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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 8 - N° 395 - 4 de Janeiro de 2015
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Trilhas da Libertação

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 2)

Continuamos a apresentar o estudo metódico e sequencial do livro Trilhas da Libertação, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1995.

Questões preliminares

A. É relevante a ação da vontade no restabelecimento da saúde?

Sim. Tanto no restabelecimento da saúde, quanto na manutenção da doença, a ação da vontade é muito importante, refletindo os estados de harmonia ou os conflitos que decorrem da presença ou da ausência da consciência de culpa que impõe reparação. Diante, pois, de qualquer problema na área da saúde, a conscientização do paciente quanto ao poder de que ele mesmo dispõe para a autocura é de primacial importância. (Medicina Holística, pp. 15 e 16.)

B. Podemos afirmar que a doença não passa de acidente de percurso no caminho da evolução?

Sim. Foi exatamente isso que o Dr. Carneiro de Campos afirmou. Lembrando que não se podem opor limites ao crescimento do Espírito projetado na sublime aventura da evolução, disse ele que a doença não passa, nesse contexto, de mero acidente de trânsito evolutivo, de fácil correção, experiência que emula à aquisição do bem-estar e das emoções saudáveis, que compete tão somente ao indivíduo obter. “Os processos degenerativos que se manifestam como enfermidades dilaceradoras e de longo trânsito – aditou o médico – procedem sempre do caráter moral do homem, com as exceções daqueles que os solicitam para ensinar aos demais abnegação, dignidade e sublimação.” (Medicina Holística, pp. 16 a 19.)

C. Em face das enfermidades, qual deve ser o papel da Medicina holística?

Eis a resposta dada a essa pergunta pelo dr. Carneiro de Campos: “Trabalhar o paciente globalmente. De início, demonstrar-lhe que a doença é efeito, e somente atendendo-lhe às causas torna-se possível saná-la. Logo depois, conscientizá-lo da necessidade de modificação no comportamento moral, mudando-lhe o condicionamento cármico, por cuja conduta adquirirá mérito para uma alteração no seu mapa existencial. Desse modo, as imposições reencarnacionistas, que dependem das novas ações do ser, alteram-se para melhor, a mente reajusta-se a uma nova realidade, e, irradiando-se de maneira positiva, providencial, contribui para o estado de bem-estar fisiopsíquico”. “O médico, nesse programa – acrescentou ele –, torna-se também conselheiro, sacerdote que inspira confiança fraternal e dispensa ajuda moral, ampliando a sua antes restrita área de ação.” (Ampliando os Conhecimentos, pp. 22 e 23.)

Texto para leitura

 5. A intimidade do ser reflete-se diretamente no corpo somático – Na sequência à palestra, dr. Carneiro de Campos frisou que a ação da vontade, quando aplicada com equilíbrio em favor da harmonia pessoal, desbloqueia as áreas interrompidas, e a energia de sustentação das células passa a vitalizá-las, restabelecendo o campo de desenvolvimento propiciador da saúde. “A causalidade do comportamento psicofísico do indivíduo – asseverou o médico – encontra-se no ser espiritual, artífice da existência corpórea, que conduz os fatores básicos da felicidade como da desdita, que decorrem das suas experiências ditosas ou desventuradas, responsáveis pela energia saudável ou não, que lhe constitui o organismo, bem como pela vontade ajustada ou descontrolada, que lhe assinala o psiquismo. O ser interior reflete-se no soma, que somente se recompõe e renova sob a ação da conduta mental e moral dirigida para o equilíbrio das emoções e da existência. A ação da vontade, no restabelecimento da saúde ou na manutenção da doença, é de ponderável resultado, refletindo os estados de harmonia ou os conflitos que decorrem da presença ou ausência da consciência de culpa impondo reparação. Os estresses e traumas prolongados desgastam os controles retentivos do bem-estar e desatrelam as emoções que geram a desorganização celular.” O orador deixou bem claro que, diante de qualquer problema na área da saúde, a conscientização do paciente quanto ao poder de que ele mesmo dispõe para a autocura é de primacial importância. Em todos os indivíduos existe, segundo o palestrante, quase uma tendência para a autocompaixão, a autodestruição, a vingança contra os outros, por causa de ocorrências que lhes sejam desagradáveis. Ante a impossibilidade de assumir essa realidade exteriormente, transformam tal aptidão em doenças, estimulando assim a degenerescência das células que aceleram a sua multiplicação, formando tumores cancerígenos, matando as defesas imunológicas e abrindo-se às infecções, às contaminações que perturbam a maquinaria orgânica e fomentam a instalação das enfermidades. “Não raro – acrescentou o médico –, pessoas portadoras de neoplasia maligna e outras doenças, quando recuperam a saúde, sentem-se surpreendidas e algo decepcionadas, tão acostumadas se encontravam com a injunção mortificadora de que eram objeto. Por outro lado, dão-se conta de que a família já lhes não dispensa a mesma atenção e o grupo social logo se desinteressa por suas vidas, despreocupando-se em relação às mesmas. Sentindo-se isoladas desmotivam-se de viver, criam recidivas ou facultam a presença de outras mazelas com que refazem o quadro de protecionismo que passam a receber, satisfazendo-se com a ocorrência aflitiva.” (Medicina Holística, pp. 15 e 16.)

