JOSÉ ANTÔNIO V.
DE PAULA
depaulajoseantonio@gmail.com
Cambé, PR
(Brasil)
|
|
Arnaldo Rocha:
uma experiência
de vida
Em 2008, no 150º
aniversário de
fundação da
Sociedade
Parisiense de
Estudos
Espíritas e com
o amparo da
Espiritualidade
Maior, foi
fundada a
Fraternidade de
Estudos
Espíritas Allan
Kardec (FEEAK)
para promover
estudos e amparo
espiritista na
Terra, tendo
sempre como leme
a Doutrina
codificada por
Allan Kardec.
Ela mantém o
blog: “Chico
Xavier, Diálogos
Recordações”, de
onde tiramos
esta belíssima
narração feita
sobre um
testemunho de
Arnaldo Rocha
sobre a
desencarnação de
Meimei e seu
encontro com o
médium mineiro.
Ouçamos a
narração:
Em uma noite
inesquecível, o
ilustre
conselheiro da
União Espírita
Mineira e amigo
de Chico Xavier,
Arnaldo Rocha,
proferiu uma
palestra na
abertura da
Semana Chico
Xavier no Grupo
da Fraternidade
Irmã Scheilla,
na capital
mineira. E o
ex-consorte de
Irma de Castro
Rocha, o
encantador
Espírito de
Meimei,
atendendo
prestimosamente
ao convite da
direção desse
tradicional
Centro Espírita,
brindou o
público com
belas histórias
inéditas do
nosso querido
médium de Pedro
Leopoldo, Chico
Xavier.
O Espírita
Mineiro
esteve presente
para registrar o
evento,
reproduzindo
resumidamente o
inesquecível
momento. Uma
cena
significativa.
Arnaldo abre a
sua sacolinha de
plástico,
retirando dela
alguns livros,
papéis e os
distribuiu sobre
a bancada, pediu
para afastar o
microfone,
agradeceu por
estar lá e
começou a sua
exposição.
Inicia a
palestra falando
o que ele era:
de 10 a 24 anos
de idade era
lutador de
jiu-jitsu,
campeão de
natação e pesava
80 quilos de
massa musculosa.
Materialista:
toma lá, dá cá;
um homem não
leva desaforo
para casa.
Contou como
conheceu Irma de
Castro. Sua irmã
a levou à sua
casa. O apelido
dela em casa era
Naná. Foi o
início de uma
grande amizade.
Ele fez questão
de dizer que no
começo era só
amizade. Tinham
muito em comum,
ambos gostavam
muito de ler.
Quando não
podiam comprar
livros, iam à
biblioteca
pública para
ler. Conta o
primeiro dia em
que se beijaram.
Seu modo simples
vai despertando
alegria no
público.
Explicou o
apelido de
Meimei: liam um
livro “Momento
em Pequim” de um
filósofo chinês,
Lyn Yutang, que
havia fugido do
domínio de Mao
Tsé Tung; no
final, no
glossário, o
significado da
palavra Meimei –
“a noiva
bem-amada”.
Contou sobre a
visita à Igreja
São José e da
oração de Meimei
junto à imagem
de Jesus
carregando a
cruz, suplicando
que Arnaldo
deixasse de ser
fanático e
autoritário.
Lembra-se que,
naquela época,
já havia se
acostumado com
as
“esquisitices”
da amada:
pensava que ela
era muito
imaginativa e
meio maluca!
Falou de sua
própria família:
a mãe, Maria
José de São
Domingos Ramalho
Rocha, católica,
mas que via
Espíritos; o
irmão, Geraldo,
era espírita.
Conta que,
quando foi à
Igreja marcar o
casamento, o
padre quis saber
se ele era
católico. Ele
disse que não e
o padre se negou
a casá-lo. Ele
abriu o talão de
cheques e o
padre resolveu
aceitar. Depois
do casamento, ao
entrarem na casa
nova, Meimei
prosseguiu de
joelhos. Ele
perguntou por
que ela estava
fazendo aquilo e
ela respondeu
que era para
agradecer a Deus
pela casa. Ele
rebate: “O que é
isso! Foi muito
suor no trabalho
para conseguir
essa casa! Eu
trabalhei muito
pra isso!”
Sua franqueza
despertou muitos
sorrisos na
assistência.
