WELLINGTON BALBO
wellington_balbo@hotmail.com
Salvador, BA
(Brasil)
|
|
O óbvio não é
tão óbvio
assim...
Ao observar os processos de qualquer empresa, seja ela pública ou
privada, e em
qualquer
segmento,
constata-se que
os erros a
atrapalhar todas
as operações e
causar
constrangimentos
com clientes e
prejuízos de
toda ordem
ocorrem porque
em alguma etapa
da operação o
tal do "óbvio"
não foi feito.
É óbvio que, para o cliente, ao não receber uma mercadoria a ele
enviada, a nota
fiscal e seu
respectivo
boleto devem ser
cancelados, caso
contrário o
cliente será
cobrado por uma
mercadoria que
não adquiriu.
É óbvio que, se um professor lançar a nota errada do aluno, deverá
fazer a correção
o mais rápido
possível, caso
contrário o
boletim do
discente sairá
com nota errada.
É óbvio que, se eu dirigir o carro de minha empresa de forma
indisciplinada,
poderei causar
um sério
acidente ou
levar uma multa
de trânsito.
O mesmo se dá nos relacionamentos humanos que, não raro, azedam
porque faltou a
observação do
“óbvio” por um
dos envolvidos.
É o amigo que se esquece de dar os parabéns...
O cônjuge que não se recorda da data de casamento...
O filho que deixa de telefonar aos pais em datas especiais...
As lembranças seriam óbvias em se tratando de pessoas que amamos e
estimamos,
mas...
Sejamos sinceros: O óbvio parece ser a parte mais complicada de se
realizar,
porquanto
comumente é
ignorado.
Entretanto, já que falamos tanto de óbvio, vejamos como o
dicionário
define esta
palavra: Que
está diante dos
olhos; que salta
à vista;
manifesto,
claro, patente.
Interessante definição, porém, com observação um pouco mais acurada
dos processos e
da própria
condição de
seres humanos em
construção, cai
por terra,
porque nem
sempre o que
está diante de
seus olhos está
diante do meu.
Nem sempre o que para você é elementar o é para mim, e, também, nem
sempre o que
para mim é
fundamental o é
para você.
E por quê? Porque somos seres diferentes e com isso enxergamos a
vida e as
situações que a
compõem de forma
completamente
distinta da que
outras pessoas
enxergam.
Criados por Deus simples e ignorantes, estamos, à custa de
tropeços, quedas
e arribadas,
aprendendo a
lidar com o
óbvio.
Impossível, portanto, falar que o óbvio para um é o mesmo óbvio
para todas as
criaturas.
Ilustrativa a história da esposa que, gostando de comer o miolo do
pão, não o fazia
para dar ao
marido. Na
concepção dela
era óbvio que o
marido gostava
do miolo. Eis
que um dia, já
cansada de tanto
comer casca de
pão, rebela-se e
decide comer o
miolo, deixando
a “parte
grotesca” para o
cônjuge. O
esposo diz
então: Meu bem,
que linda prova
de amor!
Obrigado, você
deixou de comer
a casca do pão
para dá-la a
mim, e por isso
estou muito
feliz. Por 25
anos sempre quis
comer a casca do
pão, mas, para
mim, era óbvio
que é da casca
que você gosta.
Pois é... Cada um com o seu "óbvio".
Você provavelmente deve estar se perguntando: Ora, se você afirma
que o óbvio não
é tão óbvio
assim, porque
depende da
condição de cada
criatura
enxergar mais ou
menos as
situações da
vida, como,
então, melhorar
processos em
empresas ou
mesmo o
relacionamento
humano a fim de
atingir
excelência?
Simples. Esses enganos e desenganos, que surgem e ressurgem por
conta de não nos
atentarmos que o
óbvio para nós
não o é para o
outro, podem ser
sanados com
comunicação.
Basta iniciar nas empresas, no recinto religioso ou no lar um
processo de
compreensão de
que é preciso
comunicar-se de
forma eficaz e
clara, sem
querer adivinhar
ou pensar pelo
outro... Sem
considerar que o
meu óbvio é o
mesmo que o seu.
Portanto, fundamental falar abertamente o que se espera e o que se
quer, não
deixando nada
subentendido
para que as
pessoas
“pesquem”.
Seja, pois, claro em suas atitudes, fale com firmeza com sua
equipe, seu
esposo, seus
filhos, e deixe
transparente o
que você quer e
espera deles,
porque, sejamos
sinceros:
É óbvio que o óbvio não existe.