6. A doença não passa de acidente de percurso no caminho da evolução – Dr. Carneiro de Campos foi enfático: “Uma terapêutica bem orientada deverá sempre fundamentar-se na realidade do Espírito e nos reflexos do seu psiquismo no corpo”. “Da mesma forma, diante dos fenômenos perturbadores da mente, o conhecimento do estado somático é de importância para aquilatar-se sobre a sua influência no comportamento mental. Espírito e corpo, mente e matéria não são partes independentes do ser, mas complementos um do outro, que se inter-relacionam poderosamente através do psicossoma ou corpo intermediário – perispírito – encarregado de plasmar as necessidades evolutivas do ser eterno na forma física e conduzir as emoções e ações às telas sutis da energia pensante, imortal, então reencarnada.” Prosseguiu o palestrante: “Os traumas, os estresses, os desconcertos psíquicos e as manifestações genéticas estão impressos nesse corpo intermediário, que é o modelo organizador biológico sob a ação do Espírito em processo de evolução, e irão expressar-se no campo objetivo como necessidade moral de reparação de crimes e erros antes praticados. Se aquelas causas não procedem desta existência, hão de ter sido em outra anterior. Igualmente, as conquistas do equilíbrio, da saúde, da inteligência, do idealismo, resultam das mesmas realizações atuais ou transatas que assinalam o ser. A evolução é inexorável, e todos a realizarão a esforço pessoal, embora sob estímulos e diretrizes superiores que a Paternidade Divina dispensa igualitariamente a todos. A transitoriedade de uma existência corporal, como a sua brevidade no tempo são insuficientes para o processo de aprimoramento, de beleza, de felicidade a que estamos destinados. As diferenças entre o bruto e o harmônico, o sábio e o ignorante, o feliz e o desventurado confirmam a boa e a má utilização das experiências anteriores, como também assinalam as maiores ou menores vivências mais ou menos numerosas de uns e de outros. A reencarnação é, portanto, processo intérmino de crescimento ético-espiritual, facultando a aquisição de valores cada vez mais expressivos na conquista da Vida”. O palestrante, lembrando que não se podem opor limites ao crescimento do Espírito projetado na sublime aventura da evolução, asseverou que a doença não passa, nesse contexto, de mero acidente de trânsito evolutivo, de fácil correção, experiência que emula à aquisição do bem-estar e das emoções saudáveis, que compete tão somente ao indivíduo obter. “Os processos degenerativos que se manifestam como enfermidades dilaceradoras e de longo trânsito – aditou o médico – procedem sempre do caráter moral do homem, com as exceções daqueles que os solicitam para ensinar aos demais abnegação, dignidade e sublimação. Originam-se nos profundos recessos do temperamento rebelde, violento, egoísta, e explodem como flores em decomposição nos órgãos que se esfacelam, sem possibilidades de recuperação. Pode-se dizer que esses mecanismos ulcerativos sempre se apresentam nos déspotas, nos sanguinários, nos ditadores, quando apeados do poder ou ainda durante a sua dominação, refletindo os terríveis contingentes de energias deletérias que veiculam intimamente.” “Os seus estágios finais são caracterizados por dores excruciantes e decomposição do corpo, em vida, que ultrajaram com a mente perversa e insana. Quando tal não ocorre, fogem do mundo através dos suicídios covardes, que lhes demonstram a fragilidade moral, ou partem da Terra vitimados por acidentes e homicídios dolorosos.” (Medicina Holística, pp. 16 a 19.)

7. Toda terapia deve fundamentar-se na transformação moral do paciente – As mesmas vicissitudes, afirmou dr. Carneiro de Campos, alcançam aqueles que se utilizam da roupagem física para o mercado do sexo, das sensações grosseiras e vivem aspirando os tóxicos de potencial elevado de destruição vibratória. “No seu tormento – explicou o palestrante –, são destruídos pelo psiquismo que lhes consumiu as forças e a capacidade de viver acima dos baixos padrões morais aos quais se entregaram. E mesmo quando, no cansaço dos anos e no desgaste da vitalidade, resolvem-se por mudanças éticas, por assumir nova compostura, não logram tempo para evadir-se aos efeitos dos atos passados, tombando nas engrenagens emperradas e esfaceladas do organismo escravo das construções mentais viciosas. A mente, exteriorizando as aspirações do Espírito, impõe à organização somática as suas próprias aspirações e preferências, que se corporificam, quando mórbidas, nas mais diferentes dependências e patologias, responsáveis pela desarticulação dos seus mecanismos. Assim sendo, qualquer abordagem terapêutica não deve ser parcial e sim holística, atendendo a todas as partes construtivas do ser. Em boa hora, a consciência médica confere atenção às terapias alternativas que, na sua maioria, consideram o homem um ser total e buscam-no essencial, imortal, trabalhando sobre a sua realidade profunda, que é o Espírito, a fonte de energia a manifestar-se no corpo. Assim, mediante o novo modelo biológico, todo tentame em favor do equilíbrio deve fundamentar-se na transformação moral do paciente, na sua recomposição emocional, originada na mudança dos painéis mentais para a adoção de pensamentos sadios e na vivência concorde com os ideais de engrandecimento, que são catalisadores das forças vivas presentes em a Natureza – sintonia ecológica – que interagem na sua constituição global. Eis por que as preocupações com o verde, a harmonia do meio ambiente e a sua preservação fazem parte do esquema de saúde social...” Dr. Carneiro de Campos, finalizando a palestra, não poderia ser mais claro: “Qualquer modelo de saúde holística terá que abranger o conjunto das necessidades humanas e nunca deter-se, apenas, nas suas partes, isoladamente. O homem é membro da Vida, tem vida integrada em a Natureza e deve ser considerado globalmente, alterando o tradicional modelo biomédico para uma visão mais completa, na qual o amor, conforme a proposta de Jesus-Cristo, tenha prevalência, assinalando definitivamente as atitudes e condutas de cada um. Enquanto a Medicina não se unir à Psicologia, à Ecologia, à Agricultura e a outras doutrinas afins para um mais amplo conhecimento do ser, dando-lhe uma conduta holística, as terapias prosseguirão deficientes, incapazes de integrá-lo no contexto da realidade a que pertence, minimizando somente as doenças sem as erradicar, atendendo às partes sem maior ação no conjunto, assim, permanecendo incompleta, insuficiente portanto para a finalidade da saúde global. Jesus-Cristo, por conhecer profundamente o homem, curava-o, admoestando-o para evitar-lhe o comprometimento negativo, de modo a associá-lo ao bem geral, graças ao qual se poupava a males outros maiores”. “O homem do futuro – concluiu o orador –, após superar as suas deficiências presentes, receberá mais amplo auxílio da Medicina, adquirindo uma saúde integral, que será também resultado da sua perfeita consciência de amor e respeito à vida.” (Medicina Holística, pp. 19 a 21.)

8. É preciso, antes de tudo, mostrar ao enfermo que doença é efeito – Terminada a palestra, José Petitinga e Miranda se aproximaram para cumprimentar o orador, que logo foi rodeado de um grupo de estudiosos da Medicina no plano espiritual, que o interrogavam educadamente, buscando ampliar as informações nas suas áreas específicas. “Em face do que foi abordado – perguntou um jovem médico –, compreendi que as doenças físicas, em geral, são resultado de um comportamento desequilibrado da mente. Assim sendo, como ficam as injunções cármicas negativas em alguém que mantivesse o equilíbrio psíquico?” O orador esclareceu: “Uma mente estúrdia, desarmonizada, em desequilíbrio, é resultado do Espírito doente, devedor. Seria incoerência encontrarmos em um calceta ou em uma vítima da consciência de culpa um estado mental harmônico. Essa distonia reflete os efeitos da conduta deteriorada, fazendo-a instrumento dos fatores degenerativos que se impõem no quadro da saúde pessoal, na condição de enfermidades reparadoras”. O consulente indagou, então, qual seria, em tais casos, o papel da Medicina holística, ao que dr. Carneiro de Campos informou: “Trabalhar o paciente globalmente. De início, demonstrar-lhe que a doença é efeito, e somente atendendo-lhe às causas torna-se possível saná-la. Logo depois, conscientizá-lo da necessidade de modificação no comportamento moral, mudando-lhe o condicionamento cármico, por cuja conduta adquirirá mérito para uma alteração no seu mapa existencial. Desse modo, as imposições reencarnacionistas, que dependem das novas ações do ser, alteram-se para melhor, a mente reajusta-se a uma nova realidade, e, irradiando-se de maneira positiva, providencial, contribui para o estado de bem-estar fisiopsíquico”. “O médico, nesse programa – aditou o orador –, torna-se também conselheiro, sacerdote que inspira confiança fraternal e dispensa ajuda moral, ampliando a sua antes restrita área de ação.” (Ampliando os Conhecimentos, pp. 22 e 23.)  (Continua no próximo número.)


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita