Padre
François Brune
(Parte 8)
Damos continuidade ao
estudo metódico e
sequencial do livro
Os mortos nos falam,
de autoria do padre
François Brune. Muito
embora esta obra não
seja, propriamente
falando, um clássico
espírita, trata-se de
uma ótima contribuição
que confirma um grande
número de fenômenos
relatados nos clássicos
do Espiritismo que aqui
estudamos.
O estudo baseia-se na
primeira edição em
português desta obra,
publicada pela Edicel em
1991. |
Questões preliminares
A. Referindo-se às
chamadas colônias
espirituais, o padre
François Brune usa a
expressão “estação
orbital”. Que significa,
segundo ele, uma estação
orbital?
William Stead, morto no naufrágio do Titanic, disse ter sido
levado, com seus
companheiros, em uma
espécie de gigantesco
elevador, rumo a um país
maravilhoso ao qual
chamou “ilha azul”, e
que não é, no fundo,
nada mais que um tipo de
estação orbital de
recepção para os
recém-chegados. A
falecida esposa de A.J.
Plimpton também disse
algo semelhante, ou
seja, que a Terra é
efetivamente circundada
por uma série de
estações orbitais de
recepção para os
falecidos das diferentes
partes do planeta. Elas
eram, contudo, apenas
locais de trânsito. Uma
estação orbital seria o
mesmo que colônia
espiritual, se usarmos a
linguagem utilizada por
André Luiz e outros
autores espíritas.
(Os mortos nos falam, pp. 154 e 155.)
B. Como é a vida nas
regiões astrais mais
próximas da crosta
terrena?
Segundo Albert Pauchard, nas regiões astrais mais próximas do plano
terrestre, a vida
continua amplamente como
antes – comparativamente
–, com escolas, igrejas,
cidades inteiras, até
mesmo hospitais e
edifícios públicos; mas,
à medida que se
progride, tais coisas
desapareceriam. William
Stead, referido na
questão anterior, disse
que, para comunicar-se
telepaticamente com a
Terra, há um prédio
especial com pequenas
cabines e monitores
muito amáveis que
ensinam como proceder
para estabelecer o
contato. Numa das
imagens do Além vistas
pelo padre Brune em
Luxemburgo havia uma
paisagem urbana, com um
grande edifício, mais
alto que os demais. Os
Espíritos disseram que
era daquele prédio que
se enviavam ditas
imagens em direção à
Terra.
(Obra citada, pág. 163.)
C. Referindo-se ao
pensamento e seu poder
criador, que disse
Pierre Monnier?
Disse Monnier que podemos criar no Além com o pensamento tudo
aquilo que queremos e
até mesmo sem querer. Os
pensamentos seriam,
desse modo, energias
vivas, como ele explicou
à sua mãe: “Eu disse a
você que seus
pensamentos prolongam-se
em ondas vibrantes e
animadas; ora, esses
eflúvios têm uma
composição análoga à da
matéria, esta também
vibrante e animada. Eles
agem e comportam-se do
mesmo modo, contêm vida
imanente. Disto resulta
que os pensamentos vivem
e produzem vida”. E
acrescentou: “O mesmo
ocorre, eu já disse, com
o olhar... com o raio
emitido pelos seus
olhos... este raio é
vivo, fisiologicamente
vivo, se assim posso
dizer”.
(Obra citada, pág. 183.)
Texto para leitura
92. Na sequência, padre Brune disserta sobre os primeiros níveis do
Além e menciona
novamente William Stead,
que, após o naufrágio do
Titanic, diz ter sido
levado, com seus
companheiros, em uma
espécie de gigantesco
elevador, rumo a um país
maravilhoso ao qual
chamou “ilha azul”, e
que não é, no fundo,
nada mais que um tipo de
estação orbital de
recepção para os
recém-chegados. (P. 154)
93. Harold Sherman diz, em seu último livro, que A.J. Plimpton
obteve mensagens de sua
falecida esposa, que lhe
referiu que a Terra era
efetivamente circundada
por uma série de
estações orbitais de
recepção para os
falecidos das diferentes
partes do planeta. Elas
eram, contudo, apenas
locais de trânsito –
afirmou a mulher. (P.
