Fatos Espíritas
William
Crookes
(Parte 20)
Continuamos o estudo
metódico e sequencial do
clássico Fatos
Espíritas, de
William Crookes, obra
publicada em 1874, cujo
título no original
inglês é Researches
in the phenomena of the
spiritualism.(1)
Questões preliminares
A. Qual sábio
declarou que o
Espiritismo está tão bem
demonstrado quanto a lei
de gravitação?
Foi o Sr. Alfred Russel
Wallace, da Sociedade
Real de Londres. Antes,
um materialista tão
convencido que não
admitia absolutamente a
existência espiritual,
nem qualquer outro
agente do Universo além
da força e da matéria,
Wallace foi vencido
pelos fatos, a ponto de
declarar esta frase que
se tornou famosa: “O
Espiritismo está tão bem
demonstrado quanto a lei
de gravitação.”
(Fatos Espíritas –
Depoimentos dos sábios.)
B. A comprovação da
realidade espiritual é
capaz de fortalecer a
fé?
Sim. É exatamente assim
que pensava o Coronel De
Rochas. Segundo ele, a
comprovação da
imortalidade é capaz de
dar às pessoas uma
convicção inabalável,
substituindo dessa forma
o ato de fé vacilante
que as religiões pedem
ao homem, para regular
sua vida presente em
vista de uma vida
futura. (Obra citada
– Depoimentos dos
sábios.)
C. Em seu depoimento
sobre os fatos
espíritas, que afirmou o
célebre professor Myers?
Declarou ele: “Pelas
minhas experiências
convenci-me de que os
pretendidos mortos podem
se comunicar conosco e
penso que para o futuro
eles poderão fazê-lo de
um modo mais completo.
Graças a essa nova
ciência os nossos amados
sairão do tumulo.”
(Obra citada –
Depoimentos dos sábios.)
Texto para leitura
339. Depoimentos dos
sábios – Eis na
sequência a transcrição
do que diversos sábios
disseram a propósito dos
fenômenos espíritas.
340. Disse o Sr. Alfred
Russel Wallace, da
Sociedade Real de
Londres:
“Eu era um materialista
tão convencido, que não
admitia absolutamente a
existência espiritual,
nem qualquer outro
agente do Universo além
da força e da matéria.
Os fatos, entretanto,
são coisas pertinazes.
A minha curiosidade foi
primeiramente excitada
por alguns fenômenos
ligeiros, mas
inexplicáveis, que se
produziam em uma família
amiga; o desejo de saber
e o amor da verdade
forçaram-me a prosseguir
nas pesquisas.
Os fatos tornaram-se
cada vez mais certos,
cada vez mais variados,
cada vez mais afastados
de tudo quanto a ciência
moderna ensina e de
todas as especulações da
filosofia dos nossos
dias, e, afinal,
venceram-me. Eles me
forçaram a aceitá-los
como fatos, muito antes
de eu admitir a sua
explicação espiritual –
não havia nesse tempo,
em meu cérebro, lugar
para esta concepção –;
pouco a pouco, um lugar
se fez, não por opiniões
preconcebidas ou
teóricas, mas pela ação
contínua de fatos sobre
fatos, dos quais ninguém
se podia desembaraçar de
outra maneira.
O Espiritismo está tão
bem demonstrado quanto a
lei de gravitação.”
341. Eis o que declarou
o Coronel De Rochas:
“Tais são as questões
que me proponho a
estudar em um próximo
livro intitulado
Fantômes des Vivants,
onde exporei a teoria do
corpo fluídico, teoria
que, admitida pelos
filósofos do Oriente e
pelos padres da Igreja,
parece hoje se confirmar
por provas objetivas.
Mas não é a ciência por
excelência, a ciência
para a qual tendem todos
os que, ousando levar as
suas investigações sobre
forças cada vez mais
sutis, começam a
entrever o momento em
que o homem, convencido
por provas experimentais
de que, de seu corpo,
pode destacar-se durante
a vida alguma coisa que
pensa e sente, concluirá
que essa alguma coisa
pode sobreviver à
destruição da carne, e
então substituirá por
uma convicção inabalável
o ato de fé vacilante
que lhe pedem todas as
religiões para regular a
sua vida presente, em
vista de uma vida
futura?”
342. Carta do Sr. César
Lombroso ao Sr. Ernesto
C., de Nápoles:
“Caro Senhor:
Os dois relatórios que
me enviou são da mais
completa exatidão.
Acrescento que antes de
se ter visto a farinha
derramada, a médium
tinha anunciado que
pulverizaria com ela o
rosto de seus vizinhos;
e tudo leva a crer que
era essa a sua intenção,
o que não pôde realizar
senão em parte, nova
prova, a meu ver, da
perfeita sinceridade da
médium, reunida ao seu
estado de
semi-inconsciência.
