DIAMANTINO
LOURENÇO
RODRIGUES DE
BÁRTOLO
bartolo.profuniv@mail.pt
Venade - Caminha, Viana
do Castelo
(Portugal)
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Ano novo: a
chama de uma
nova esperança
É muito
importante, é
mesmo decisivo,
vivermos de
“Esperança”
renascida e, em
cada ano que se
inicia, a
renovação deste
sentimento,
estado de
espírito, o
reforço de uma
convicção que,
algum dia se
tornará
realidade, faz
com que as
pessoas
otimistas
continuem a
acreditar e a “lutar”
por um futuro
melhor, a que
têm direito, e
pelo qual a
sociedade se
deve manter
unida, sem
desanimar,
pensando sempre
que, “mais
cedo ou mais
tarde”,
todas as pessoas
terão a sua
oportunidade.
Como bem refere
o adágio
popular: “Ano
Novo, Vida Nova”.
Sabe-se que,
para a maioria
dos portugueses,
o ano que
findou, não
deixa saudades,
porque: o nível
das suas vidas
não melhorou; a
situação geral
do país também
não gerou as
melhores
expectativas;
manteve-se o
desemprego ainda
muito elevado,
apesar de ter
baixado um
pouco; a carga
brutal de
impostos,
continuou
insuportável;
centenas de
milhares de
pessoas no
limiar da
pobreza, onde as
crianças sofrem,
atrozmente, esta
realidade,
passando fome;
reformados e
pensionistas com
os seus parcos
rendimentos
parcialmente
subtraídos; a
emigração que
atinge níveis
preocupantes, na
qual os nossos
jovens e
especializados
quadros
abandonam o
país. Outras
situações
ensombraram este
maravilhoso país
de estoicos.
Mas se o Ano
Novo pode
corresponder a “Vida
Nova”, então
é necessário que
a sociedade se
mentalize para
tudo fazer, no
sentido de cada
pessoa dar o seu
contributo, a
sua quota-parte,
para que a
situação se
altere, porque
não se podem
atribuir,
exclusivamente,
aos governantes
nacionais,
empresários e
outros agentes
económico-financeiros,
a totalidade das
responsabilidades
da situação
degradante a que
muitas famílias
e organizações
chegaram.
Naturalmente que
a “Vida Nova”
deve ser
analisada pelos
dois lados: de
quem nos governa
e dos cidadãos
em geral, porque
é nesta
dicotomia que o
todo se
justifica, e se
deve unir:
patrões e
trabalhadores;
governantes e
governados;
literatos e
analfabetos;
religiosos e
leigos;
instituições e
colaboradores;
associações e
associados,
enfim, todos
juntos, com
coragem,
determinação e
objetivos
comuns, é
possível
viver-se uma “Vida
Nova”, mais:
solidária,
fraterna,
confortável,
segura e feliz,
felicidade aqui
considerada como
um estado de
espírito que nos
dá a certeza de
realização
pessoal, de
alegria, de
bem-estar geral.
O passado fica
inscrito na
memória de cada
pessoa. Grande
parte dos
sofrimentos, dos
desgostos, dos
sacrifícios, das
humilhações, e
muitas outras
indignidades,
não são
esquecidas,
ficam como
marcas
indeléveis, para
que no futuro
tais situações
não se repitam,
e que devam ser
entendidas como
lições de vida:
quer para quem
as provocou;
quer para quem
as sofreu. O
passado, por
mais tenebroso
que seja, fará
sempre parte da
História da
Humanidade, dos
grupos, das
instituições,
das famílias e
das pessoas,
individualmente
consideradas.
O mais
interessante
neste presente
que se vive
aceleradamente,
neste novo ano
que nos traz a
Esperança de uma
“Vida Nova”,
é termos a
capacidade, a
vontade, a
coragem e o
entusiasmo de
iniciarmos a
construção de um
futuro
promissor, de
prosperidade, de
harmonia, de
segurança do
direito, das
instituições,
das famílias e
das pessoas.