Arnaldo Rocha,
com a voz
embargada pela
emoção,
discorreu sobre
o final de seu
casamento, com a
partida de
Meimei para o
plano
espiritual. Suas
expressões
revelavam
sinceridade e
ternura que a
cada instante
cativavam o
público atento.
“Amigos, falou
pausadamente,
não fui ao
enterro de minha
querida esposa,
e nem me
preocupei com o
local. Conheci a
placa que sua
mãe e irmãs
mandaram fazer
para ela, no
Cemitério do
Bonfim, 44 anos
depois! Essa foi
a maneira de
viver minha dor.
Eu era
materialista e
nada me
importava. Não
culpava a
ninguém, pois na
visão
materialista a
fatalidade vem
para todos:
plantas,
animais… por que
não para os
homens?”
A depressão não
tardou e cheguei
a pesar 54
quilos; falavam
que eu estava
com tuberculose.
Confesso, não
foi fácil entrar
em nossa casa
“sozinho”. Fui
recordando das
maluquices de
Meimei,
antevendo aquela
situação de
profunda
melancolia e de
solidão
inarredável que
passou a fazer
parte dos meus
dias. Então o
mundo espiritual
iniciou uma
intervenção
maravilhosa em
minha vida.
Um temporal
levou-me à casa
do mano, no 11º
dia do
desencarne de
Meimei. Quando
entrei,
ensopado,
deparei com um
grupo de pessoas
à mesa, então
pensei: “Ih!
Eles vão fazer
uma sessão
espírita!”.
Entre os
participantes,
uma velha amiga
da família, Eny
Fassanelo.
Costumo brincar:
Era uma senhora
italiana “mais
enrugada que um
maracujá”.
Pronunciava um
português
“macarrônico”.
Então apagaram a
luz. Eram quatro
pessoas de um
lado, quatro do
outro, o mano em
uma cabeceira e
D. Eny na outra.
Então fiquei sem
ter como sair.
Colocaram-me na
ponta da mesa,
perto da médium.
Após alguns
minutos teve
início o transe
mediúnico,
através de D.
Eny. Confesso
que nos 50 anos
de Espiritismo e
de reuniões
mediúnicas, nem
com o Chico
presenciei um
fenômeno de
transfiguração
tão exuberante
como o dessa
noite! O rosto
enrugado aos
poucos foi
ficando lisinho,
com aparência de
20 anos de
idade, um
maracujá
verdinho. O
Espírito tira o
casaquinho da
mesma maneira
que Meimei
fazia. Depois
inicia a fala
pronunciando ‘rialmente’,
palavra que
Meimei dizia com
dificuldade. A
frase dita foi:
‘rialmente o meu
Sozinho não vai
entender’.
Neste ponto
Arnaldo,
pausadamente,
explica o porquê
do apelido de
Sozinho: como
ela dizia que a
avó viria
buscá-la, sabia
que ele iria
ficar “sozinho”.
Relata, muito
rapidamente, os
outros fatos da
reunião desse
dia e de uma
outra reunião
que aconteceu no
mesmo horário
com a
coordenação do
Dr. Camilo
Chaves, relatos
que vieram
corroborar a
autenticidade do
fenômeno e o
início da sua
conversão ao
Espiritismo.
Com um cativante
sorriso, ele
conta o seu
inesquecível
encontro com
Chico Xavier.
“Subia a Avenida
Santos Dumont,
em Belo
Horizonte, e,
para desviar de
duas senhoras,
esbarrei no
Chico. Quase
joguei o jovem
médium e os seus
pertences no
chão. Ao
desculpar-me
entregando a
pasta para
Chico, este
passa a mão em
meu rosto, em
minha cabeça (aí
eu pensei: Mas
que intimidade é
esta? Ele nem me
conhece! – e a
plateia ri).
Chico coloca a
mão no meu
ombro, aperta-o
(um gesto comum
do futuro amigo)
e pediu a foto
‘da nossa
princesa’ que eu
guardava na
carteira. Chico
disse:
‘Naldinho, não é
assim que Meimei
lhe chamava? Ela
está aqui’.
Amigos, eu
fiquei
estuporado,
diante do
inexplicável,
por não conhecer
a mediunidade da
clarividência.”
O contador de
Histórias dá uma
parada, bebe um
pouco de água.
Reinicia as
recordações,
inserindo o seu
grande amigo
Francisco
Cândido Xavier,
em suas
narrativas.
Fonte:
http://chico-xavier.com/dialogos-e-recordacoes/