Sinto-me envergonhado e
pesaroso de ter
combatido com tanta
insistência a
possibilidade dos fatos
espíritas, digo fatos,
porque ainda fico oposto
à teoria.
Queira saudar, em meu
nome, ao Sr. E. Chiaia e
fazer examinar, se
possível, pelo Sr.
Albini, o campo visual e
o fundo dos olhos da
médium, sobre os quais
desejo orientar-me.
Turim, 25 de junho de
1891.
Seu bem devotado
C. Lombroso.”
343. Em janeiro de 1897
escrevemos ao eminente
sábio sobre determinado
assunto espírita; ele
dignou-se enviar-nos a
seguinte carta:
“Caro Senhor:
Respondo a V. Sa. o
mesmo que já tenho
respondido a muitos
outros: que sem dúvida
os fenômenos espíritas
são verdadeiros e que é
impossível dar-lhes uma
interpretação.
A ciência fisiológica é
absolutamente impotente
para isso; mas a ciência
humana tem limites
bastante restritos.
Quem se não riria a
poucos anos dos
fenômenos que hoje todos
verificam: os raios
Roentgen?
Turim, 26 de fevereiro
de 1897.
Seu devotado
C. Lombroso.”
344. Como vemos, o
ilustre sábio diz que a
Ciência, em razão dos
seus limites assaz
restritos, negava a
realidade dos fatos
espíritas, como há
poucos anos qualquer
pessoa se riria de quem
tentasse fotografar
através de corpos
opacos, mas que
atualmente considera
verdadeiros tanto
aqueles fatos como os
raios Roentgen.
345. No discurso que fez
em setembro de 1898, no
Congresso da Associação
Britânica, o Sr. William
Crookes, da Sociedade
Real de Londres,
declarou o seguinte:
“Trinta anos se passaram
desde que publiquei as
atas das experiências
tendentes a mostrar que
fora dos nossos
conhecimentos
científicos existe uma
força posta em atividade
por uma inteligência
diferente da
inteligência comum a
todos os mortais. Nada
tenho que retratar
dessas experiências e
mantenho as minhas
verificações já
publicadas, podendo
mesmo a elas acrescentar
muita coisa.”
346. Na obra No
Invisível, de Léon
Denis, encontram-se as
seguintes palavras,
pronunciadas pelo mesmo
sábio: “O Espiritismo
está cientificamente
demonstrado.”
347. O Sr. Alfredo Erny,
na obra O Psiquismo
Experimental, diz que
escreveu ao Sr. Crookes,
em 1892, perguntando-lhe
se Katie King lhe fez
algumas revelações sobre
o outro mundo, e que
recebeu do ilustre
químico a seguinte
resposta:
“Tive muitas
conversações com Katie
King e naturalmente lhe
fiz várias perguntas a
respeito do outro mundo.
As respostas não
satisfizeram. Geralmente
ela dizia que estava
proibida de dar essas
informações.”
348. Depoimento do
doutor Ermácora:
“Poucos sábios têm sido
tão incrédulos quanto eu
a respeito dos fenômenos
espíritas; aqueles que
duvidarem disso poderão
reportar-se aos meus
dois livros Pazzi e
Anomali e Studi sull'Ipnotismo,
nos quais eu quase
injuriei os espíritas.”
349. O professor Myers,
da Sociedade Real de
Londres, na sua
comunicação ao Congresso
Oficial de Psicologia de
Paris, depois de ter
enumerado os fenômenos
obtidos na estado de
transe pelas Sras. Piper
e Thompson, concluiu
assim a sua fala:
“A maior parte dos fatos
enunciados sugerem o
caráter e a memória de
certas pessoas mortas.
Estou convencido de que
essa substituição de
personalidade ou
possessão é um progresso
sensível na evolução da
raça.
Pelas minhas
experiências convenci-me
de que os pretendidos
mortos podem se
comunicar conosco e
penso que para o futuro
eles poderão fazê-lo de
um modo mais completo.
Graças a essa nova
ciência os nosso amados
sairão do tumulo.” (Continua
no próximo número.)
(1) A obra que ora
estudamos não é,
propriamente falando,
uma tradução de "Researches
in the Phenomena of
Spiritualism", pois
contém textos colhidos
em outras fontes, embora
igualmente de autoria de
William Crookes. O livro
em exame apresenta
também comentários de
diferentes pesquisadores
e obedece a um plano
original feito por seu
tradutor, Oscar
D´Argonnel, que é, pois,
além de tradutor, o
organizador da obra.