Em carta dirigida a esta
revista e publicada nesta
mesma edição, o leitor
Salustiano Francisco de
Oliveira, de Curitiba (PR),
pergunta-nos: Qual a
diferença entre Alma e
Espírito?
Essa questão foi tratada por
Kardec em três diferentes
momentos na obra fundamental
do Espiritismo – O Livro
dos Espíritos.
Inicialmente, definindo o
termo Alma, ele escreveu:
“Julgamos mais lógico
tomá-lo na sua acepção
vulgar e por isso chamamos
Alma ao ser imaterial e
individual que em nós reside
e sobrevive ao corpo. Mesmo
quando esse ser não
existisse, não passasse de
produto da imaginação, ainda
assim fora preciso um termo
para designá-lo.”
(O Livro dos Espíritos,
Introdução, II.)
Mais à frente, na mesma
Introdução, ele complementou
a definição:
“A Alma é um Espírito
encarnado, sendo o corpo
apenas o seu envoltório.
Há no homem três coisas: 1º,
o corpo ou ser material
análogo aos animais e
animado pelo mesmo princípio
vital; 2º, a alma ou ser
imaterial, Espírito
encarnado no corpo; 3º, o
laço que prende a alma ao
corpo, princípio
intermediário entre a
matéria e o Espírito.”
(L.E., Introdução, VI.)
No terceiro momento, quando
redigiu as questões 134 e
135 da mesma obra, ele
publicou as informações
seguintes:
134. Que é a alma? “Um
Espírito encarnado.”
a) Que era a alma antes de
se unir ao corpo?
“Espírito.”
b) As almas e os Espíritos
são, portanto, idênticos, a
mesma coisa? “Sim, as almas
não são senão os Espíritos.
Antes de se unir ao corpo, a
alma é um dos seres
inteligentes que povoam o
mundo invisível, os quais
temporariamente revestem um
invólucro carnal para se
purificarem e esclarecerem.”
135. Há no homem alguma
outra coisa além da alma e
do corpo? “Há o laço que
liga a alma ao corpo.”
a) De que natureza é esse
laço? “Semimaterial, isto é,
de natureza intermédia entre
o Espírito e o corpo. É
preciso que seja assim para
que os dois se possam
comunicar um com o outro.
Por meio desse laço é que o
Espírito atua sobre a
matéria e reciprocamente.”
(O Livro dos Espíritos,
questões 134 e 135.)
À vista do exposto, parece
claro que Alma e Espírito
são denominações de um mesmo
elemento. Quando o ser se
encontra encarnado, dir-se-á
alma. Quando desencarnado,
dir-se-á Espírito.
Referindo-nos a alguém que
se encontra em nosso meio,
diremos então:
- Meu amigo João é uma alma
boa.
Quando João tiver feito a
passagem para a vida
espiritual, a frase será
diferente:
- Meu amigo João é um bom
Espírito.
Ocorre que, anos depois, o
codificador do Espiritismo
reavaliou o assunto e deu
aos dois termos – Alma e
Espírito – um significado
diferente, que nos parece
também mais apropriado.
Segundo o novo entendimento
do codificador, expresso em
um texto publicado na
Revista Espírita de 1864
(tradução de Júlio Abreu
Filho, Edicel, págs. 138 e
139), a Alma é o princípio
inteligente, imperceptível e
indefinido como o pensamento
e que não é possível
conceber isolado da matéria
de maneira absoluta.
É o corpo espiritual – ou
perispírito – que faz dela
um ser definido, limitado e
circunscrito à sua
individualidade espiritual.
A união da Alma, do
perispírito e do corpo
material constitui o HOMEM.
A Alma e o perispírito,
quando separados do corpo
físico, constituem o
ESPÍRITO.
Em síntese:
-
a Alma é o ser simples,
primitivo
-
o Espírito é o ser duplo
-
o homem é o ser triplo.
Nas manifestações espíritas
não é, pois, a alma que se
apresenta isoladamente. Ela
está sempre revestida do seu
envoltório fluídico.
Trata-se, pois, de um
Espírito. Nas aparições de
Espíritos, não se vê a alma,
mas sim o corpo espiritual
que a reveste, do mesmo modo
que, quando se vê um ser
encarnado, vemos seu corpo,
mas não a alma que o faz
agir.
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