VLADIMIR POLÍZIO
polizio@terra.com.br
Jundiaí, SP
(Brasil)
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Riso e pranto
“A felicidade é
sempre um misto
de riso e
pranto, até a
nossa união
integral na Vida
Maior.”
Com essa frase
procedente de
Emmanuel,
através da
psicografia de
Chico Xavier,
podemos
compreender que,
de fato, a Terra
não é aquela
estação de
aperfeiçoamento
capaz de nos
oferecer riso e
alegria, durante
o período
integral em que
estivermos
compromissados
com a missão
abraçada por
imposição da
Grande Lei de
Causa e Efeito.
Se o curso da
existência for
demasiado longo,
maior será esse
misto de forças
opostas se
contrapondo
durante todo o
período; ora de
um lado, ora de
outro, como a
frase bem a
define: de um
momento a
alegria, que
cada qual a
usufrui ao seu
jeito; de outro,
a tristeza, que
às vezes
mergulha fundo
na alma,
transtornando a
vida e
perturbando o
Espírito.
As trevas, que
chegamos mesmo a
compreender que
se acham
distantes em
certos dias,
vemo-las com
seus tentáculos
a nos envolver
com a espessa
cortina da
indiferença,
resultando numa
momentânea perda
de equilíbrio em
nossos
pensamentos e
atos. E é
justamente nesse
campo que atuam
as forças
invisíveis e
contrárias à
nossa
felicidade, pois
com essa
presença
indesejada vemos
contrariar e, às
vezes, naufragar
os nossos
planos,
preparados e
construídos ao
longo do tempo e
organizados com
muito
sacrifício.
Reconhecidamente,
na condição de
espíritas, temos
o entendimento
natural para
esses quadros
dolorosos. É aí
que a Grande Lei
executa os
planos traçados
para a
existência
individual ou
coletiva.
Por isso mesmo é
que a
espiritualidade
também afirma
que a felicidade
não é deste
mundo. Para nós,
que temos a
visão limitada,
sabemos o que é
felicidade, mas
sabemos da
felicidade que
se pode alcançar
na Terra, nada
mais além desse
alcance
singular. Não é
possível achar
falta de algo
que não se
conhece,
podemos, isso
sim, imaginar
situações
diferentes e que
consideramos
especiais, como
por exemplo, uma
vida, quando
feliz, não
poderia nunca
ser simplesmente
desfeita. A
morte, outra
situação, além
de subtrair um
ente amado no
seio da família,
deixa eterna
cicatriz no
espírito e no
coração e que
assim
permanecerá
enquanto
encontrar-se no
chão terreno,
aguardando pelo
seu momento
derradeiro.
E foi nesse dia,
quando um amigo,
que aqui
identifico como
Antônio
Monteiro,
chamado de
‘Toninho’ pelos
que lhe são
próximos, ao ser
convidado para o
fechamento da
reunião
mediúnica a que
estávamos
participando,
abordou o
assunto
referente à
frase que inicia
este texto e que
estava estampada
na tela onde são
projetadas
mensagens sobre
a Doutrina.
Tomando a
palavra, disse
que nossa vida
na Terra é
razoável, em
face da presença
do bem e do mal
que caminham
simultaneamente
ao lado de cada
um. Lembrou que
a dificuldade
atual de
comparecer para
uma visita a
familiares ou
mesmo a pessoa
doente limita-se
a contatos pelas
vias
disponíveis.
Através do
computador,
hoje, se
felicita alguém,
transmite-lhe um
abraço, um beijo
etc... Enfim,
esse é o momento
que estamos
vivenciando.
Tudo ou quase
tudo é feito
pela máquina
que, pela sua
fria condição
mecânica,
eletrônica ou
digital, não
oferece nada
mais, além de
executar uma
possibilidade
virtual na
intenção. E
pergunta: “O
aparelho tem
sentimento? Tem
amor? Você
poderá, por esse
equipamento,
fazer com que
chegue à pessoa
amada, por
exemplo, o seu
abraço? Poderá
dar-lhe um
beijo? Fazer com
que seu
sentimento seja
registrado, de
fato? Claro que
não. Isso ainda
não é possível.
E é uma verdade.
É por isso que,
a cada dia, mais
distantes nos
tornamos do
nosso próximo. O
tempo, que
sempre julgamos
escasso, sempre
será o
repositório da
culpa que
lançamos mão
para justificar
um comportamento
ausente e falho.
Também assim
agimos em
relação à
oração. Como
sempre o tempo
está curto e a
pressa é
presença
constante e a
cada dia que
passa nos damos
conta de que
estamos na
condição de
devedor, também
neste campo.
Sendo assim,
para que o riso
ou o bem-estar
faça parte da
vida e o pranto
ou o
arrependimento,
por consequência,
sejam mantidos
afastados,
mudemos ou
aperfeiçoemos
nossos atos e
atitudes frente
às necessidades
verdadeiras da
vida que se
relacionam com
os nossos
próximos e menos
próximos, e
igualmente as
que estão
vinculadas com
nosso Criador,
Senhor da Vida e
dos Mundos, a
quem devemos
tudo o que somos
e que temos”.