Praticando a boa
luta
Em meados de
novembro do ano
passado, uma
confreira nossa
realizava com
desenvoltura a
sua exposição na
casa espírita em
que prestamos
nossos humildes
serviços. Em
certo ponto da
sua alocução,
ela enfatizou os
perigos que as
nações correm na
atualidade.
Recordou a
visita feita na
mesma época ao
Brasil pelo
editor de um
jornal
venezuelano, na
qual relatou as
dificuldades
enfrentadas pela
imprensa do seu
país,
praticamente
dizimada pelo
chavismo,
assim como a
manipulação e
cooptação das
massas. Ao longo
da palestra,
notei que na
plateia havia um
casal que
entabulava um
diálogo
discreto, embora
inapropriado
para o momento.
Terminada a
exposição e
iniciado o
tratamento de
passes, vieram
até mim e
expuseram o seu
descontentamento
com relação ao
suposto enfoque
político
apresentado pela
palestrante.
Tomado de enorme
surpresa, pois
não percebi nada
parecido, tentei
infrutiferamente
contra-argumentar.
Percebendo
rapidamente a
inutilidade do
tentame, desisti
e passei a
dar-lhes “mais
corda” a fim de
entender
efetivamente
qual era o móvel
das suas
críticas. Assim
sendo, em dado
momento
identificaram-se
voluntariamente
como
simpatizantes da
agremiação
política
vencedora das
últimas eleições
presidenciais.
Falaram em
preconceitos
contra os
nordestinos e
outras coisas
que a expositora
não fez a mais
remota alusão.
Afora a
perplexidade
diante do
surrealismo da
situação,
concluí que não
haveria como se
chegar a um bom
termo. Lamentei
que eles não
tivessem
apreciado a
exposição
(competente, por
sinal), mas
enfatizei que
não havia
observado em seu
conteúdo
qualquer lampejo
de partidarismo.
Frisei também
que até mesmo
uma exposição
evangélica, sem
o respaldo da
realidade dos
fatos e
acontecimentos
(recurso
didático
altamente
recomendado
pelos
especialistas),
tende a perder
substância e
veracidade.
Confesso que não
os vi mais
depois daquela
noite. E a
partir dessa
experiência
solidificou-se
em mim a
convicção de que
certas pessoas
estão tão
impregnadas de
ranços
ideológicos que
perderam a noção
da realidade.
Dito de outra
forma, não vejo
como estabelecer
um diálogo com
elas minimamente
racional e
lógico. Desse
modo, cheguei à
triste conclusão
de que: ou são
pessoas
simplesmente
cegas à verdade
e, como tal, não
conseguem
enxergar as
coisas tal qual
elas são, ou se
trata de
indivíduos que
buscam apenas se
beneficiar da
distorção dos
fatos, não raro
subestimando a
inteligência do
seu interlocutor
como ora se
observa na fala
de determinadas
autoridades
políticas.
Esclareço que
não sou
militante
político e nem
pretendo sê-lo,
mas acompanho o
tema desde a
mocidade.
Por isso,
sinto-me
confortável para
fazer certas
observações que
envolvem o nosso
país,
especialmente a
partir da onda
de
descontentamento
que varre a
nação
presentemente.
Se as criaturas
humanas devem
buscar a sua
reforma íntima
como apregoa o
Espiritismo, as
nações também
devem ser
reformadas, de
modo a abrigar o
bem e a solidez
das
instituições.
É fato que o
Brasil como
nação vem
perdendo espaço,
respeito e
importância no
cenário mundial,
particularmente
nos últimos doze
anos.
Tornamo-nos, não
por acaso,
grandes
parceiros e
defensores de
nações atrasadas
que não
respeitam a
democracia e os
direitos de
expressão, entre
outras
arbitrariedades
praticadas.
Chegamos ao
despautério de
ajudar
economicamente
países com uma
folha corrida
inumerável de
violências e
perseguições
políticas, em
flagrante
prejuízo dos
interesses de
nossa nação e
aos direitos
humanos. Temos
assumido
posições
absurdas no
âmbito da ONU
que, no mínimo,
lançam grave
suspeita sobre a
nossa conduta e
seriedade. A
nossa presidente
chegou ao cúmulo
da insensatez ao
propor diálogo
com grupos
terroristas
cruéis e
desumanos num
discurso no
relevante
organismo
internacional.
