MILTON MEDRAN
medran@via-rs.net
Porto Alegre, RS
(Brasil)
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Paris, janeiro de 2015
Loucos ou covardes?
Como classificar pessoas
como os autores dos atos
terroristas de Paris?
Crentes ou dementes?
É difícil admitir que
algum tipo de fé
religiosa possa
justificar tanta
barbárie.
Como entender a alma e a
mente de indivíduos
assim?
Quando o fanatismo, seja
religioso, ideológico ou
político, passa a
habitar a alma humana,
sua mente se fecha para
a razão. Renunciar à
razão é negar o divino
que está em nós. Nada
identifica melhor a
presença da divindade no
interior da alma humana
do que o cultivo da
razão. Raciocinar é
aprender a ler o grande
livro da Natureza.
Nenhum livro sagrado é
mais rico do que o
repertório de leis
naturais gravadas na
consciência imortal do
ser humano.
Homens ou feras?
Foram necessários alguns
séculos de civilização
para que inteligência e
ética se encontrassem,
dando lugar ao
reconhecimento dos
direitos fundamentais do
homem. Valores como
igualdade e liberdade,
frutos da fraternidade,
fizeram nascer a
dignidade. Respeito à
vida, à integridade, às
ideias, às crenças e
sentimentos do outro é o
que define o ser humano,
distinguindo-nos da fera
que já fomos.
Desencanto ou esperança?
Episódios assim geram
mais perguntas do que
respostas. Mas o tempo
age sempre em favor do
homem. Ele transmuda
ignorância em
aprendizado e ódio em
amor.
Milton Rubens Medran
Moreira, jornalista,
escritor, advogado, é
presidente do Centro
Cultural Espírita de
Porto Alegre (RS).