A. A desertificação
espiritual que vivemos
hoje no mundo se deve a
que fato?
Segundo padre François
Brune, à incompreensão
da Igreja. Diz ele que a
hierarquia católica
romana conseguiu, entre
os séculos XIII e XVII,
pôr fim, pouco a pouco,
às correntes místicas da
Europa do Norte, da
Espanha e da França,
culminando neste último
país com a condenação de
Fénelon. Isto explica,
segundo Brune, a eclosão
dos movimentos
carismáticos, porque,
quando Deus “não pode
passar pela sua Igreja,
Ele a contorna!”. (Os
mortos nos falam, pág.
202.)
B. Existe perigo na
prática da mediunidade?
Sim, quando as
experiências mediúnicas
são feitas por pessoas
despreparadas, ou
movidas por simples e vã
curiosidade, muito
superficiais ou
demasiadamente
interessadas. Mas, em
compensação, esses
fenômenos podem ser
benéficos para aqueles
que não tentam
provocá-los. (Obra
citada, pág. 202.)
C. É verdade que
numerosos santos
reconhecidos pela Igreja
realizavam curas por
meio da imposição das
mãos?
Sim. Não apenas
realizavam curas, mas
também prediziam o
futuro, como Santa
Anna-Maria Taigi, morta
em 1837, que curava
atuando, por vezes, com
a imposição das mãos, e
na maioria das vezes
indicava a verdadeira
causa do mal e o remédio
a ser tomado. Os poderes
dessa mulher eram tão
grandes que o clero de
Roma – incluindo o Papa
e diversos cardeais –
não tinha qualquer
escrúpulo em
consultá-la. (Obra
citada, pp. 205 e 206.)
Texto para leitura
118. Um fato
comprobatório da
influência negativa dos
Espíritos sobre nós,
citado pelo padre Brune,
passou-se com George
Ritchie, um soldado
americano,
desincorporado após
forte ataque de febre,
que teria sido levado em
uma espécie de “viagem
fantástica” de iniciação
por um Ser de luz que,
para ele, era o próprio
Jesus. Numa das cidades
da América, ele entrou
em um bar sórdido, onde
havia uma multidão de
marinheiros bebendo,
coadjuvados por um
certo número de
indivíduos incapazes
de levar a bebida
aos lábios, porque
suas mãos passavam
através do balcão,
através dos braços e
corpos dos beberrões
encarnados. Tratava-se,
na verdade, de
alcoólatras
desencarnados. (P. 200)
119. Padre Brune atribui
à incompreensão da
Igreja a desertificação
espiritual assustadora
que vivemos hoje no
mundo. Diz ele que a
hierarquia católica
romana conseguiu, entre
os séculos XIII e XVII,
pôr fim, pouco a pouco,
às correntes místicas da
Europa do Norte, da
Espanha e da França,
culminando neste último
país com a condenação de
Fénelon. Isto explica,
segundo Brune, a eclosão
dos movimentos
carismáticos, porque,
quando Deus “não pode
passar pela sua Igreja,
Ele a contorna!”. (P.
202)
120. O papel da Igreja
seria o de indicar o
perigo dos desvios na
busca de Deus,
fornecendo os critérios
necessários para que as
pessoas sinceras
evitassem ser desviadas.
A Igreja tem feito isto
com certa regularidade,
mas a tentação de
arrancar todas as
plantas para extirpar o
joio sempre aparece – e
este não é o método
aconselhado pelo
Evangelho. É o que
acontece, por exemplo,
com as comunicações com
o Além e, de modo geral,
com o estudo dos
fenômenos “paranormais”
ou “parapsicológicos”.
(P. 202)
121. Padre Brune lembra
o perigo que existe nas
experiências mediúnicas
para as pessoas
despreparadas, ou
movidas por simples e vã
curiosidade, muito
superficiais ou
demasiadamente
interessadas. Mas,
inversamente, diz ele,
esses fenômenos podem
ser benéficos, sobretudo
para aqueles que não
tentam provocá-los. (P.
