ALTAMIRANDO
CARNEIRO
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São Paulo, SP
(Brasil)
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O aproveitamento das
riquezas terrenas
Quando Jesus disse que é
mais fácil passar um
camelo pelo fundo de uma
agulha, do que entrar um
rico no Reino dos Céus,
ele não falou contra a
riqueza, mas chamou a
atenção para o seu bom
aproveitamento.
Quando bem aproveitada,
a riqueza gera bem-estar
social, conforto, saúde,
alegria e soluciona
muitos problemas da
Humanidade. Quando mal
aplicada, gera a fome, a
desolação, o desespero,
a aflição e uma grande
série de males.
Este ensinamento de
Jesus aconteceu depois
que um moço rico lhe
perguntou o que deveria
fazer para herdar a vida
eterna. Jesus respondeu
que o moço deveria
cumprir os mandamentos.
Ele ficou muito alegre,
pois como assíduo aluno
dos escribas do Templo,
cumpria os mandamentos,
desde a mocidade. Jesus,
então, disse que uma
coisa ainda lhe faltava:
vender todos os seus
bens, distribuir com os
pobres e segui-Lo. O
moço abaixou a cabeça e
se retirou, muito
triste. Diante disso,
Jesus falou aos
Apóstolos: É mais
fácil passar um camelo
pelo fundo de uma
agulha, do que entrar um
rico no Reino dos Céus.
(Lucas, 18: 25)
O moço cumpria os
requisitos próprios de
um bom cristão; no
entanto, o apego à sua
fortuna material o
impedia ao mais
importante: a prática da
caridade. Ao recusar o
convite de Jesus, ele
perdeu a oportunidade de
participar da mais
extraordinária missão
desempenhada por um
missionário, na Terra.
O Evangelho apresenta um
exemplo interessante de
desprendimento da
riqueza: a história de
Zaqueu, chefe dos
publicanos (cobradores
de impostos) em Jericó,
que recebeu Jesus em sua
casa, comprometendo-se a
doar a metade dos seus
bens aos pobres e, se
comprovado que ele
tivesse causado dano a
alguém, seja no que
fosse, indenizaria com
outros tantos.
No livro Boa Nova
(FEB), psicografado por
Francisco Cândido
Xavier, Humberto de
Campos registra que
Zaqueu informou a Jesus
que tinha sido observado
como um homem de vida
reprovável, mas há
muitos anos ele vinha
empregando o dinheiro
para proporcionar
benefícios a todos os
que o rodeavam. Disse
ainda que, observando
que em Jericó havia
muitos pais de família
sem trabalho, organizou
múltiplos trabalhos de
criação de animais e de
cultivo permanente de
terra e que até de
Jerusalém muitas
famílias vieram buscar,
em seus trabalhos, o
indispensável recurso à
vida. E que os servos de
sua casa nunca o
encontraram sem a
sincera disposição de
servi-los.
Encontramos também no
Evangelho (Lucas, 16: 19
a 31) a Parábola do Rico
e Lázaro, que narra a
situação de dois
Espíritos após a
existência terrena, em
que um escolheu a prova
da riqueza e o outro, a
da pobreza sofrida. O
rico e o pobre (Lázaro)
simbolizam a Humanidade
sempre em disputa. O
rico passou a vida na
fartura, insensível aos
seus semelhantes, más
ações cujo efeito é
sofrer no Plano
Espiritual. O pobre
sofreu no mundo,
resignadamente, e goza
na vida Espiritual o seu
bom aprendizado de
humildade numa vida
difícil.
Ainda em Lucas, 12: 13 a
21, a Parábola do Rico
Insensato fala de um
lavrador rico que teve
uma grande colheita e
não tendo onde guardar
os frutos, erradamente
concluiu derrubar os
seus celeiros e os
reconstruir maiores e aí
guardar todos os seus
bens. Tendo muitos bens
em depósito para longos
e dilatados anos,
poderia descansar,
comer, beber,
regalar-se, sem ter que
trabalhar. Porém, na
mesma noite desencarnou
e viu que de nada valeu
a acumulação de tais
bens, porque os bens
transitórios do mundo
não prevalecem para as
vidas futuras. Como diz
o provérbio: “Do mundo
nada se leva, a não ser
as aquisições nobres da
Alma”. No final da
parábola, Jesus diz: “Assim
é aquele que para si
ajunta tesouros, e não é
rico para com Deus”.