WAGNER IDEALI
wagner.ideali@terra.com.br
Guarulhos, SP
(Brasil)
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O trabalhador voluntário
“A obra
da Caridade tudo
transforma em favor do
bem.” – Emmanuel.
Que sentimento é esse
que anima certas pessoas
a usar parte de seu
tempo num trabalho
voluntário?
Maria do Carmo tinha
sérios problemas em
casa, no trabalho, no
relacionamento e consigo
mesma. Vivia uma vida
com sérias perturbações
de caráter material e
espiritual. Procurou um
médico, consultou os
amigos e parece que nada
dava certo. Estava
realmente perdida dentro
dos seus pensamentos,
perturbada e desolada
com tudo.
Um dia uma amiga lhe
disse:
– Maria, por que você
não procura um Centro
Espírita e “toma uns
passes”?
– Está ficando louca? Eu
não vou me envolver com
essas coisas! – disse
Maria.
Após pensar melhor, ela
decidiu ir. “Ora bolas,
por que não tentar? Quem
sabe eu encontro lá algo
que me ajude”, pensou
Maria.
Foi com a amiga ao
Centro Espírita “Luz e
Amor” e lá encontrou o
Sr. Antunes de Souza,
que lhe mostrou como
funcionava a casa, a
biblioteca, o trabalho
voluntário, os passes,
enfim, a casa toda, e
lhe disse:
– Minha irmã, venha
fazer uma “consulta”,
que depois a
encaminharemos para um
atendimento.
Maria, um pouco receosa
ainda, mesmo assim foi à
consulta, explicou seus
problemas e
dificuldades, e iniciou
o tratamento.
Frequentar o tratamento
foi muito difícil,
sempre aparecia um
contratempo, algo para
atrapalhar, mas ela foi
firme ao seu propósito
de cura.
Após o tratamento, ela
já se sentia muito
melhor, assistia às
palestras, estava lendo
dois livros espíritas
que a cativavam por
inteiro. As lições de
Jesus dentro da ótica
espírita iluminavam o
seu ser.
Foi convidada a
participar do curso de
“Aprendizes do
Evangelho”, e, após o
curso, a ajudar em
alguma atividade no
centro espírita.
Que alegria, enfim!
Encontrara o seu
caminho. O Espiritismo
libertador era o de que
ela precisava em sua
vida.
Ao terminar o curso,
passou a trabalhar na
assistência de passes.
Agora, Maria do Carmo
era outra pessoa. Sua
vida em casa estava
melhor, no trabalho, no
relacionamento... Então,
pensou: “minha amiga
estava certa; bendito o
dia em que vim para o
Centro Espírita”.
Conversando com o Sr.
Antunes quis agradecer a
cura que o Centro
Espírita tinha lhe
proporcionado. Queria
agradecer de todas as
formas esta ajuda que
recebera do Centro, e
saber como poderia
recompensá-lo.
O Sr. Antunes de Souza,
olhando profundamente
nos seus olhos, lhe
disse:
– Minha irmã, o nosso
Centro nada fez de
especial a não ser
encaminhá-la, com a
assistência dos nossos
amigos espirituais,
dentro dos ensinos do
nosso Mestre Jesus. Os
Espíritos, nesses
ensinamentos, mostram o
caminho, e você, no
trabalho, o está
seguindo. Mas, veja bem!
O trabalho voluntário
vai exigir de você
perseverança, renúncia,
estudo constante e muito
amor no coração. No
momento, tudo parece
fácil e bonito, mas o
que você está vivendo
agora é uma nova fase em
sua vida. Terá momentos
muito difíceis, provas
amargas de renúncia,
amor, perdão. Como
acontece na sua vida
privada, aqui, no
trabalho voluntário,
também acontecerá. A lua
de mel entre você e o
Centro vai passar, e
você entrará na vida
real desse casamento.
Daí, então, é o momento
de começar o amor entre
você e o Centro
Espírita.
Maria escutou
profundamente os
conselhos e a
advertência do Sr.
Antunes.
Com o tempo as situações
difíceis vieram: a
necessidade de estudos
mais aprimorados, a
intensificação do
trabalho que às vezes a
levava a pensar em parar
com o voluntariado.
Parece que aqueles dias
maravilhosos tinham se
acabado.
Ao chegar a casa abriu o
Evangelho e a lição que
foi lida era a passagem
de Jesus que dizia:
“Aquele que quiser me
seguir, que carregue a
sua cruz”. Ela enfim
entendeu que o trabalho
estava ali, uma
oportunidade estava
sendo oferecida, cabia a
ela aceitar ou não.
Entre sorrisos e
lágrimas, Maria do Carmo
arregaçou as mangas e
continuou o trabalho, a
bendita luta que lhe era
oferecida.
Assim, quando um
trabalhador voluntário –
seja onde for e como for
– estiver executando uma
atividade que aceitou
fazer sem qualquer tipo
de pagamento, a não ser
apenas a vontade de
ajudar o semelhante, de
alguma forma, temos aí o
verdadeiro trabalhador
da última hora, ensinado
pelo nosso Mestre Jesus.