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O Espiritismo responde
Ano 8 - N° 399 - 1° de Fevereiro de 2015
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 
BLOG
ESPIRITISMO SÉCULO XXI
 


 
O leitor Ronildo P. de C. Silva, de João Pessoa, PB, em carta publicada nesta mesma edição, pergunta-nos: 

Como se deve entender Eclesiastes 9:5-6 e Hebreus 9:27 que as religiões tanto usam para negar a comunicação do mundo espiritual com o mundo físico e a reencarnação? 

Reproduzimos os textos bíblicos mencionados:

“Ora, para aquele que está entre os vivos há esperança (porque melhor é o cão vivo do que o leão morto). Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento. Também o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram, e já não têm parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.” (Eclesiastes, 9:4-6.)

“E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.” (Hebreus, 9:27-28.)

Nos textos citados pelo leitor não há referência nenhuma, nem direta nem indireta, à comunicação entre nós e os Espíritos. Não sabemos, portanto, por que são eles utilizados, se é que o são, para negar o intercâmbio entre o homem e a espiritualidade.

No tocante à reencarnação sugerimos ao leitor que leia as informações contidas no excelente livro "A Reencarnação no Evangelho", escrito por Hugo Alvarenga Novaes e publicado pela EVOC - Editora Virtual O Consolador, o qual pode ser baixado sem custo nenhum em nosso site. Eis o link que remete ao livro: http://www.oconsolador.com.br/editora/1a50/A_Reencarnacao_no_Evangelho.htm

Os dois temas reencarnação e intercâmbio entre nós e os chamados mortos já foram examinados nesta revista em inúmeras oportunidades.

No tocante à comunicação com os Espíritos, utilizar os livros bíblicos citados e quaisquer outros textos das Escrituras para negar os fatos é algo que não se compreende, uma vez que a passagem do Cristo pela Terra revela, a cada passo, seu intercâmbio constante com o Plano Superior, seja em colóquios com os emissários de elevada estirpe, seja dirigindo-se aos aflitos desencarnados, no socorro aos obsidiados, como também à equipe de companheiros, aos quais se apresentou em pessoa, depois da morte. Além disso, os cristãos não ignoram que, segundo a Bíblia, Jesus foi visitado, momentos antes de ser preso, pelos Espíritos de Elias e Moisés.

Há, portanto, coisas no seio de algumas religiões que não é possível entender.

Claro que sabemos que existem teólogos e padres em grande número que negam a reencarnação e a manifestação dos Espíritos.

É bom, no entanto, que todos saibam que frei Boaventura Kloppenburg, o mais ferrenho adversário que o Espiritismo já teve em nosso país, o padre Gino Concetti, comentarista do Osservatore Romano, órgão oficial do Vaticano, e o padre François Brune, autor do livro "Os Mortos nos Falam", admitem os fatos mediúnicos e as relações entre nós e os mortos. Enfatize-se: entre nós e os mortos, não entre nós e os demônios, porque estes, felizmente, não existem.

Em entrevista concedida à Rede Globo de Televisão e, antes, à agência Ansa, o padre Gino Concetti tornou público o que pensa com relação à mediunidade e às relações entre nós e os Espíritos.

Disse então o padre Concetti que a Igreja não somente admite a comunicação com os mortos, como reconhece que ter um contato com a alma dos entes queridos que já partiram para o Além pode aliviar os que tenham, porventura, ficado perturbados com esse transe.

"Segundo o catecismo moderno – explicou o teólogo – Deus permite aos nossos caros defuntos que vivem na dimensão ultraterrestre enviar mensagens para nos guiar em certos momentos da vida. Após as novas descobertas no domínio da psicologia sobre o paranormal, a Igreja decidiu não mais proibir as experiências do diálogo com os falecidos, sob a condição de que elas sejam levadas com uma finalidade séria, religiosa e científica."

Em face de depoimento tão claro a respeito das relações entre nós e os que partiram, não causa surpresa nenhuma o que frei Boaventura Kloppenburg, anos antes, havia escrito em seu livro "Espiritismo e Fé", no qual afirma que os católicos admitem, como nós admitimos:

a) que os falecidos não rompem seus laços com os que ainda vivem na Terra;

b) que eles podem, portanto, nos socorrer e ajudar;

c) que os Espíritos desencarnados podem manifestar-se ou comunicar-se perceptivelmente conosco;

d) que tais manifestações podem ser de dois tipos: espontâneas e provocadas. As espontâneas são as que têm sua origem ou iniciativa no Além, como a do anjo Gabriel (Lucas, 1:26-38). As provocadas são as que têm sua iniciativa no mundo físico, como, por exemplo, o caso do rei Saul, que evocou Samuel por meio da pitonisa de Endor (Samuel, 28:3-25).

Quanto ao padre François Brune, conhecido pesquisador e divulgador da chamada Transcomunicação Instrumental, seu livro “Os mortos nos falam” vem sendo, desde a semana passada, objeto de estudo em nossa revista e, portanto, o que dissemos a respeito dele poderá ser conferido a cada semana por aqueles que insistem em negar o óbvio, seja por desconhecimento, seja por teimosia, o que é profundamente lamentável.

Clicando em http://www.oconsolador.com.br/ano8/398/classicosdoespiritismo.html é possível acessar e ler a parte inicial do mencionado estudo.

 


 
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