A lei do amor em
sete regras
Amigo leitor, o
amor, junto com
a humildade são
as duas virtudes
essenciais à
nossa evolução.
Em vista dessa
constatação,
propomos sete
regras básicas
que, se bem
executadas, nos
ajudarão na
prática do amor.
Em nosso
relacionamento
social, é comum
encontrarmos
pessoas com
excelente
audição.
Consequentemente,
falam baixo e,
se alteamos um
pouco a voz
quando com elas
conversamos,
demonstram ficar
incomodadas.
Para quem não
tem uma audição
tão boa, como
ocorre conosco,
por vezes, é
difícil dialogar
com tais
pessoas. Isso
não significa
que devamos
falar aos gritos
com outrem, mas
que precisamos
elevar o nível
de nossa voz à
compreensão
alheia.
Outras criaturas
há que, numa
conversa, falam
o tempo todo,
interrompem seu
interlocutor e
não demonstram o
mínimo interesse
pelo que ouvem.
A essas pessoas,
principalmente,
é que se destina
a primeira
regra:
atenção para
com todos, pois
escutar bem
é mais
importante do
que ouvir bem.
Tais cidadãos
ainda não
aprenderam a
diferença entre
ouvir e
escutar.
Ouvir é
registrar o som,
reagir
mecanicamente
aos estímulos
sonoros externos
a nós. É uma
ação passiva. Já
escutar é
prestar atenção
e buscar
entender esses
sons. É uma ação
ativa, que nos
faculta
interagir com o
que ouvimos.
Ter atenção
para com
todos é
respeitar as
limitações de
cada um. Para
tal, é preciso
não apenas ouvir
outrem, mas
escutá-lo. Há
muita gente que
ouve muito bem e
escuta muito
pouco e há
algumas pessoas
que, mesmo não
ouvindo tão bem,
escutam muito.
Essas últimas
são as pessoas
que estão sempre
atentas e
demonstram
interesse pelo
seu próximo.
A segunda regra
de vivência do
amor é a da
abnegação,
que é o
devotamento ao
próximo. Quando
nós aprendermos
que nossa
felicidade não
prescinde do
desejo sincero
de fazer os
outros felizes,
estaremos nos
libertando de
uma das causas
do nosso
sofrimento: o
egoísmo, que
substituiremos
pelo altruísmo.
Dizem-nos os
Espíritos
superiores
(KARDEC, 2013,
questão 785) que
os maiores
obstáculos ao
nosso progresso
moral são o
orgulho e o
egoísmo. Por
outro lado, o
devotamento ao
próximo, ou a
abnegação, o
desinteresse
pessoal são as
qualidades que
mais demonstram
nossa elevação
espiritual
(idem, q. 893).
Outra qualidade
pouco
exercitada,
quando se é
egocêntrico, é a
discrição.
Há pessoas que
adoram falar de
si mesmas:
"Nunca antes,
como agora, que
estou na chefia
desta casa,
houve tanto
progresso. Todas
essas
conquistas,
espirituais e
materiais
devem-se ao
meu esforço
diuturno para
que a minha
empresa seja a
melhor do
mundo". Frases
como essa são
muito comuns,
quando não se é
discreto, ainda
mesmo que a
afirmação seja
verdadeira.
Enfim, falar de
si mesmo,
exaltando seus
méritos e suas
conquistas
intelectuais e
morais é, no
mínimo, falta de
discrição.
Junto à
qualidade
anterior está a
humildade.
Ser humilde não
é ser humilhado
sem qualquer
reação, mas ser
o servo de todos
e ter o espírito
de serviço e o
de amor ao
próximo como
sentimentos que
norteiam nosso
comportamento na
sociedade. O
maior exemplo de
humildade que
conhecemos foi o
de Jesus que, em
Mateus, 23:12,
nos afirmou: "o
que a si mesmo
se exaltar será
humilhado e o
que a si mesmo
se humilhar será
exaltado". Sua
demonstração
mais emocionante
de como se deve
servir está na
passagem
evangélica
intitulada "lava
pés", contida em
João, 13: 1, 3 a
5 e 12 a 17, em
que lava e
enxuga os pés de
seus discípulos
e lhes recomenda
servir, assim,
ao seu próximo.
Dessa forma, o
humilde está
sempre
preocupado em
não se exaltar,
e, sim, em
valorizar o
semelhante e
jamais parecer
ser mais do que
é. Nunca perde a
modéstia e a
discrição, por
saber que todo
poder emana de
Deus e que tudo,
no mundo físico,
é temporário,
embora seja
também
oportunidade de
elevação do
Espírito.
