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Clássicos do Espiritismo
Ano 8 - N° 402 - 22 de Fevereiro de 2015
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

 

Os mortos nos falam 

Padre François Brune 

(Parte 5) 

Damos continuidade ao estudo metódico e sequencial do livro Os mortos nos falam, de autoria do padre François Brune. Muito embora esta obra não seja, propriamente falando, um clássico espírita, trata-se de uma ótima contribuição que confirma um grande número de fenômenos relatados nos clássicos do Espiritismo que aqui estudamos. O estudo baseia-se na primeira edição em português desta obra, publicada pela Edicel em 1991.   

Questões preliminares 

A. É verdade que os falecidos que nos são caros vêm receber-nos em seguida ao transe da morte corpórea?

Sim. Diz padre François Brune que no momento da morte surgem à nossa frente, vindos do outro mundo, alguns seres que nos são caros e que fizeram sua passagem antes de nós. Os testemunhos são incontáveis, sobretudo depois que as famosas E.F.M. (Experiências nas Fronteiras da Morte) se multiplicaram. Pesquisa levada a efeito nos Estados Unidos e na Índia constatou que esse fenômeno parece realmente ser universal. (Os mortos nos falam, pág. 95 a 98.)

B. O desdobramento de uma espécie de filme de nossa vida, como citado por Bozzano e outros pesquisadores, verifica-se também em seguida à morte?

Sim. Brune relata em seu livro alguns fatos em que a pessoa declara ter visto uma luz, ou um ser revestido de intensa luminosidade, seguindo-se o desdobramento de uma espécie de filme de sua vida, fenômeno bastante comum que se produz às vezes até sem que o indivíduo tenha deixado o corpo, quando sob o efeito de um choque violento. (Obra citada, pp. 99 a 103.)

C. Na transição entre a morte do corpo e a desencarnação da alma, que fato geralmente ocorre?

Raymond Moody fala em sua primeira obra a respeito de um túnel, que ele situa no momento da desincorporação. Entretanto, em seu segundo livro, relata ele vários casos em que o túnel se encontra claramente depois da desincorporação. O corpo espiritual flutua no espaço, acima do corpo carnal, e é então que o moribundo se sente aspirado para dentro desse túnel. Estudos posteriores, sobretudo os de Sabon e Ring, parecem confirmar essa informação. O túnel corresponderia, então, não à saída do corpo, mas à passagem deste plano para outro plano. O túnel marcaria o seu acesso ao outro mundo. (Obra citada, p. 112.)

Texto para leitura

53. Liszt conversava frequentemente com a médium a respeito da vida no Além e lhe disse coisas importantes sobre a reencarnação e a evolução dos Espíritos. Ele informou também que em seu mundo havia diferentes esferas ou níveis de consciência. No último estágio, a alma não se interessa pela aparência, mas pelo ser. (P. 90)

54. Como Liszt lhe explicou que, nesses estágios mais avançados, as almas não precisam ter uma forma externa, Rosemary indagou como eles poderiam ser, assim, reconhecidos. “Há uma espécie de percepção da alma”, informou o compositor desencarnado. “Quando uma alma está perto de outra, reconhece-a ao perceber sua presença e pode identificar a atmosfera de uma pessoa.” (P. 90)

55. Após ler esses textos, diz padre Brune, compreende-se melhor a manifestação de Santa Teresa de Lisieux a Theresa Neumann, que só viu uma luz, ouviu uma voz e sentiu alguma coisa que a pegava pela mão. Brune imagina que fenômeno semelhante foi o que ficou conhecido como a “estrela de Belém” que guiou os reis magos até à manjedoura. Graças às descobertas arqueológicas realizadas no Oriente, sabe-se hoje que os primeiros cristãos jamais representavam os anjos como homens alados, mas os associavam às estrelas. (P. 91)

56. Numerosos textos antigos, em grego, siríaco e armênio, dizem que a estrela de Belém que guiou os magos era, na realidade, um “anjo”, ou seja, um mensageiro de Deus, um mensageiro do Além. (P. 91)

57. Essa bola de luz é encontrada na vida de Santa Ana-Maria Taigi, morta em 1837. Durante 47 anos, dia e noite, Taigi via uma bola de luz que lhe mostrava todos os acontecimentos do mundo, até os que ocorriam nos países mais longínquos e nos lugares mais secretos. (P. 91)

58. Capítulo IV - Nas fronteiras da morte – No momento da morte, veremos surgir à nossa frente, vindos do outro mundo, alguns seres que nos são caros e que fizeram sua passagem antes de nós. Os testemunhos são incontáveis, sobretudo depois que as famosas E.F.M. (Experiências nas Fronteiras da Morte) se multiplicaram. (PP. 95 a  97)

59. Citando experiências da dra. Elisabeth Kübler-Ross e uma conhecida obra de Ernesto Bozzano, padre Brune afirma que essas visões de falecidos no momento da morte acontecem em todos os países, qualquer que seja a raça, a cultura ou a religião do moribundo. Pesquisa levada a efeito nos Estados Unidos e na Índia constatou que esse fenômeno parece realmente ser universal. (P. 98)

60. O autor relata também alguns fatos em que a pessoa declara ter visto uma luz, ou um ser revestido de intensa luminosidade, seguindo-se o desdobramento de uma espécie de filme de sua vida, fenômeno bastante comum que se produz às vezes até sem que o indivíduo tenha deixado o corpo, sob o efeito de um choque violento. (PP. 99 a 103)

61. A visão da vida dos outros é fato conhecido há muito tempo. O cura d’ Ars, por exemplo, conseguia ver a vida de seus penitentes, em seus mínimos detalhes e de modo praticamente instantâneo. Nas pesquisas em torno da E.F.M. o fenômeno aparece constantemente, com pequenas variações entre um caso e outro. Brune relata a propósito vários casos. (PP. 104 a 111)

62. Existe uma espécie de transição, de zona intermediária, entre a morte e a desencarnação. Raymond Moody fala-nos em sua primeira obra a respeito de um túnel, que ele situa no momento da desincorporação. Entretanto, em seu segundo livro, relata ele vários casos em que o túnel se encontra claramente depois da desincorporação. O corpo espiritual flutua no espaço, acima do corpo carnal, e é então que o moribundo se sente aspirado para dentro desse túnel. (P. 112)

63. Estudos posteriores, sobretudo os de Sabon e Ring, parecem confirmar essa informação. O túnel corresponderia, então, não à saída do corpo, mas à passagem deste plano para outro plano. Quando o doente apenas sai do corpo, permanece no mesmo plano que nós: flutua junto ao teto do quarto, vê a todos, pode atravessar paredes, portas, tetos, mas só pode enxergar o nosso mundo. O túnel marcaria o seu acesso ao outro mundo. (P. 112)

64. As palavras que o descrevem são quase sempre as mesmas: longo corredor sombrio; algo semelhante a um tubo de esgoto; um vazio na completa escuridão; cilindro sem ar; profundo e obscuro vale; espécie de tubo condutor estreito e muito sombrio; túnel formado por círculos concêntricos. É geralmente no fim desse túnel que se encontra o ser de luz e, com frequência, um jardim maravilhoso, e muitas vezes os seres que amamos. Mas, quanto a isto, não há regra geral, porque muitos moribundos viram chegar até eles seus queridos mortos sem haverem passado pelo túnel. (PP. 112 e 113)

65. Brune cita diversos fatos relacionados com o assunto. (PP. 113 a 115) (Continua na próxima semana.)




 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita