Sal: fonte das
relações
pessoais
Ao longo de
muitos séculos,
o sal funcionou
como moeda de
troca, isto é,
de pagamento de
bens, qual valor
precioso que
comandava as
relações
comerciais entre
pessoas, porque
já então se lhe
reconhecia,
também, uma
caraterística
muito importante
e indispensável,
para o tempero
das refeições
(também
designado por
cloreto de
sódio).
«O sal era, até
ao início do
século XX,
um importante
conservante
alimentar.
A tal ponto
chegava a sua
importância, que
foi até mesmo
usado como forma
de pagamento no
período romano,
sendo esta a
origem da
palavra "salário".
Por este motivo
as explorações
de sal chegaram
a ter valor
estratégico,
inclusive tendo
sido criadas
vilas
fortificadas
para defender as
salinas.
Historicamente a
exploração de
sal
se realizava em
salinas das
zonas costeiras
e dos mananciais
de água salgada
(que atravessam
depósitos de sal
no subsolo).
Mais
modernamente, os
depósitos
subterrâneos
passaram a ser
explorados
através de
minas, com isto
as salinas de
manancial foram
perdendo
importância e
sendo
abandonadas
durante o século
XX.»
(Disponível em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sal_de_cozinha,
consultado em
09.06.2012.)
O Sal continua,
nestes tempos
modernos, a
desempenhar um
papel
importantíssimo
nos “temperos”,
porém, em
quantidades
moderadas, sob
pena de
prejudicar a
saúde individual
e, por efeitos
da cultura
nacional, também
a da população,
de resto,
sabe-se que em
Portugal se
abusa deste sal.
Mas o SAL a que
o título desta
reflexão se
refere, e que
está codificado
numa sigla é,
também,
essencial à
vida, porque sem
a aplicação dos
ingredientes que
contém, a
felicidade fica
bem longe de
cada pessoa; a
relação entre os
seres humanos
depende, quase
que
exclusivamente,
da combinação
dos elementos
que compõem este
SAL maravilhoso.
A sociedade cada
vez mais
consumista (para
quem pode,
obviamente),
mais
materialista,
nem sempre dá
importância a
certos
constituintes
que enriquecem a
relação humana,
que consolidam
valores
essenciais à
vida da pessoa
verdadeiramente
afável, que
contribuem
decisivamente
para a
felicidade,
qualquer que
seja o conceito
deste supremo
valor, pelo qual
se luta
incansavelmente.
O SAL que aqui é
trazido à
reflexão, tal
como outros
elementos das
diversas
dimensões
humanas, é um
conjunto de
valores, diga-se
que um primeiro
tripé que, a par
de outros, ajuda
a realização
axiológica da
pessoa
profundamente
sensível, a
relação sadia,
alegre e
assertiva de
cada um em
particular e de
todos os seres
humanos em
geral, de tal
forma que, no
conjunto, se
alcança a
dignidade da
pessoa.
É impossível
conseguir
qualquer forma
de satisfação,
ao nível da
realização
humana mais
elevada, sem que
estejam
devidamente
assumidos,
praticados e
consolidados os
ingredientes
deste SAL da
vida, porque se
trata de um SAL
muito especial,
que não está à
venda em nenhum
estabelecimento
comercial, que
não se negocia e
que, pelo
contrário, ou se
luta por ele e
se aprimora e se
entrega ao
outro, nosso
semelhante, ou
nunca o viremos
a possuir e a
gozar dele.
O SAL a que se
refere esta
breve reflexão é
composto por
três elementos
essenciais,
insubstituíveis,
invendíveis,
para quem se
quer muito bem,
para quem deseja
lutar por uma
vida muito mais
feliz, mais
digna, mais
elevada. Este
SAL é a sigla
de: “S”
de
Solidariedade; “A”
de Amizade e “L”
de Lealdade.
Repare-se que a
Amizade fica
protegida,
justamente no
meio, pelos
outros dois
grandes valores
– Solidariedade
e Lealdade –,
que só no ser
humano se
concretizam (ou
não)
conscientemente.
É já um
lugar-comum,
porém,
infelizmente,
com uma grande
dose de verdade,
dizer-se que se
vive uma crise
de valores, mais
acentuada do que
qualquer outra
crise econômica
e/ou financeira
ou, ainda, de
outra natureza.
Muitas pessoas
estão
subalternizando
valores próprios
da dignidade
humana, do
relacionamento
puro entre elas,
colocando, em
primeiro lugar,
outros
interesses,
situações e
objetivos.
Este SAL da vida
digna, próprio
de quem deseja
ser pessoa de
bem, começa a
ser trocado,
traído,
ridicularizado,
fortemente
desvalorizado,
para se
atingirem fins
menos
consentâneos com
a dignidade da
pessoa virtuosa.
Por vezes,
entregamos com
entusiasmo, com
sinceridade e
esperança, os
ingredientes
deste
maravilhoso SAL
a pessoas em
quem confiamos,
a quem desejamos
o melhor do
mundo, mas nem
sempre somos
reconhecidos e,
muito menos
ainda,
retribuídos por
tais pessoas,
porque estas,
entretanto,
optaram por
outros valores,
por outras
pessoas, com
atitudes e
comportamentos
casuísticos que,
materialmente,
até lhes são
úteis, num dado
período das suas
vidas.
É bem provável
que tais
pessoas, que
traíram aqueles
que tudo lhes
confiaram, um
dia se sintam
arrependidas (o
que é um bom
sentimento), que
se autocondenem
pela deslealdade
que assumiram,
pela negação da
solidariedade a
quem, em
consciência e
como pessoas de
bem, estariam
moral e
eticamente,
obrigadas, ou,
pelo menos,
gratas.
Por outro lado,
a infelicidade,
mais tarde ou
mais cedo,
poderá
bater-lhes à
“porta” e,
aquelas pessoas
a quem se tenham
aliado, por
meros interesses
materialistas e
casuísticos, já
não estejam
disponíveis para
continuarem a
ajudar, até
porque,
entretanto,
aperceberam-se
do oportunismo e
do calculismo
que comandou a
aproximação
daquelas, as
atitudes e
comportamentos
“afáveis”.
As máscaras vão
caindo e, no
final, vão estar
aquelas pessoas
que ofereceram,
justamente, o
SAL da vida
digna, com
solidariedade,
amizade e
lealdade. Temos
de preservar o
SAL de quem é
verdadeiramente
nossa/o amiga/o
e a estas
pessoas não
temos o direito
de enganar,
porque, de
contrário, nem
de nós próprios
seremos dignos,
e perderemos
todo o respeito,
toda a nobreza
que nos seria
devida, enquanto
pessoas
verdadeiramente
humanas e de
sentimentos
puros,
inegociáveis,
intocáveis,
supremos.
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