Outra qualidade
muitíssimo
importante, no
relacionamento
com o próximo, é
o respeito à
autoestima
alheia.
Aqui, a regra
áurea de Jesus
nunca deve ser
esquecida:
"fazer aos
outros aquilo
que gostaríamos
que eles nos
fizessem"
(Mateus, 7:12).
Quando
entendermos o
verdadeiro
sentido dessa
lei áurea que,
segundo Jesus,
resume "toda a
lei e os
profetas", por
simbolizar o
amor em sua
total pureza,
muitas crianças
crescerão sem
problemas
psicológicos,
muitas pessoas
perderão a
timidez para
expressar seu
potencial
espiritual e se
mostrarão
motivadas a
trabalhar
conosco, nos
mais diversos
setores da
sociedade de um
mundo mais
fraterno e
igual.
Temos também a
simplicidade
como outra regra
de bem-estar e
de progresso
extremamente
importante.
Muitas
descobertas
surgiram, no
meio científico,
quando se
encontrou a
solução mais
simples para o
problema a ser
resolvido. Ser
simples não é,
entretanto, ser
simplório, nem
superficial, é
se fazer
entender por
todos sem afetar
superioridade
por meio de
teorias
complexas. Ser
simples é ser
modesto,
relacionar-se
com todas as
pessoas sem
distinções e sem
discriminações
de nenhuma
espécie. É
jamais se
exaltar por
supostas
conquistas
intelecto-morais,
o que também
demonstra falta
de modéstia e de
humildade. As
pessoas simples,
como Chico
Xavier, são
queridas por
todos e sempre
nos transmitem
simpatia e
solidariedade.
Por fim,
precisamos
buscar sempre a
verdade
em todos os
nossos atos. É
essencial ao
nosso
crescimento
espiritual ser
verdadeiros em
tudo o que
pensarmos,
falarmos e
agirmos. Não é
verdadeiro quem
prega a
honestidade, mas
finge que não
viu o
comerciante
dar-lhe um troco
maior do que o
valor da compra.
Não é verdadeiro
quem prega a
tolerância ao
próximo e, no
trânsito,
mostra-se
impaciente para
com outros
motoristas. Não
é verdadeiro
quem recebe
e-mails de
amigos, nem
sempre
oportunos, mas
finge
ignorá-los. Não
é verdadeiro
quem é informado
de uma ligação
telefônica e
manda dizer que
não está ou não
pode atender,
por se sentir
incomodado. E
assim por
diante, nas
mínimas coisas
de seu
cotidiano.
Enfim, não é
verdadeiro quem
recomenda
atitudes
elevadas e não
busca agir de
acordo com isso.
Ser verdadeiro é
assumir os
nossos
princípios de
honestidade e
coerência de
comportamento. É
desse modo que
demonstramos
nossa condição
de homens e
mulheres de bem,
pois tudo isso é
apenas
desdobramento da
lei máxima
ensinada por
Jesus: a Lei do
Amor.
Concluímos
nossas
considerações
com nosso
singelo poema,
que destaca cada
uma das sete
regras propostas
para a vivência
dessa Lei:
Poema do bem
Ame seu próximo,
dê-lhe
atenção,
Pratique a
caridade a cada
dia,
Quem se devota
ao bem é bom
cristão.
Mas o fazer e
agir sempre no
bem,
Com
abnegação,
simplicidade,
São normas
máximas na Terra
e Além.
Amar a si e à
humanidade
inteira
Requer de nós
postura de
humildade,
Requer de nós
conduta
verdadeira.
O domínio
teórico é metade
Dos ensinos que
o Mestre nos
deixou
Na implantação
do império da
Verdade.
Quem age aqui na
Terra com
bondade,
Recomendada há
mais de dois mil
anos,
Caminha firme
para a
santidade.
Fazer o bem nos
torna um homem
bom.
É bom quem faz
brilhar a
própria luz,
Faça, porém, o
bem com
discrição.
Ser bom é
nunca desprezar
ninguém,
É bom quem segue
os passos de
Jesus,
Só vive bem quem
vive para o bem.
Referências:
A BÍBLIA
Sagrada.
Tradução de João
Ferreira de
Almeida. Rio de
Janeiro:
Sociedade
Bíblica do
Brasil, 1969.
KARDEC, Allan.
O Livro dos
Espíritos.
Tradução de
Guillon Ribeiro.
93. ed.
(histórica).
Brasília: FEB,
2013.