JOSÉ LUCAS
jcmlucas@gmail.com
Óbidos, Portugal
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Liberdade de
(ex)pressão?
O terrorismo está na
Terra, depois dos
ataques terroristas em
França, neste janeiro de
2015. As TV’s e os
jornais, paradoxalmente,
esqueceram mais de 2 mil
mortos na Nigéria,
vítimas do terrorismo,
em cinco dias,
curiosamente na mesma
altura em que, em
França, eram mortas 20
pessoas. Quase todos os
Chefes de Estado rumaram
à França, indignados.
Nenhum foi à Nigéria…
Estávamos numa mesa de
café a saborear um
cafezinho bem português,
quando íamos ouvindo a
conversa na mesa ao
lado, em torno do tema
em epígrafe.
Desenrolavam-se
argumentos a favor e
contra esta ou aquela
situação, se os
“cartoons” satíricos
eram oportunos ou não,
se as vidas de 20
franceses valiam mais
que 2 mil vidas
nigerianas, entre muitas
outras observações que
patenteavam o estado
social explosivo em que
vivemos no planeta
Terra.
Das soluções
preconizadas para
resolver tão dramático
problema, todas elas
envolviam a violência,
como solução para a…
violência.
Os problemas sociais,
bem como as leis criadas
pelo ser humano, neste
ou naquele país, têm as
suas raízes no íntimo do
Homem, daí que, qualquer
solução para os dramas
sociais que temos no
quotidiano passa
inevitavelmente pelo
íntimo de cada um de
nós.
Queremos ser livres, ter
liberdade de expressão,
mas quando é para os
outros que pensam de
maneira diferente,
utilizamos, sim, a
liberdade de… pressão.
Queremos que os outros
pensem como nós, falem
como nós, ajam como nós.
Somos intolerantes com a
diferença, exigindo dos
outros aquilo que eles
não podem dar. Daí, à
violência, é um passo.
Começa no lar e
arrasta-se às relações
sociais e relações entre
Estados.
Queremos ser
respeitados, mas não
respeitamos os outros.
Quando nos desrespeitam,
invocamos o direito ao
respeito, quando as
nossas atitudes são
colocadas em causa,
invocamos a liberdade de
expressão.
Ser livre é
essencialmente estar em
paz consigo mesmo e com
os outros.
Ser livre é ter
serenidade que flui do
bem-estar interior que,
por sua vez, vem da
noção do dever cumprido
e da consciência
tranquila.
Queremos uma sociedade
pacífica, e somos
belicosos.
Queremos uma sociedade
honesta e igualitária, e
roubamos, enganamos.
Queremos oportunidades
iguais, mas buscamos
sempre mais e o melhor
para nós, em detrimento
do próximo.
Queremos paz no mundo, e
semeamos guerras
(mentais, nos
sentimentos, nas
atitudes…).
Só com o
respeito pela opinião
alheia, com pensamentos,
sentimentos e atitudes
pacificadas,
conseguiremos
ter paz no Mundo
A Doutrina Espírita ou
Espiritismo (que não é
mais uma seita nem mais
uma religião) vem trazer
à Humanidade a noção de
espiritualidade sadia,
independentemente do
local onde vivamos no
planeta Terra, das
nossas convicções.
O Espiritismo ensina-nos
que só seremos mais
felizes quando semearmos
a felicidade… dentro de
nós.
Para isso, urge que cada
um faça aos outros o que
desejaria que lhe
fizessem, se estivesse
no lugar do outro.
O Espiritismo ensina-nos
que “fora da caridade
não há salvação”,
demonstrando que somente
a fraternidade, o
auxílio mútuo,
desinteressado, geram
atitudes e pensamentos
elevados que nos
conduzam a patamares
superiores de
espiritualidade.
O Espiritismo ensina-nos
que devemos respeitar o
próximo, aceitá-lo como
ele é (sem ser conivente
com o erro), auxiliar ao
invés de criticar,
amparar ao invés de
acusar, conversar ao
invés de gritar, colocar
o bem comum acima do bem
pessoal.
A decisão é nossa, a de
estagnarmos na evolução
intelectual e moral,
encharcando-nos no ódio,
na discórdia, na
intolerância, ou a de
evoluirmos por dentro,
pacificando sentimentos,
pensamentos e tendo
atitudes fraternas,
semeando assim um futuro
mais pacificado dentro
de nós e ao nosso redor.
Quando sairmos da ilha
do egoísmo que nos
destrói e conseguirmos
sentir carinho por
aquele que nos
hostiliza, que de nós
discorda, e soubermos
entender que, apesar de
tudo, são apenas
opiniões que passam, mas
que são seres humanos
imortais como nós,
então, estaremos a
caminho de uma sociedade
mais pacificada, pondo
em prática os
ensinamentos de Jesus de
Nazaré (que são
universais): “não faças
ao outro o que não
gostarias que te
fizessem” e “amar o
próximo como a si
mesmo”.
Utopia?
Depende de nós!
A cada um de acordo com
as suas obras…