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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 404 - 8 de Março de 2015

WELLINGTON BALBO
wellington_balbo@hotmail.com
Salvador, BA (Brasil)

 
 

 

O óbvio não é tão óbvio assim...
 

Ao observar os processos de qualquer empresa, seja ela pública ou privada, e em qualquer segmento, constata-se que os erros a atrapalhar todas as operações e causar constrangimentos com clientes e prejuízos de toda ordem ocorrem porque em alguma etapa da operação o tal do "óbvio" não foi feito.

É óbvio que, para o cliente, ao não receber uma mercadoria a ele enviada, a nota fiscal e seu respectivo boleto devem ser cancelados, caso contrário o cliente será cobrado por uma mercadoria que não adquiriu.

É óbvio que, se um professor lançar a nota errada do aluno, deverá fazer a correção o mais rápido possível, caso contrário o boletim do discente sairá com nota errada.

É óbvio que, se eu dirigir o carro de minha empresa de forma indisciplinada, poderei causar um sério acidente ou levar uma multa de trânsito.

O mesmo se dá nos relacionamentos humanos que, não raro, azedam porque faltou a observação do “óbvio” por um dos envolvidos.

É o amigo que se esquece de dar os parabéns...

O cônjuge que não se recorda da data de casamento...

O filho que deixa de telefonar aos pais em datas especiais...

As lembranças seriam óbvias em se tratando de pessoas que amamos e estimamos, mas...

Sejamos sinceros: O óbvio parece ser a parte mais complicada de se realizar, porquanto comumente é ignorado.

Entretanto, já que falamos tanto de óbvio, vejamos como o dicionário define esta palavra: Que está diante dos olhos; que salta à vista; manifesto, claro, patente.

Interessante definição, porém, com observação um pouco mais acurada dos processos e da própria condição de seres humanos em construção, cai por terra, porque nem sempre o que está diante de seus olhos está diante do meu.

Nem sempre o que para você é elementar o é para mim, e, também, nem sempre o que para mim é fundamental o é para você.

E por quê? Porque somos seres diferentes e com isso enxergamos a vida e as situações que a compõem de forma completamente distinta da que outras pessoas enxergam.

Criados por Deus simples e ignorantes, estamos, à custa de tropeços, quedas e arribadas, aprendendo a lidar com o óbvio.

Impossível, portanto, falar que o óbvio para um é o mesmo óbvio para todas as criaturas.

Ilustrativa a história da esposa que, gostando de comer o miolo do pão, não o fazia para dar ao marido. Na concepção dela era óbvio que o marido gostava do miolo. Eis que um dia, já cansada de tanto comer casca de pão, rebela-se e decide comer o miolo, deixando a “parte grotesca” para o cônjuge. O esposo diz então: Meu bem, que linda prova de amor! Obrigado, você deixou de comer a casca do pão para dá-la a mim, e por isso estou muito feliz. Por 25 anos sempre quis comer a casca do pão, mas, para mim, era óbvio que é da casca que você gosta.

Pois é... Cada um com o seu "óbvio".

Você provavelmente deve estar se perguntando: Ora, se você afirma que o óbvio não é tão óbvio assim, porque depende da condição de cada criatura enxergar mais ou menos as situações da vida, como, então, melhorar processos em empresas ou mesmo o relacionamento humano a fim de atingir excelência?

Simples. Esses enganos e desenganos, que surgem e ressurgem por conta de não nos atentarmos que o óbvio para nós não o é para o outro, podem ser sanados com comunicação.

Basta iniciar nas empresas, no recinto religioso ou no lar um processo de compreensão de que é preciso comunicar-se de forma eficaz e clara, sem querer adivinhar ou pensar pelo outro... Sem considerar que o meu óbvio é o mesmo que o seu.

Portanto, fundamental falar abertamente o que se espera e o que se quer, não deixando nada subentendido para que as pessoas “pesquem”.

Seja, pois, claro em suas atitudes, fale com firmeza com sua equipe, seu esposo, seus filhos, e deixe transparente o que você quer e espera deles, porque, sejamos sinceros:

É óbvio que o óbvio não existe.


 


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita