Ama e espera
Cruz e Souza
Emudece o teu pranto.
Cala o grito
De revolta na dor que te
encarcera...
Por mais negra, mais
rude, mais sincera,
A mágoa estranha de teu
peito aflito.
Em toda a Terra há
lágrima e conflito,
Ruínas do mundo que se
desespera...
Ama e sofre, trabalha e
persevera
Na esperança de paz e de
infinito.
Peregrino de campo
atormentado,
Rompe os elos e as
trevas do passado,
Fita a luz do porvir
resplandecente...
Muito além do terrível
sorvedouro,
Nas estradas liriais de
acanto(1)
e louro(2),
O sol do amor refulge
eternamente.
(1)
Acanto: gênero de
subarbustos e ervas
perenes, em sua maioria
xeromorfas, de folhas
amplas e penatífidas;
nativas da região do
Mediterrâneo, algumas
espécies são cultivadas
como ornamentais desde a
Antiguidade.
(2)
Louro: designação comum
às árvores da família
das lauráceas que
produzem madeira de boa
qualidade; loureiro;
folha de loureiro.
Do livro Relicário de
Luz, obra mediúnica
psicografada pelo médium
Francisco Cândido
Xavier.
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