Lamentas-te quanto às ironias que
proferem e queixas-te das atitudes menos
felizes que abraçam, em se excluindo das
atividades religiosas que nos alentam as
energias, como se estivesses
desempenhando o papel de vítima à frente
de verdugos.
Justo, no entanto, pensar neles, na
condição real em que se encontram, de
modo a identificá-los por irmãos
necessitados do Socorro Divino, qual
acontece a nós mesmos, ofertando-lhes
lugar na simpatia e albergando-os em
pensamento, no refúgio da oração.
Muitos deles estimariam possuir a
confiança e o otimismo que te aquecem os
sentimentos, mas cresceram no corpo
físico, sob reiteradas ventanias de
provação a lhes enrijecerem as almas,
enquanto outros muitos perderam a fé
nascente que lhes bafejava o espírito,
por lhe haverem colocado a raiz no solo
raso das afeições humanas, ao invés de
implantá-la no amor e na justiça de
Deus.
Para uns e outros, ergue a luz da
compreensão e segue adiante, na execução
dos deveres que o Senhor te confiou.
Se lhes recolhes alguma frase de
menosprezo endereçada à Espiritualidade
Superior, não discutas na intenção de
constrangê-los à aceitação da verdade e
se te injuriam porque entesoures a fé
ardente sem possibilidade de viver-lhe,
por agora, todos os padrões de
burilamento moral, não lhes revides a
palavra de crítica; silencia e
abençoa-os, doando o melhor de ti mesmo
à seara do bem, onde encontraremos,
invariavelmente, a precisa segurança
contra o mal que ainda reside em nós
mesmos.
Certifica-te de que ninguém é
materialista porque o deseje, assim como
ninguém é mutilado por voluntária
decisão.
O mutilado é mutilado, porquanto, nos
princípios de causa e efeito, terá dado
motivo à semelhante provação e o
materialista é materialista por se haver
envolvido em sombras de espírito,
lesando a si próprio.
De qualquer modo, porém, todos nós, os
espíritos em evolução e resgate no
Planeta Terrestre, somos seres
endividados perante as Leis do Universo,
ou melhor, somos todos doentes em vias
de reajuste, nas mãos uns dos outros.
A única diferença é a de que nós, os que
já retemos os benefícios da fé, somos
enfermos conscientes quanto às mazelas
que nos são próprias, buscando recursos
para saná-las, e os nossos irmãos ainda
sem fé são enfermos e desmemoriados que,
no tempo devido, serão encaminhados ao
serviço da cura.
Todos nós, contudo, encontraremos
remédio adequado na farmácia do tempo,
de vez que Deus, o Pai Supremo, terá
misericórdia deles como tem tido
misericórdia de nós.