Acreditar que a
inteligência e o
querer humanos
podem reverter,
positivamente,
quase tudo o que
de menos bom se
tem vivido, é um
dos pilares para
vencermos.
Acreditar no
poder da mente,
na dignidade da
pessoa,
verdadeiramente
humana, vai
permitir dar o “salto”
qualitativo de
que tanto
necessitamos.
Ao entrarmos num
“Novo Ano”,
fica para trás:
um conjunto
muito vasto de
boas e más
recordações; de
situações
confortáveis e
de outras que
degradaram a
qualidade e o
nível de vida de
milhares de
pessoas; de
medidas legais
que foram
tomadas e
executadas,
contra os mais
elementares
direitos das
pessoas,
nomeadamente, a
garantia da
segurança do
próprio Direito
num Estado
Democrático,
porque o que
ontem era
verdade, por
exemplo,
direitos
adquiridos e
consolidados,
hoje, em
diversos casos,
é precisamente o
contrário, por
isso, também
nestes aspetos,
é necessário
renovarmos a
confiança.
A Esperança
poderá
entender-se como
um sentimento,
ou um
pressentimento,
de “algo”
de bom que vai
acontecer, que
desejamos venha
a ocorrer,
obviamente, para
melhor, num
determinado
aspeto da vida
individual,
empresarial,
política,
religiosa,
societária, é
sempre uma boa
perspectiva.
Mas também
podemos aceitar
a Esperança como
um estado de
espírito
otimista, que
alimenta
expectativas
sobre a
realização de
sonhos, desejos,
projetos,
independentemente
da sua
concretização
vir, ou não, a
verificar-se.
O ano que agora
se inicia
(2015), que
marca,
precisamente, o
meio da segunda
década deste
novo século XXI,
tem de ser o
início da “viragem”,
para bem melhor,
de uma vida
digna para todas
as pessoas, o
que implica uma
atitude
diferente de
cada uma, e que
deve começar
pelo Respeito.
Na verdade:
«O Respeito é um
sinal da
consciência de
união entre os
seres e, no
trabalho, ou em
qualquer outra
situação, as
funções de cada
um não se
definem num jogo
de autoridade,
mas num jogo de
cooperação e
co-criação. O
não
reconhecimento
de diferenças
entre os seres
humanos, na sua
essência,
permite que
funcionemos
entre uns e
outros de forma
harmoniosa, e a
capacidade de
comunicação e
realização entre
todos aumenta
consideravelmente».
(FERREIRA,
2002:194).
Em bom rigor,
sem Respeito, a
que se poderia
acrescentar
alguns valores
indispensáveis à
dignidade da
pessoa humana,
tais como:
solidariedade,
amizade,
lealdade,
gratidão,
cumplicidade,
reciprocidade e,
ainda, direitos
fundamentais
como a:
educação,
formação,
trabalho,
habitação,
liberdade em
todas as suas
dimensões,
constituição de
família nas
formas que se
considerar mais
adequadas aos
respetivos
sentimentos,
portanto, o
Respeito de uns
pelos outros,
certamente será
a mola real para
nos impulsionar
para uma “Vida
Nova”.
O Respeito
implica,
necessariamente,
a recusa
peremptória de
quaisquer juízos
de valor
preconceituosos
e
infundamentados,
porque se deve
salvaguardar a “presunção
de inocência”
de quem quer que
seja,
independentemente
de estatutos
económicos,
financeiros,
académicos,
políticos,
religiosos,
profissionais,
institucionais.
É claro que se
podem e devem
avaliar os
comportamentos
de determinadas
pessoas, quando
eles colidem com
as mais
rudimentares
regras da boa
educação e do
Respeito, quer
em relação a
nós, quer quando
afetam a
reputação e
dignidade de
pessoas que
conosco se
relacionam.
Temos, mesmo, o
dever, de nos
resguardarmos e
protegermos a
nossa família e
amigos
verdadeiros.