154)
94. O meio espiritual é, como sabemos, modelado pela força criadora
do pensamento, mas tais
criações mentais não são
assim tão ilusórias. Os
mortos, diz padre Brune,
podem realmente comer ou
beber os alimentos que
mencionam. Os palácios
que criam são
efetivamente habitados
por eles. Tais
realidades correspondem
simplesmente ao corpo
que possuem naquele
momento. (P. 158)
95. A respeito desse
assunto, Pierre Monnier
explicou à sua mãe:
“Falei-lhe muito pouco
das condições de vida no
Céu: elas são infinitas
e difíceis de serem
contadas, pois variam
para cada espírito. As
ocupações (tanto as de
distração quanto as de
estudo), as coisas que
nos cercam, tudo
tendo-se tornado
espiritual, desloca-se
ou transforma-se sob o
efeito de nosso
pensamento... Pensa-se
em um palácio: ele se
constrói; em um templo:
e nele pode-se rezar; em
um oceano: e nele é
possível navegar. Isto
faz com que, quando se
pergunta aos amigos a
respeito dos planos que
sucedem ao da terra, as
respostas, às vezes,
sejam muito
diferentes...” (PP. 160
e 161)
96. Albert Pauchard confirma essas informações, acrescentando que,
nas regiões astrais mais
próximas do plano
terrestre, a vida
continua amplamente como
antes – comparativamente
–, com escolas, igrejas,
cidades inteiras, até
mesmo hospitais e
edifícios públicos; mas,
à medida que se
progride, tais coisas
desaparecem. (P. 163)
97. William Stead, já referido aqui, conta que, para comunicar-se
telepaticamente com a
Terra, há um prédio
especial com pequenas
cabines e monitores
muito amáveis que
ensinam como proceder
para estabelecer o
contato. Numa das
imagens do Além vistas
pelo padre Brune em
Luxemburgo havia uma
paisagem urbana, com um
grande edifício, mais
alto que os demais. Os
Espíritos disseram que
era daquele prédio que
se enviavam ditas
imagens em direção à
Terra. (P. 163)
98. Padre Brune transcreve trechos de diversas mensagens que se
reportam a esse assunto.
(PP. 164 a 168)
99. Capítulo VI - No coração do bem e do mal – Padre Brune
abre este capítulo
asseverando que nosso
pensamento constrói o
nosso destino, mesmo que
não o queiramos, ou
seja, à nossa revelia.
Deus não tem, pois, nada
a ver com as provações
que nos atingem, porque
somos nós mesmos que a
criamos. É o que Roland
de Jouvenel afirma ao
advertir que uma parte
da humanidade, perdendo
o gosto de viver, cria
sem saber, na estrutura
cósmica, o embrião que
pode precipitar o seu
destino. (PP. 169 e 170)
100. A força do
pensamento é tal que há
casos de pessoas que,
julgando-se perseguidas
pelo diabo, viam
efetivamente seres
horríveis como o diabo,
a persegui-las e
arranhá-las. Mas isso só
existia na imaginação
delas. Ora, o que se
produz na vida terrena,
produz-se também,
constantemente, no
além-túmulo. (P. 172)
101. Falando dos sonhos, Brune entende que a maior parte deles
corresponde a um
mecanismo complexo. São
todos os nossos
problemas, todas as
nossas preocupações que
entram em cena,
frequentemente com
indicações quanto a uma
possível solução. Mas
surgem aí também nossas
aspirações profundas,
nossas alegrias. “Cada
noite, em média,
oferecemos a nós mesmos
uma hora e meia de
cinema”, afirma o padre
Brune. (P. 174)
102. O padre lembra, porém, que Hélène Renard vê com interesse e
simpatia a hipótese
formulada pelo biólogo
Lyall Watson, segundo a
qual os sonhos seriam
obra de uma espécie de
segundo corpo, ou seja,
o corpo que sobrevive à
nossa morte física: o
perispírito ou corpo
espiritual. (P. 176)
103. As diferenças havidas na interpretação dos sonhos dão-se
também na questão das
visões. E, para embasar
seus argumentos, Brune
menciona o caso Tereza
Neumann, falecida em
1962, a qual teria visto
e vivido a Paixão de
Cristo aproximadamente
setecentas vezes! E
alude também às
experiências de
Swedenborg, que dizia
ter visto o próprio
Cristo, que o teria
encarregado de uma
tarefa: enxergar o mundo
espiritual e desvendar
os seus mistérios.
Swedenborg viveu antes
de Kardec, no período de
1688 a 1772. (PP. 179 a
182)
104. Com o pensamento, como já foi dito, podemos criar no Além tudo
aquilo que queremos e
até mesmo sem querer. Os
pensamentos seriam,
desse modo, energias
vivas, como Pierre
Monnier afirmou à sua
mãe: “Eu disse a você
que seus pensamentos
prolongam-se em ondas
vibrantes e animadas;
ora, esses eflúvios têm
uma composição análoga à
da matéria, esta também
vibrante e animada. Eles
agem e comportam-se do
mesmo modo, contêm vida
imanente. Disto resulta
que os pensamentos vivem
e produzem vida”. E
acrescentou: “O mesmo
ocorre, eu já disse, com
o olhar... com o raio
emitido pelos seus
olhos... este raio é
vivo, fisiologicamente
vivo, se assim posso
dizer”. (P. 183)
(Continua na próxima
semana.)