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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 399 - 1° de Fevereiro de 2015

WAGNER IDEALI 
wagner.ideali@terra.com.br
Guarulhos, SP (Brasil)

 
 
 

O trabalhador voluntário

“A obra da Caridade tudo transforma em favor do bem.” – Emmanuel.

 

Que sentimento é esse que anima certas pessoas a usar parte de seu tempo num trabalho voluntário?

Maria do Carmo tinha sérios problemas em casa, no trabalho, no relacionamento e consigo mesma. Vivia uma vida com sérias perturbações de caráter material e espiritual. Procurou um médico, consultou os amigos e parece que nada dava certo. Estava realmente perdida dentro dos seus pensamentos, perturbada e desolada com tudo.

Um dia uma amiga lhe disse:

– Maria, por que você não procura um Centro Espírita e “toma uns passes”?

– Está ficando louca? Eu não vou me envolver com essas coisas! – disse Maria.

Após pensar melhor, ela decidiu ir. “Ora bolas, por que não tentar? Quem sabe eu encontro lá algo que me ajude”, pensou Maria.

Foi com a amiga ao Centro Espírita “Luz e Amor” e lá encontrou o Sr. Antunes de Souza, que lhe mostrou como funcionava a casa, a biblioteca, o trabalho voluntário, os passes, enfim, a casa toda, e lhe disse:

– Minha irmã, venha fazer uma “consulta”, que depois a encaminharemos para um atendimento.

Maria, um pouco receosa ainda, mesmo assim foi à consulta, explicou seus problemas e dificuldades, e iniciou o tratamento.

Frequentar o tratamento foi muito difícil, sempre aparecia um contratempo, algo para atrapalhar, mas ela foi firme ao seu propósito de cura.

Após o tratamento, ela já se sentia muito melhor, assistia às palestras, estava lendo dois livros espíritas que a cativavam por inteiro. As lições de Jesus dentro da ótica espírita iluminavam o seu ser.

Foi convidada a participar do curso de “Aprendizes do Evangelho”, e, após o curso, a ajudar em alguma atividade no centro espírita.

Que alegria, enfim! Encontrara o seu caminho. O Espiritismo libertador era o de que ela precisava em sua vida.

Ao terminar o curso, passou a trabalhar na assistência de passes.

Agora, Maria do Carmo era outra pessoa. Sua vida em casa estava melhor, no trabalho, no relacionamento... Então, pensou: “minha amiga estava certa; bendito o dia em que vim para o Centro Espírita”.

Conversando com o Sr. Antunes quis agradecer a cura que o Centro Espírita tinha lhe proporcionado. Queria agradecer de todas as formas esta ajuda que recebera do Centro, e saber como poderia recompensá-lo.

O Sr. Antunes de Souza, olhando profundamente nos seus olhos, lhe disse:

– Minha irmã, o nosso Centro nada fez de especial a não ser encaminhá-la, com a assistência dos nossos amigos espirituais, dentro dos ensinos do nosso Mestre Jesus. Os Espíritos, nesses ensinamentos, mostram o caminho, e você, no trabalho, o está seguindo. Mas, veja bem! O trabalho voluntário vai exigir de você perseverança, renúncia, estudo constante e muito amor no coração. No momento, tudo parece fácil e bonito, mas o que você está vivendo agora é uma nova fase em sua vida. Terá momentos muito difíceis, provas amargas de renúncia, amor, perdão. Como acontece na sua vida privada, aqui, no trabalho voluntário, também acontecerá. A lua de mel entre você e o Centro vai passar, e você entrará na vida real desse casamento. Daí, então, é o momento de começar o amor entre você e o Centro Espírita.

Maria escutou profundamente os conselhos e a advertência do Sr. Antunes.

Com o tempo as situações difíceis vieram: a necessidade de estudos mais aprimorados, a intensificação do trabalho que às vezes a levava a pensar em parar com o voluntariado. Parece que aqueles dias maravilhosos tinham se acabado.

Ao chegar a casa abriu o Evangelho e a lição que foi lida era a passagem de Jesus que dizia: “Aquele que quiser me seguir, que carregue a sua cruz”. Ela enfim entendeu que o trabalho estava ali, uma oportunidade estava sendo oferecida, cabia a ela aceitar ou não.

Entre sorrisos e lágrimas, Maria do Carmo arregaçou as mangas e continuou o trabalho, a bendita luta que lhe era oferecida.

Assim, quando um trabalhador voluntário – seja onde for e como for – estiver executando uma atividade que aceitou fazer sem qualquer tipo de pagamento, a não ser apenas a vontade de ajudar o semelhante, de alguma forma, temos aí o verdadeiro trabalhador da última hora, ensinado pelo nosso Mestre Jesus.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita