MARCOS PAULO DE
OLIVEIRA SANTOS
marcospauloeducador@gmail.com
Taguatinga,
DF
(Brasil)
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Carnaval: uma
velha questão
somada a velhos
problemas
Não pretendo,
nestes
apontamentos,
adotar uma
postura
iconoclasta
sobre o fenômeno
sociocultural:
carnaval.
Aliás, é da
Doutrina
Espírita não
impor ou obrigar
a nada. Pelo
contrário, ela
esclarece e
respeita o
alvedrio dos
indivíduos.
Com esse
compromisso de
respeito à nobre
Doutrina é que
tecerei a seguir
alguns
comentários
acerca do
Carnaval.
Trata-se de um
evento humano
bastante antigo.
A palavra vem do
latim carnem
levare e
denota
“suspender a
carne, porque
logo depois
dessa época
começava a
suspensão do
consumo de carne
à mesa”.
Além desta
conduta, havia
ainda a
tentativa do
controle dos
prazeres
mundanos.
Tais
comportamentos
eram reflexos da
política da
Igreja de
aculturação das
turbas.
Muito antes,
porém, o
carnaval,
noutras
culturas, era
associado aos
fenômenos
climáticos e às
deidades
(especialmente,
Baco e
Dionísio).
Consubstanciava-se
na inversão de
valores; na
subversão dos
papéis sociais;
nas orgias.
Na esteira deste
processo que a
Igreja inculcou
suas regras
litúrgicas, uma
vez que não via
com bons olhos o
descalabro que
se desenrolava
no bojo das
sociedades.
Assim, permitia
um período de
prazeres da
matéria e,
posteriormente,
as severidades
religiosas.
Sob a batuta da
evolução e do
contexto
histórico de
cada povo, o
carnaval
amalgamou-se
conforme o
cenário em que
ele se
encontrava até
chegar aos dias
atuais...
Não é a festa em
si o problema,
mas a conduta do
indivíduo.
É verdade que
ainda é possível
ver raros
cenários de
folguedos,
engajamento
político,
diversão por
parte das
pessoas.
Entretanto, não
podemos
desconsiderar a
psicosfera
ambiente que é
formada.
“Mergulhados nas
mesmas energias
em que todos se
encharcam, em
franca cadeia de
interesses
similares, toda
a gente se
mantém no mesmo
caldo de
nutrição
psíquica. Assim,
a boa intenção
contrasta com a
inutilidade e
materialidade
dos referidos
interesses, não
tendo então, o
bem-intencionado,
a inocência ou a
escusa que a si
mesmo se
atribui.”
(BRITO, 2004, p.
92.)
Na esteira desse
conúbio psíquico
devastador, as
pessoas dão azo
à sexolatria, ao
consumo de
drogas lícitas e
ilícitas e,
inconscientes de
seus atos,
celebram a
loucura, a
promiscuidade e
a violência!
Passada a
azáfama, na qual
os indivíduos
adentraram
livremente (de
semeadura
livre), advém a
colheita
obrigatória; de
cardos
dolorosos.
Os dados dos
órgãos públicos,
pesquisadores,
ONGs, entre
outros, atestam
o resultado da
sandice: abortos
incontáveis,
mortes ou
sequelas graves
em decorrência
dos acidentes de
trânsito (frutos
da embriaguez e
da
irresponsabilidade);
os assassinatos;
as agressões
físicas; os
estupros; as
destruições das
famílias; os
adultérios; as
doenças
sexualmente
transmissíveis;
os vícios em
decorrência das
drogas; as
loucuras...
Diante deste
cenário dantesco
e considerando
que o fenômeno
carnavalesco
durará por muito
tempo, sou
caudatário de
atividades mais
edificantes,
quais sejam, a
leitura de um
livro
edificante, o
convívio
familiar (já tão
difícil de
efetivar no
cotidiano), a
visita a um
abrigo para
auxiliar o
próximo, a
doação de
sangue, o
plantio de uma
árvore, o
passeio para
lugares idílicos
e tranquilos, o
descanso
simplesmente, o
ócio criativo!
Como dissemos no
início, nada é
imposto pela
Doutrina
Espírita,
tampouco estou
aqui para dizer
o que é certo ou
errado na
conduta de
qualquer pessoa.
Ainda necessito
aparar as minhas
anfractuosidades,
que já são
muitas. Mas é
imperioso
considerar que
os ensinamentos
espíritas trazem
em seu bojo
luzes miríficas
para que
possamos trilhar
com mais
segurança a
existência
terrena.
Abaixo,
compartilho com
os leitores um
vídeo do insigne
Divaldo Pereira
Franco, no qual
ele tece
comentários
muito mais
caudalosos do
que o que foi
apresentado
aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=M8tqoDfHXjA
Referência:
BRITO, Thereza
de (Espírito).
Vereda
Familiar,
psicografado por
J. Raul
Teixeira. 5ª
ed., Niterói,
RJ: Fráter,
2004.
Disponível
em
<http://origemdapalavra.com.br/site/palavras/carnaval/>.
Acesso
em
23/02/2014.