O Respeito
implica
consideração
pelo outro, num
contexto de uma
sociedade
civilizada, mas
não só.
Sociedade na
qual todas as
pessoas tenham
acesso às
oportunidades
que possibilitem
um maior e
melhor
desenvolvimento,
garantias de uma
velhice
tranquila, em
que os direitos
adquiridos
possam ser
melhorados,
todavia, em
circunstância
alguma,
retirados,
obviamente,
partindo-se do
princípio que
quando
atribuídos, eram
legais.
Esperança e Fé,
naturalmente,
são conceitos
diferentes,
porém e numa
certa
perspectiva,
compatíveis, se
assim o
desejarmos,
porque se a
Esperança
alimenta a
possibilidade de
realização de um
sonho, de um
desejo, de um
projeto, a
solução
favorável de
situações
desagradáveis,
que encaminha
para um futuro
indeterminado no
tempo; a Fé
remete-nos para
uma dimensão
espiritual, que
envolve crença
religiosa, num
Ser Supremo, que
nos possa
ajudar, que nos
dá a certeza de
que esse apoio
irá ocorrer, por
isso, é com
estas duas
dimensões da
pessoa humana
que deveremos
festejar este “Ano
Novo”,
melhorando tudo
o que há de
positivo em
nossas vidas e
assumindo,
responsavelmente,
o que de menos
bom está
inscrito no
nosso passado.
Com este estado
de espírito,
interiorizemos,
então o
seguinte:
«Sempre existe
uma luz, mesmo
na miséria, em
baixo de uma
ponte num dia de
chuva. Sempre
existe uma luz,
mesmo que seja a
de uma vela,
para nos mostrar
que celebrar
vitórias é uma
maneira de nos
aproximar de um
milagre: o
milagre da Fé.»
(ROMÃO,
2000:132).
A condição
superior da
pessoa humana
envolve,
portanto,
dimensões,
regras,
princípios,
valores,
sentimentos e
emoções que, por
sua vez, geram
atitudes e
comportamentos,
mais ou menos
isolados,
decisões e
respetivas
realizações.
Assumamos,
então, mais um “Novo
Ano” com
Esperança e com
Fé, trabalhemos
todos para que a
partir de agora
o caminho a
percorrer, rumo
ao “Porto
Seguro” do
conforto, da
estabilidade, do
Respeito e da
liberdade nos
devolva a
dignidade a que
temos direito.
Reforçar e
alimentar as
chamas da
Esperança e da
Fé num futuro
auspicioso, é um
dever que
impende sobre
cada pessoa em
particular, como
também sobre
quem de alguma
forma nos
governa;
conseguir
erradicar as
consequências de
medidas
gravosas,
tomadas no
passado, contra
a dignidade das
pessoas, são a
prova de que
vale a pena
acreditar num
horizonte de
confiança que
nos será
proporcionado
por quem detém
alguma forma de
poder. A
Esperança e a Fé
não podem
morrer.
Finalmente, de
forma totalmente
pessoal, sincera
e muito sentida,
desejo a todas
as pessoas que,
verdadeiramente,
com
solidariedade,
amizade,
lealdade e
cumplicidade me
têm acompanhado,
através dos meus
escritos um
próspero Ano
Novo e que 2015
e muitas dezenas
de anos que se
seguem, lhes
proporcionem o
que de melhor
possa existir, e
que na minha
perspectiva são:
Saúde, Trabalho,
Amizade/Amor,
Felicidade,
Justiça, Paz e a
Graça Divina. A
todas estas
pessoas aqui
fica,
publicamente e
sem reservas, a
minha imensa
GRATIDÃO.
Bibliografia:
FERREIRA, Maria
Isabel, (2002).
A Fonte do
Sucesso.
Cascais:
Pergaminho.
ROMÃO, Cesar,
(2000). Fábrica
de Gente. Lições
de vida e
administração
com capital
humano. São
Paulo: Mandarim.
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