Mecanismos da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
52 e final)
Concluímos nesta edição o
estudo sequencial do
livro Mecanismos da
Mediunidade, obra de
autoria de André Luiz,
psicografada pelos
médiuns Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e publicada em 1960 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Além dos fenômenos de
efeitos físicos já
mencionados, que
fenômenos merecem
destaque na passagem de
Jesus entre os homens?
As curas. Aliás, no
tocante aos poderes
curativos, temo-los em
Jesus nas mais altas
afirmações de grandeza.
Cercam-no doentes de
variada expressão.
Paralíticos estendem-lhe
membros mirrados,
obtendo socorro. Cegos
recuperam a visão.
Ulcerados mostram-se
limpos. Alienados
mentais, notadamente
obsidiados diversos,
recobram equilíbrio.
(Mecanismos da
Mediunidade, cap. XXVI,
pág. 173.)
B. No contato com os
enfermos, Jesus não
apenas os curava, mas
lhes fornecia também
importante orientação.
Que é que o Mestre lhes
dizia?
Encarecendo o imperativo
do pensamento reto para
a harmonia do binômio
mente-corpo, por várias
vezes Jesus impelia os
sofredores aliviados à
vida nobre, como no caso
do paralítico de Betesda,
que, devidamente
refeito, ao
reencontrá-lo no templo,
dele ouviu a advertência
inesquecível: “Eis que
já estás são. Não peques
mais, para que te não
suceda cousa pior”.
(Obra citada, cap. XXVI,
pág. 173.)
C. Na parte final deste
livro, André Luiz
enaltece a importância
do Evangelho na vida de
todos nós, e não somente
dos que se dizem
cristãos. Que disse
André a respeito?
Segundo ele, o Evangelho
não é o livro de um povo
apenas, mas o Código de
Princípios Morais do
Universo, adaptável a
todas as pátrias, a
todas as comunidades, a
todas as etnias e a
todas as criaturas,
porque representa, acima
de tudo, a carta de
conduta para a ascensão
da consciência à
imortalidade, na
revelação da qual Nosso
Senhor Jesus-Cristo
empregou a mediunidade
sublime como agente de
luz eterna, exaltando a
vida e aniquilando a
morte, abolindo o mal e
glorificando o bem, a
fim de que as leis
humanas se purifiquem e
se engrandeçam, se
santifiquem e se elevem
para a integração com as
Leis de Deus.
(Obra citada, cap. XXVI,
pp. 174 e 175.)
Texto para leitura
160. Efeitos
intelectuais –
No capítulo dos efeitos
intelectuais ou, se
quisermos, nas provas da
metapsíquica subjetiva,
que reconhece a
inteligência humana como
possuidora de outras
vias de conhecimento,
além daquelas que se
constituem dos sentidos
normais, reconhecemos
Jesus nos mais altos
testemunhos. À distância
da sociedade
hierosolimita, vaticina
os sucessos amargos que
culminariam com a sua
morte na cruz.
Utilizando a
clarividência que lhe
era peculiar, antevê
Simão Pedro cercado de
personalidades
inferiores da esfera
extrafísica, e avisa-o
quanto ao perigo que
isso representa para a
fraqueza do apóstolo.
Nas últimas instruções,
ao pé dos amigos,
confirmando a profunda
lucidez que lhe
caracterizava as
apreciações
percucientes, demonstra
conhecer a perturbação
consciencial de Judas, a
despeito das dúvidas que
a ponderação suscita
entre os ouvintes. Nas
preces do Getsêmani,
aliando clarividência e
clariaudiência, conversa
com um mensageiro
espiritual que o
reconforta (veja a
propósito deste caso o
Evangelho segundo Lucas,
22:43). (Cap.
XXVI, pp. 172 e 173.)
161. Mediunidade
curativa – No
tocante aos poderes
curativos, temo-los em
Jesus nas mais altas
afirmações de grandeza.
Cercam-no doentes de
variada expressão.
Paralíticos estendem-lhe
membros mirrados,
obtendo socorro. Cegos
recuperam a visão.
Ulcerados mostram-se
limpos. Alienados
mentais, notadamente
obsidiados diversos,
recobram equilíbrio.
Importante considerar,
porém, que o Grande
Benfeitor a todos
convida para a
valorização das próprias
energias. Reajustando as
células enfermas da
mulher hemorroíssa,
diz-lhe, convincente:
“Filha, tem bom ânimo! A
tua fé te curou”.
Depois, tocando os olhos
de dois cegos que lhe
recorrem à caridade,
exclama: “Seja feito,
segundo a vossa fé”. O
Mestre não salienta a
confiança por simples
ingrediente de natureza
mística, mas sim por
recurso de ajustamento
dos princípios mentais,
na direção da cura. E
encarecendo o imperativo
do pensamento reto para
a harmonia do binômio
mente-corpo, por várias
vezes o vemos impelir os
sofredores aliviados à
vida nobre, como no caso
do paralítico de Betesda,
que, devidamente
refeito, ao
reencontrá-lo no templo,
dele ouviu a advertência
inesquecível: “Eis que
já estás são. Não peques
mais, para que te não
suceda cousa pior”
(veja sobre este caso o
Evangelho segundo João,
5:14.) (Cap.
XXVI, pág. 173 .)
162. Evangelho e
mediunidade – A
prática da mediunidade
não está somente na
passagem do Mestre entre
os homens, junto dos
quais, a cada hora,
revela o seu intercâmbio
constante com o Plano
Superior, seja em
colóquios com os
emissários de alta
estirpe, seja em se
dirigindo aos aflitos
desencarnados, no
socorro aos obsessos do
caminho, mas também na
equipe dos companheiros,
aos quais se apresenta
em pessoa, depois da
morte, ministrando
instruções para o
edifício do Evangelho
nascente. No dia de
Pentecostes, vários
fenômenos mediúnicos
marcam a tarefa dos
apóstolos, mesclando-se
efeitos físicos e
intelectuais na praça
pública, a constituir-se
a mediunidade, desde
então, em viga mestra de
todas as construções do
Cristianismo, nos
séculos subsequentes. Em
Jesus e em seus
primitivos continuadores,
contudo, encontramo-la
pura e espontânea, como
deve ser, distante de
particularismos
inferiores, tanto quanto
isenta de simonismo.
Neles, mostram-se os
valores mediúnicos a
serviço da Religião
Cósmica do Amor e da
Sabedoria, na qual os
regulamentos divinos, em
todos os mundos,
instituem a
responsabilidade moral
segundo o grau de
conhecimento,
situando-se, desse modo,
a Justiça Perfeita no
íntimo de cada um, para
que se outorgue isso ou
aquilo, a cada Espírito,
de conformidade com as
próprias obras. O
Evangelho não é, pois, o
livro de um povo apenas,
mas o Código de
Princípios Morais do
Universo, adaptável a
todas as pátrias, a
todas as comunidades, a
todas as etnias e a
todas as criaturas,
porque representa, acima
de tudo, a carta de
conduta para a ascensão
da consciência à
imortalidade, na
revelação da qual Nosso
Senhor Jesus-Cristo
empregou a mediunidade
sublime como agente de
luz eterna, exaltando a
vida e aniquilando a
morte, abolindo o mal e
glorificando o bem, a
fim de que as leis
humanas se purifiquem e
se engrandeçam, se
santifiquem e se elevem
para a integração com as
Leis de Deus. (Cap.
XXVI, pp. 174 e 175.)
Glossário
Getsêmani:
Getsêmani ou Getsémani é
um jardim situado no
sopé do Monte das
Oliveiras, em Jerusalém,
onde se acredita que
Jesus e seus discípulos
tenham orado na noite
anterior à crucificação.
Hemorroíssa:
Segundo o Evangelho,
mulher que tinha fluxo
de sangue constante e se
curou ao tocar a túnica
do Cristo.
Hierosolimita:
De, ou relativo a
Jerusalém. Natural ou
habitante de Jerusalém.
Hierosolimitano.
Simonia:
Tráfico de coisas
sagradas ou espirituais,
tais como sacramentos,
dignidades, benefícios
eclesiásticos etc. Venda
ilícita de coisas
sagradas.
Simonismo:
Vocábulo derivado de
simonia.
Fim