Nossas
enfermidades morais
Quando se vê tanta
miséria e sofrimento na
Terra, surge a grande
pergunta: Por quê?
Ficamos sem respostas
claras, se não tivermos
consciência dos
mecanismos da
reencarnação.
É importante que, além
da explicação que
fazemos neste espaço, sobre
a pluralidade dos mundos
habitados, consideremos
que: A reencarnação
fortalece os laços de
família, ao passo que a
unicidade da existência
os rompe, conforme
esclarece o item 18 do
capítulo IV (Ninguém
poderá ver o reino de
Deus se não nascer de
novo), de O
Evangelho segundo o
Espiritismo.
Não estamos aqui para
gozar as delícias
terrestres, mas para
sublimar os nossos
Espíritos através do
aprendizado constante e
do aperfeiçoamento
moral, intelectual e
espiritual. Somos
viajores eternos, rumo à
perfeição.
Há um sentido em
estarmos aqui, em termos
nascido exatamente neste
lugar, em pertencermos à
família onde estamos. De
acordo com o que fazemos
e como agimos, nossa
trajetória segue um
plano perfeito, dentro
das Leis Divinas.
Quanto à questão
da pluralidade dos
mundos habitados, ela
não enfrenta nos dias de
hoje as barreiras
humanas com que era
vista, há algum tempo
atrás. Com o avanço da
Ciência, com a NASA
descobrindo outros sons
no Universo, fica
difícil sustentar que
somos seres
privilegiados, que
viemos para a Terra a
fim de gozar de um mundo
de delícias, criado
especialmente para nós.
Quando Jesus disse: “Não
se turve o vosso
coração; credes em Deus,
crede também em mim. Na
casa de meu Pai há
muitas moradas. Se assim
não fora, eu vo-lo teria
dito. Pois vou
preparar-vos lugar”
(João, 14: 1 a 4), está
claro que a casa do Pai
a que o Mestre se
referiu é o Universo e
as diferentes moradas,
os diversos mundos que
circulam no espaço
infinito. Independente
disso, as palavras de
Jesus devem também ser
interpretadas como o
estado feliz ou infeliz
dos Espíritos na
Erraticidade.
Os diversos mundos
possuem condições
diferentes uns dos
outros, segundo o grau
de adiantamento ou de
inferioridade de seus
habitantes. Há mundos
superiores, inferiores e
iguais à Terra. “O meu
Pai trabalha
incessantemente”, disse
Jesus. Se considerarmos
o Pai trabalhando
continuadamente,
entenderemos essas
diferenças, tal como as
entenderemos no tocante
aos Espíritos, que são
criados por Deus,
simples e ignorantes,
mas, conforme o
livre-arbítrio de cada
um, alcançam evoluções
diferentes, estágios
diferentes.
Há uma infinidade de
mundos no Espaço e seria
impossível à
inteligência humana
classificá-los. Mas o
Espiritismo os
classifica em: mundos
primitivos, onde
se verificam as
primeiras encarnações da
alma humana; mundos
de expiações e provas, em
que o mal predomina; mundos
regeneradores, onde
as almas que ainda têm o
que expiar adquirem
novas forças, repousando
das fadigas da luta; mundos
felizes, onde
o bem supera o mal; mundos
celestes ou divinos, moradas
dos Espíritos Puros,
onde somente o bem
existe.
A Terra pertence à
categoria dos mundos de
expiações e provas. Por
isso, a razão de tanta
miséria. Pelas maldades
e paixões inferiores da
Terra, conclui-se que a
espécie humana seja uma
coisa abjeta, miserável.
O julgamento, porém,
decorre de uma falsa
visão de conjunto, pois
a humanidade não se
encontra toda na Terra.
A população da Terra,
diante da população
total dos mundos, é como
a população de um
lugarejo, com relação à
população de um grande
império. Se
considerarmos a Terra
como um lugarejo, ou
ainda, como um hospital,
onde só vemos doentes
estropiados,
compreenderemos que aqui
se encontram encarnados
os que não adquiriram,
ainda, condições
suficientes para estarem
em mundos melhores. Isto
ocorrerá quando
estivermos curados de
nossas enfermidades
morais.