ALESSANDRO VIANA
VIEIRA DE PAULA
vianapaula@uol.com.br
Itapetininga,
SP(Brasil)
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150 anos da obra
“O Céu e o
Inferno”
O obra “O Céu e
o Inferno ou A
Justiça Divina
segundo o
Espiritismo” é o
quarto livro do
chamado
“pentateuco de
Kardec” (há
cinco livros que
compõem as
chamadas “obras
básicas da
codificação
espírita”) e foi
lançado em Paris
no mês de agosto
de 1865,
portanto, este
ano, em que se
comemoram os 150
anos de
lançamento dessa
obra, cabe aos
espíritas a
excelente
oportunidade de
estudar com
profundidade as
valiosas lições
do livro em
questão.
O livro, segundo
o próprio Allan
Kardec, contém
“o exame
comparado das
doutrinas sobre
a passagem da
vida corporal à
vida espiritual,
as penas e as
recompensas
futuras, os
anjos e os
demônios, as
penas eternas,
etc., seguido de
numerosos
exemplos sobre a
situação real da
alma durante e
após a morte”.
Anote-se que
Allan Kardec
dividiu
pedagogicamente
o livro em duas
partes. A
primeira
enfrenta as
questões
relacionadas aos
locais onde a
alma ficaria
após a morte e
os assuntos
correlatos, como
anjos e
demônios, as
penas eternas e
as penas futuras
segundo o
espiritismo,
etc. A segunda
parte traz a
narrativa dos
espíritos que se
encontram em
diversas
situações no
mundo
espiritual,
desde que
aqueles que são
felizes e outros
que estão em
sofrimento,
arrependidos ou
não.
Dessa forma, o
livro
aprofunda-se em
questões
primordiais, de
cunho
filosófico-religioso,
porque
responderá
dúvidas
milenares a
respeito da
morte e do que
acontece logo
após a sua
ocorrência,
demonstrando que
os conceitos
exarados pelas
doutrinas
judaico-cristã
em torno do céu
e do inferno e
do destino da
alma após a
morte estão
equivocados.
Vale a pena
conferir a
lógica exposta
por Allan Kardec
ao refutar os
conceitos
convencionais de
céu, de inferno
e de purgatório,
bem como as
ideias errôneas
a respeito do
demônio e de sua
intervenção
sobre as
criaturas
humanas.
O Espiritismo
parte da
premissa de que
Deus é amor
infinito e
soberanamente
justo, portanto,
não poderia
gerar um local
de sofrimento
eterno e não
criaria
espíritos em
condições de
privilégio,
como, por
exemplo, os
anjos, os
serafins, os
querubins e os
arcanjos.
Vamos entendendo
que somos o
autor do nosso
destino e que
fomos criados
simples e
ignorantes, de
forma que todos,
sem exceção,
atingiremos a
plenitude, sendo
que poderemos
retardar ou
apressar esse
estado evolutivo
da alma, através
dos acertos ou
erros, e a
reencarnação é o
método
pedagógico
criado por Deus
para permitir
que essa
fatalidade
divina, a
perfeição
relativa,
aconteça para
todos.
Assim sendo, céu
e inferno não
são locais
geográficos, mas
são estados
íntimos da alma,
quer ela esteja
no corpo ou fora
dele.
Todo erro, por
mais grave que
seja, é passível
de reparação,
podendo o
espírito, a
partir do
arrependimento,
refazer seu
caminho e
prosseguir na
estrada da
evolução.
Imaginemos
quanto consolo o
Espiritismo
oferta aos
familiares de um
suicida, de um
criminoso
contumaz, de uma
pessoa com
desvios morais,
porque ensina
que nenhum
investimento de
amor é perdido e
que eles terão
infinitas
oportunidades de
conquistarem a
felicidade,
sendo que as
preces
intercessoras
serão
valiosíssimas
nesse processo
de recuperação,
por revigorar o
ânimo deles.
Existe, sim,
locais de
sofrimento na
erraticidade,
mas são estados
transitórios,
porque os
benfeitores
espirituais lá
estão
trabalhando,
socorrendo os
espíritos
arrependidos.
Existe, também,
locais de
felicidade no
além, destinados
aos espíritos
que aprenderam a
amar e a servir
ao próximo, mas
eles não ficam
lá reclusos,
indiferentes ao
sofrimento
alheio, num
estado de
contemplação,
mas agem em
favor daqueles
que ainda
sofrem.
Certa feita,
Chico Xavier foi
questionado se o
céu, conforme o
conceito
clássico,
estaria cheio ou
vazio, e ele
respondeu que
estaria vazio,
porque os bons
estariam
ajudando no
“inferno”.
Vejamos que
resposta sábia.
Quem ama, jamais
está parado,
inativo.
Pode-se
perguntar: Como
é que nós, os
espíritas,
sabemos disso
tudo? Através da
abençoada
mediunidade,
porque são os
próprios
espíritos, que
estão em
sofrimento ou
que já estão em
condições
melhores, que
vêm nos contar a
sua história
pessoal, para
nos servir de
aprendizado.
Por essa razão,
a 2ª parte do
livro “O Céu e o
Inferno” é
belíssima,
porque a
narrativa dos
espíritos, em
diversas
situações
morais, vem dar
credibilidade e
veracidade a
toda
argumentação
lógica exposta
por Allan Kardec
na 1ª parte da
obra.
Os ensinos
espíritas
constantes nessa
obra fazem-nos
entender a morte
e por que não
devemos temê-la,
bem como nos faz
compreender a
lição de Jesus
exarada na
frase: “A cada
um será dado
segundo as suas
obras” (Mateus
16:27), não
havendo
privilégio
concedido por
Deus e/ou a
eliminação de
nossas faltas,
pela confissão
dos pecados ou
pela oração
intercessória,
mas cabe a cada
um de nós,
espíritos
imortais que
somos, optarmos
o quanto antes
pelo caminho do
bem, da verdade
e do amor, a fim
de que o “céu
interior” surja
em nós, pois o
Reino de Deus
está dentro de
nós (Lucas
17:20-21).