JANE MARTINS
VILELA
jane.m.v.imortal@gmail.com
Cambé, PR
(Brasil)
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Inteligências
despercebidas
Diante de nós
encontrava-se um jovem
adolescente, um menino
de treze anos de idade,
bem apessoado, moreno,
bem sério. Entrou calado
com o pai. Sentou-se
quieto, após um bom dia
formal. O pai nos
apresentou um parecer da
escola dizendo que o
referido menino
apresentava traços de
hiperatividade e que
necessitava de um
neurologista. Sem emitir
julgamentos ou
condenações, tem sido
muito comum o pedido de
neurologistas, embutido
aí o desejo de
introdução do
medicamento Ritalina,
que favorece a
concentração e mantém
muitas crianças mais
quietas. Sabe-se, pela
psicologia, que a grande
maioria das crianças que
estão usando essa
medicação mais necessita
de limite e educação do
que de medicação.
Observamos o menino,
Guilherme. Quieto,
sentado, educado.
Ponderamos com o pai que
ele não era hiperativo.
“Não! Eu sou hiperativo!”
– disse o Guilherme.
Percebemos uma rebeldia
no ar. Ele não é
hiperativo, reafirmamos
ao pai. “Eu sou
hiperativo, sim!” –
insistiu o Guilherme.
“Você está afirmando
isso” – nós lhe
dissemos. Perguntamos a
ele: “você quer ser
hiperativo?” “Eu não” –
disse ele –, “mas estão
dizendo que sou.” “E de
quanto tempo para cá, só
agora, com treze anos? E
antes?” – perguntamos.
“Como era?” “Sem
reclamações” – disse o
pai. Voltamo-nos para o
Guilherme e perguntamos
como eram suas notas.
“Todas de oitenta para
cima” – disse ele.
“Deixe-nos então
adivinhar” – comentamos
com ele. “Você é muito
inteligente, termina as
tarefas propostas em
cinco minutos, faz tudo
certo e não tem
paciência de ficar
esperando seus colegas
terminarem, levanta-se,
fica inquieto, conversa,
atrapalha os outros.” “É
isso mesmo” – disse ele
– “não tenho paciência,
já falo espanhol, estudo
à tarde por minha conta,
não aguento. Aí,
argumento com os
professores e eles acham
que sou rebelde, sou
hiperativo...”
Temos grande respeito
pelos professores; são
uns verdadeiros heróis
em nosso país, mas aqui
fazemos um relato do que
se passou com o
Guilherme e, salvo
exceções, tem acontecido
muito. Nosso interesse é
apenas esclarecer, não
polemizar. Voltamos para
o pai do Guilherme e
comentamos com ele que
pela avaliação mundial
de ensino o Brasil está
nas últimas colocações,
infelizmente. Dissemos a
ele: “Seu filho é muito
inteligente, isso não
está sendo visto. Ele
precisa ter colegas
muito inteligentes junto
a ele, para ter
estímulos, ou seja,
precisa de uma escola
difícil, porque o nível
de inteligência é alto”.
“Viu, pai, eu não disse?
Faz mais de um ano que
estou pedindo isso!
Minha mãe não quer me
ouvir, insiste que vou
ficar nessa escola até
acabar a oitava série!
Eu quero uma escola mais
difícil!” A rebeldia
estava explicada. Ele
não estava sendo ouvido.
Recomendamos ao pai
algumas escolas de
excelência na região,
que fornecem bolsas de
estudos no fim do ano,
mediante avaliações.
Pedimos a ele que, pelo
bem do Guilherme,
procurasse ajudá-lo no
que necessitava.
Orientamos o Guilherme a
usar a inteligência dele
a seu favor e conquistar
pelo diálogo, pela
educação e pela
gentileza, e não pela
rebeldia, que deporia
contra ele. Após isso,
foi o pai que se voltou
para o filho e lhe
falou: “Viu? Eu não
disse?” Já o havia
aconselhado a isso.
Mandamos um bilhete para
a escola com uma
orientação muito
simples. Se o Guilherme
era tão inteligente que
acabava muito rápido e
não aguentava esperar,
que a professora levasse
material extracurricular
que atraísse sua atenção
e o mantivesse entretido
até seus colegas
terminarem as tarefas.
Nada mais simples!
Esse exemplo ilustra
vários casos que
recebemos semelhantes,
ao longo do ano. Estamos
com uma geração de
crianças brilhantes.
Algumas delas estão
aprendendo a ler
sozinhas com três anos
de idade, sem ajuda de
terceiros e sem estarem
em escolinhas. Temos
casos assim, chegam ao
“pré” sabendo tudo e,
até serem reconhecidos
como superdotados,
alguns perdem o
estímulo, fazem o famoso
“bloqueio”, param tudo,
não vão em frente.
Precisamos reconhecer
nossas crianças
inteligentes, ajudá-las
a desenvolver seu
potencial e ampará-las
para que possam
desenvolver sua
inteligência com o amor
no coração. Inteligência
sem amor pode ser
geradora de sofrimento e
destruição. Essa geração
necessita de muito amor
e muita disciplina.
Espírito desobediente
demais. que se revolta e
não sabe se comportar
aonde vai, pode ser
inteligente, mas está
carente de sentimentos
mais elevados. Ensinemos
nossas crianças a amar
seus semelhantes, para
que tenhamos um mundo
melhor amanhã.
Jesus, o mestre amado,
demonstrou desde o berço
a superioridade moral
que o caracterizava,
antes ensinando do que
precisando aprender,
deixando os doutores do
templo impressionados
com sua sabedoria. Ele é
o governador espiritual
da Terra. A maioria de
nós, seres vinculados ao
planeta, somos muito
necessitados. Precisamos
aprender a amar. O
revoltado demonstra
orgulho, e a humildade é
virtude. Façamos as
avaliações com amor e
ajudemos nossas
crianças, tanto quanto
nós mesmos, a limpar as
arestas de nossos
defeitos, que prejudicam
a luz que brilha em nós.
“Vós sois luzes” – disse
o Mestre. “Que brilhe
vossa luz diante dos
homens.” Apaguemos a
ignorância e teremos um
mundo melhor, mas o amor
deve estar sempre à
frente. Que amemos mais
e sejamos verdadeiros
cristãos. Pensemos
sempre em Jesus, a luz
do mundo. Amemo-nos uns
aos outros e sejamos
felizes por amar.