Os mortos nos falam
Padre
François Brune
(Parte 6)
Damos continuidade ao
estudo metódico e
sequencial do livro
Os mortos nos falam,
de autoria do padre
François Brune. Muito
embora esta obra não
seja, propriamente
falando, um clássico
espírita, trata-se de
uma ótima contribuição
que confirma um grande
número de fenômenos
relatados nos clássicos
do Espiritismo que aqui
estudamos.
O estudo baseia-se na
primeira edição em
português desta obra,
publicada pela Edicel em
1991. |
Questões preliminares
A. Em seguida à morte
corpórea, os Espíritos
são levados a uma
espécie de sono?
Nem sempre. A
experiência do sono não
é absolutamente
universal. Entretanto,
parece ser habitual. É o
que nos informam os
Espíritos já
desencarnados.
(Os mortos nos falam,
pp. 118 e 119.)
B. Mesmo após a morte,
estamos sujeitos à lei
do progresso? A evolução
espiritual continua no
Além?
Sim. Mesmo após a nossa
morte teremos muito a
progredir, porque a
evolução espiritual
continua no Além. Mas
nossa evolução e sua
rapidez de realização,
etapa por etapa, de
mundo para mundo,
dependerão da boa
vontade de cada um.
Brune cita passagens de
Albert Pauchard e
Marie-Louise Morton em
que ambos falam do
mecanismo interno dessa
evolução.
(Obra citada, pp. 122 e
123.)
C. No plano espiritual é
grande a diversidade
evolutiva entre os
indivíduos?
Sim. As diferenças
existentes entre os
indivíduos parecem ser
enormes. Enquanto alguns
dispararão “como balas
de canhão”, retomando a
expressão do Cura d’ Ars,
a quem foi perguntado
como se deveria chegar a
Deus, outros
arrastar-se-ão como
caracóis.
(Obra citada, pp. 125 e
126.)
Texto para leitura
66. Seria esse túnel uma
passagem obrigatória
entre os dois mundos? A
qual espaço
corresponderia? O padre
Brune lembra, ao colocar
essas questões, que
alguns moribundos
disseram ter tido a
impressão de passar por
ele em grande velocidade
e, muitas vezes, em
movimento ascendente.
Não se deve, porém,
tomar essas descrições
ao pé da letra, porque
quando alguém diz
“entrar” nesse túnel,
espaço e tempo são
diferentes. (P. 115)
67. Padre Brune,
respondendo à indagação
formulada, diz que
existe pelo menos uma
outra forma de acesso
aos mundos superiores,
ou de travessia desse
túnel: através do sono.
É o que têm dito muitos
Espíritos. (PP. 115 a
118)
68. Há, contudo, uma
outra espécie de sono:
aquele que se costuma
chamar, comumente, de o
sono da morte. Dizem
então: “dormir o último
sono”. Mas os mortos nem
sempre dormem. A
experiência do sono não
é absolutamente
universal. Entretanto,
parece ser habitual. É o
que nos informam os
Espíritos já
desencarnados. (PP. 118
e 119)
69. Brune relata a
propósito alguns fatos
em que os Espíritos se
reportam à experiência
do sono reparador,
definido por Pierre
Monnier como uma espécie
de gestação “que precede
o novo nascimento da
alma”. (PP. 119 e 120)
70. Mesmo após a nossa
morte teremos muito a
progredir, porque a
evolução espiritual
continua no Além. A
grande lei que resulta
de todos os testemunhos
vindos do Além é a do
respeito absoluto à
nossa liberdade. Nossa
evolução e sua rapidez
de realização, etapa por
etapa, de mundo para
mundo, dependerão da boa
vontade de cada um. (PP.
122 e 123)
71. Brune cita passagens
de Albert Pauchard e
Marie-Louise Morton em
que ambos falam do
mecanismo interno dessa
evolução. Só trocamos de
plano, de nível ou de
esfera – dizem eles –
quando começamos a ficar
cansados do plano em que
nos encontramos. Então,
nosso corpo passa para
um novo estado, em
harmonia com o novo
mundo que alcançamos.
(PP. 123 e 124)
72. “Ajudar alguém é
desenvolver a si mesmo.”
Essa frase, captada pela
Sra. Morton, mostra que
podemos ajudar na
evolução dos outros, mas
não podemos forçá-los.
Pode-se ajudá-los, e
esse é o papel do Cristo
e dos santos, mas o
processo envolve a nossa
liberdade. (P. 124)
73. Dizendo isto, padre
Brune diz que nós, seres
humanos, sempre temos a
tentação de acreditar em
varinhas de condão. Os
teólogos cristãos sempre
foram tentados a
interpretar desta forma
os sacramentos. É o que
chamavam de
“objetividade” dos
sacramentos, em oposição
às disposições
interiores do sujeito,
ditas “subjetivas”.
“Sempre combati esta
concepção dos
sacramentos”, assevera
Brune. “E tudo que
descobri, ao ler estes
testemunhos, não me
levou – de forma alguma
– a rever os princípios
de minha teologia.” (PP.
124 e 125)
74. Isto explica o valor
e o papel do chamamento
à perfeição, existente
além das exigências da
boa moral comum. Se
ficarmos apegados apenas
aos interesses
materiais, continuaremos
longe dessa perfeição,
como, aliás, dizia Santa
Catarina de Siena: “Deus
faz-nos falta,
precisamos d’Ele, somos
privados d’Ele, na
medida em que ficamos
presos a nós mesmos”.
(P. 125)
75. Padre Brune comenta:
Não há mal nenhum em
assistir a um bom jogo
de futebol ou em ir a um
concerto. Mas, enquanto
preferirmos assistir ao
jogo ou ir ao concerto a
mergulhar na
contemplação de Deus,
não poderemos sonhar em
ser aspirados em Deus.
Ou, em outras palavras:
enquanto você preferir
fazer uma boa refeição,
deixando seu próximo na
miséria, não estará
totalmente amadurecido
para dividir plenamente
a vida de Deus. (P. 125)
76. Roland de Jouvenel
retrata bem essa verdade
em suas mensagens,
mostrando que no Além
cada um atingirá o nível
correspondente ao grau
de espiritualidade que
tiver pessoalmente
alcançado. Veremos então
que as diferenças
existentes entre os
indivíduos parecem ser
enormes. Enquanto alguns
dispararão “como balas
de canhão”, retomando a
expressão do Cura d’ Ars,
a quem foi perguntado
como se deveria chegar a
Deus, outros
arrastar-se-ão como
caracóis. (PP. 125 e
126)
77. Capítulo V - Os
primeiros passos no Além
– Ao iniciar este
capítulo, padre Brune
adverte que no material
fornecido exclusivamente
pelos mortos,
transmitido por via
mediúnica, não
encontraremos mais a
formidável unanimidade
que até este ponto se
observara nos
depoimentos até aqui
transcritos. É que a
diversidade evolutiva
existente no meio
espiritual é enorme. (P.
127)
78. Georges Morranier,
por exemplo, que se
matou aos 29 anos de
idade, após uma crise
depressiva, revelou
encontrar-se atualmente
na quinta esfera, de um
total de sete que
circundam a Terra,
excluindo a Crosta. Para
um ex-suicida, a
revelação de Georges é,
no mínimo, estranha. (P.
128)
(Continua na próxima
semana.)