Aqui esbanjaram
e, o que é pior,
continuam
esbanjando
recursos em
ações
programáticas
sem eira nem
beira e que
estão, agora,
custando um
duríssimo e
desnecessário
sacrifício ao
povo e às
instituições.
Pagamos impostos
escorchantes,
taxas de juros
exorbitantes e
incivilizadas,
arcamos com o
ônus de um
estado caótico,
monstruoso e
inepto que
asfixia a
sociedade
verdadeiramente
produtiva e
trabalhadora.
Sustentamos uma
máquina
governamental
absolutamente
ineficaz e
aparelhada.
Além disso,
construíram uma
vitória política
completamente
estribada em
mentiras e
falsidades. O
hediondo
artifício do
engodo foi
amplamente
utilizado pelos
que estão no
comando da nação
ou se servem
dela. E como
cada ação enceta
uma reação, é
natural que os
propagadores das
mentiras colham
os frutos da sua
inconsequência
traduzidos na
sua baixa
popularidade e
na possibilidade
de enfrentamento
de um processo
de
impeachment.
Nesse sentido,
emerge com
propriedade o
famoso axioma
popular: “Quem
com o ferro
fere, com o
ferro será
ferido”.
Contudo, ao
espírita não é
vedado a sua
filiação ao
partido do BEM e
da VERDADE. Pelo
contrário.
Recordemos que
Jesus enfrentou
em todas as
circunstâncias o
farisaísmo. Ele
expôs com
coragem e
determinação as
deficiências
comportamentais
da humanidade do
seu tempo, mesmo
sem ser um
político. Assim,
não estamos nós
na atualidade
convocados a
fazer o mesmo?
Não há
claramente
delineado no
Brasil uma luta
maniqueísta?
Acredito que a
resposta é
afirmativa para
ambas as
questões.
Aliás, o
farisaísmo
contemporâneo
está claramente
explicitado: nos
movimentos
sociais que
vivem das verbas
do estado e
servem de massa
de manobra a
interesses
escusos dos
governantes; em
certos
movimentos
sindicalistas
que mamam do
nosso suor um
dia de trabalho
por ano e depois
fazem festas
nababescas com
sorteio de
carros; em
determinados
setores da
imprensa ou
blogs que
recebem para
distorcer a
verdade, e que
não vão a fundo
na análise das
mazelas da
nação; em muitos
setores da
política que
usufruem do maná
do estado sem
qualquer
respeito pelo
cidadão.
Ocorrências
criminosas e
lesivas à pátria
como o Mensalão
e o Petrolão
foram
meticulosamente
planejadas. Tais
gravames são
produto de
mentes
inteligentes,
embora
inspiradas pelo
mal. Tenhamos em
mente que os
prejuízos dessas
ações deletérias
serão, uma vez
mais, absorvidos
– não nos
enganemos – pelo
povo brasileiro.
Caberá a nós,
portanto,
ressarcir os
investidores
internacionais
lesados pela
administração
mafiosa da
Petrobrás. As
nossas cruzes
ficarão
certamente mais
pesadas - não
nos iludamos
quanto a isso.
Enfrentar todo
esse mal é
tarefa de todos
nós – os
simpatizantes do
partido do BEM.
Enfim, não se
trata de simples
partidarismo,
mas de exercício
de cidadania e
civilidade cujo
qual nós todos
somos instados a
praticar. Não dá
para nos
calarmos diante
de tamanho
descalabro no
qual a
malignidade
aflora por
todos os lados.
O povo
brasileiro está
altamente
carente de bons
exemplos que
venham de cima,
das lideranças,
dos empresários,
dos políticos
etc.
Debelar
novamente a
crônica doença
da inflação
elevada e da
mentalidade do
“levar vantagem
em tudo” vai
exigir esforços
éticos e morais
ingentes. As
conquistas
necessárias para
que essa nação
se projete
positivamente no
cenário mundial
– em vez de
chafurdada em
lodo como
sugeriu
recentemente a
poderosa revista
britânica The
Economist em
matéria de capa
– vão
demandar
consciência,
empenho e
atitudes firmes
de todos os seus
cidadãos de bem.
Colocar o Brasil
de volta nos
eixos é nossa
responsabilidade,
estejamos ou não
envolvidos com
religião. A
propósito, os
milhões de
brasileiros que
protestaram
pacificamente no
último dia
quinze de março
nos 26 estados
da nação,
Distrito Federal
e até mesmo em
cidades do
exterior,
demonstraram
estar alinhados
ao partido do
BEM.