos,
porque serão
chamados filhos
de Deus; (...)
os que são
misericordiosos,
porque obterão
misericórdia.”
“Reconciliai-vos
o mais depressa
possível com o
vosso
adversário,
enquanto todos
estais a caminho
(...).”
“Não acumuleis
para vós outros
tesouros sobre a
terra (...) mas
ajuntai para vós
outros tesouros
no céu (...)
porque onde está
o vosso tesouro,
aí estará também
o vosso
coração.”
“São os olhos a
lâmpada do
corpo. Se os
vossos olhos
forem bons, todo
o vosso corpo
será luminoso.”
“Aquele dentre
vós que estiver
sem pecado,
atire a primeira
pedra.”
“(...)
conhecereis a
verdade e a
verdade vos
libertará.”
“(...) não
resistais ao mal
que vos queiram
fazer (...) se
alguém vos bater
na face direita,
lhe apresenteis
também a outra
(...) se alguém
quiser pleitear
contra vós, para
vos tomar a
túnica, também
lhe entregueis o
manto (...) se
alguém vos
obrigar a
caminhar mil
passos com ele,
caminheis mais
dois mil.”
“Dai àquele que
vos pedir e não
repilais aquele
que vos queira
tomar
emprestado.”
“Quando derdes
esmola, não
saiba a vossa
mão esquerda o
que faz a vossa
mão direita.”
“Aquele, pois,
que ouve estas
minhas palavras
e as pratica,
será comparado a
um homem
prudente que
construiu sobre
a rocha a sua
casa.”
“Não são os que
gozam saúde que
precisam de
médico.”
“Pedi e se vos
dará; buscai e
achareis; batei
à porta e se vos
abrirá (...)”
“Restituí a
saúde aos
doentes,
ressuscitai os
mortos, curai os
leprosos,
expulsai os
demônios. Dai
gratuitamente o
que
gratuitamente
haveis
recebido.”
“Quando
quiserdes orar,
entrai para o
vosso quarto e,
fechada a porta,
orai a vosso Pai
em secreto. E
vosso Pai, que
vê o que se
passa em
secreto, vos
dará a
recompensa.”
“Não cuideis de
pedir muito nas
vossas preces
(...) porque
vosso Pai sabe
do que é que
tendes
necessidade,
antes que lho
peçais.”
“Onde quer que
se encontrem
duas ou três
pessoas reunidas
em meu nome, eu
com elas
estarei.”
Culminando Seus
ensinos,
fala-nos do amor
a Deus e ao
próximo:
“Amarás o Senhor
teu Deus de todo
o teu coração,
de toda a tua
alma e de todo o
teu espírito,
este o maior e o
primeiro
mandamento. E
aqui tendes o
segundo,
semelhante a
esse: Amarás o
teu próximo,
como a ti mesmo.
– Toda a lei e
os profetas se
acham contidos
nesses dois
mandamentos”.
“Novo mandamento
vos dou: que vos
ameis uns aos
outros; assim
como eu vos
amei, que também
vos ameis uns
aos outros.
Nisto conhecerão
todos que sois
meus discípulos,
se tiverdes amor
uns aos outros.”
“Amai os vossos
inimigos; fazei
o bem aos que
vos odeiam e
orai pelos que
vos perseguem e
caluniam, a fim
de serdes filhos
do vosso Pai que
está nos céus
(...)”
“Se somente
amardes os que
vos amam, que
mérito se vos
reconhecerá?
(...)”
E ensina-nos a
Regra Áurea:
“Fazei aos
homens tudo o
que queirais que
eles vos façam,
pois é nisto que
consistem a lei
e os profetas.”
*
Perspicaz, e
inspiradamente,
afirma Kardec1:
“Toda a moral de
Jesus se resume
na caridade e na
humildade, isto
é, nas duas
virtudes
contrárias ao
egoísmo e ao
orgulho. (...)
Humildade e
caridade, eis o
que não cessa de
recomendar e o
de que dá, ele
próprio, o
exemplo. Orgulho
e egoísmo, eis o
que não se cansa
de combater. E
não se limita a
recomendar a
caridade; põe-na
claramente e em
termos
explícitos como
condição
absoluta da
felicidade
futura”.
E, ao comentar a
questão 625 de
“O Livro dos
Espíritos”2,
assinala:
“(...) Jesus
constitui o tipo
da perfeição
moral a que a
Humanidade pode
aspirar na
Terra. (...) e a
doutrina que
ensinou é a
expressão mais
pura da lei do
Senhor (...)”.
Jesus – Mestre
por excelência;
sábio, tolerante
e bom – veio
para nos ensinar
a conhecer, amar
e a observar as
Leis de Deus. A
essência de Sua
mensagem é o
Amor, a
compaixão.
Consciente de
Sua missão, de
Suas
responsabilidades,
afirma,
categoricamente:
“Eu sou o
caminho, a
verdade e a
vida; ninguém
vem ao Pai senão
por mim”.
(João, 14-6.)
Clóvis Tavares3
– elegante,
escorreito,
claro e conciso
– discorre sobre
o mesmo tema, em
bela página,
inspirada em
diálogos de
trabalhadores
humildes, que
lhe reformavam a
residência.
Denominou-a “O
mandamento de
Maria”. Merece
ser lida.
Aquela ordem de
Maria aos
serventes vale
para nós, em
todos os tempos.
Será sempre
atual.
É ordem. Mas é
também conselho
de Mãe!
Por isso, convém
ser lembrada
constantemente,
e em especial
nos períodos
natalinos: “Fazei
tudo o que Ele
vos disser”.
A ela
aditaríamos, sem
pretensão: em
todos os dias da
vida, pela
eternidade!
Obedecer a
Jesus. Aí está a
melhor forma de
honrá-Lo, de
comemorar Seu
aniversário
natalício!
Referências
bibliográficas:
1. KARDEC,
Allan. O
Evangelho
segundo o
Espiritismo.
115ª ed. Rio de
Janeiro: FEB,
1998. 435p. pp.
246-247: Cap.
XV, it. 3.
2. KARDEC,
Allan. O
Livro dos
Espíritos.
79ª ed. Rio de
Janeiro: FEB,
1997. 494p. p.
308;
3. TAVARES,
Clóvis. De
Jesus para os
que sofrem.
Araras: IDE.
93p. pp. 39-42:
Cap. 6.