Cem por um
Eurípedes
Barsanulfo
(Espírito)
Ócio, em
qualquer parte,
constitui
esbanjamento.
Tudo vibra em
perpétua
movimentação,
sem vácuo ou
inércia na
substância das
coisas.
O
corpo humano e o
corpo espiritual
são construções
divinas a se
estruturarem
sobre forças que
se combinam e
trabalham
constantemente
em dinamismo
santificante.
Sejamos, por
nossa vez, peças
atuantes do
Evangelho Vivo,
demonstrando que
o serviço é
condição de
saúde eterna.
Insculpe por
onde passes o
rasto luminoso
do entendimento.
Edifica o bem,
seja escutando o
riso dos felizes
ou assinalando o
soluço dos
companheiros
desditosos,
criando
rendimento nos
tesouros
imperecíveis da
alma.
Ampara e ajuda a
todos, desde a
criança
desvalida,
necessitada de
arrimo e luz
para o coração,
até o peregrino
sem teto,
hóspede errante
das árvores do
caminho.
Conserva por
medalhas de
mérito os calos
nas mãos que
abençoam
servindo, a
fadiga nos
músculos que
auxiliam com
entusiasmo, o
suor na fronte
que colabora
pela felicidade
de todos e os
rasgões que te
recordam as
feridas
encontradas no
cumprimento de
austeras
obrigações.
Oremos na
atividade
construtiva que
não descansa.
Cantemos ao
ritmo da
perseverança
feliz.
Respiremos no
hausto da
solidariedade
sem mescla.
A
caridade
converte o
sacrifício em
deleite, o
cansaço em
repouso, o
sofrimento em
euforia.
Ar puro desfaz
as emanações
malsãs; água
límpida dissolve
os detritos da
sombra; sol
matinal dissipa
as trevas...
Mãos vazias ou
cabeça
desocupada
denunciam
coração ocioso.
Sê companheiro
da aurora,
despertando
junto com o dia
nas obras de
paciência e
bondade,
sustento e
elevação.
A
seara do Senhor
no solo
infatigável do
tempo guarda
riquezas
inexploradas e
filões
opulentos.
Aquele que grafa
uma página
edificante,
semeia um bom
exemplo, educa
uma criança,
fornece um
apontamento
confortador,
entretece uma
palestra nobre
ou estende uma
dádiva,
recolherá, cem
por um, todos os
grãos de amor
que lançou na
sementeira do
Eterno Bem,
laborando com a
Vida para a
Alegria Sem Fim.
Do livro
Ideal Espírita,
obra mediúnica
psicografada
pelo médium
Francisco
Cândido Xavier.