202)
122. Falando do fenômeno
da escrita automática,
Brune afirma que ela
pode assumir formas
espetaculares: pode ser
realizada totalmente ao
contrário, ou invertendo
apenas uma palavra em
cada duas; pode atingir
velocidades
inacreditáveis e há
médiuns que podem
escrever até com as duas
mãos, ao mesmo tempo,
dois textos diferentes.
O mesmo ocorre na mesa
ou tábua ouija, onde a
tabuinha ou o copo podem
indicar as letras mesmo
depois de largados. (P.
203)
123. Há casos em que a
escrita automática, como
é mencionado por Jean
Prieur, pode levar à
possessão. Padre Brune
relata um caso desses,
mas discorda dos que
afirmam que esse fato só
se dá na TCM
(transcomunicação por
meio de médiuns) e não
na TCI (transcomunicação
instrumental). (PP. 203
e 204)
124. São excessivamente
negativas em relação a
esses fenômenos as obras
de vários especialistas
eclesiásticos, como o
Abade Schindelholz, que
diz que, muitas vezes,
as possessões ocorrem
depois de se ter
frequentado sessões
espíritas ou práticas de
ocultismo. Brune
discorda desses excessos
e lembra que, ao
contrário, existem
curandeiros,
magnetizadores e
radiestesistas que são
pessoas de Deus, homens
e mulheres de bem. Um
deles, o Reverendo Jean
Jurion, radiestesista e
ao mesmo tempo padre
católico, conta como foi
levado com outros padres
radiestesistas, humildes
ou renomados, a
descobrir sua dupla
vocação. E cita todas as
passagens das Escrituras
onde o Cristo realiza
curas, que era feita
também pelos apóstolos e
seus sucessores. (P.
205)
125. A conclusão de
padre Brune é a
seguinte: é recomendável
que haja prudência e
discernimento em tais
assuntos, mas jamais a
recusa absoluta, como a
manifestada pelo padre
Jean Vernette a respeito
das comunicações
contidas nas Cartas de
Pierre e nas obras de
Roland de Jouvenel e
Jean Prieur. A crítica
nesses casos, diz padre
Brune, não é totalmente
honesta. O padre Jean
Vernette fala como se
não fossem justas as
censuras feitas por
Pierre à Igreja e chega
a afirmar que ler tais
mensagens e autores
afasta-nos pouco a pouco
do Cristianismo. (P.
205)
126. Jean Prieur, ao
contrário disso, indicou
numerosos eclesiásticos
que não tinham a mesma
opinião. Padre Brune
confessa, então, que
seria mais através dos
textos de Santo
Agostinho ou de São
Tomás de Aquino, sem
falar de um grande
número de teólogos
contemporâneos, que ele
teria podido perder a
fé. (P. 205)
127. Numerosos santos
reconhecidos pela Igreja
realizaram curas,
predisseram o futuro,
como Santa Anna-Maria
Taigi, morta em 1837,
que curava atuando, por
vezes, com a imposição
das mãos, e na maioria
das vezes indicava a
verdadeira causa do mal
e o remédio a ser
tomado. Os poderes dessa
mulher eram tão grandes
que o clero de Roma,
Papa e cardeais à
frente, sem contar
numerosos santos da
época, não tinha
qualquer escrúpulo em
consultá-la. (PP. 205 e
206)
128. É equivocada, diz
padre Brune, a ideia de
que manifestações
“satânicas” na vida de
um curandeiro ou de um
vidente estejam a
indicar que tais
práticas são contrárias
à vontade de Deus. Esses
ataques podem ser, ao
contrário, o sinal de
que eles agem a favor do
Reino de Deus, como
assinala o padre René
Chénesseau, padre
católico que também
praticava o exorcismo:
entre as pessoas
atacadas pelas forças do
mal, muitos são homens e
mulheres de fé, às vezes
profundamente dedicados
a Deus, quase místicos.
É que a santidade atrai
as forças do mal, e as
vocações religiosas são,
para elas, uma
verdadeira provocação.
(P. 206)
129. Georges Ritchie, na
viagem fantástica que
teria feito, foi
conduzido a várias
casas, onde falecidos
seguiam os vivos, de
cômodo em cômodo,
repetindo sempre a mesma
frase, sem que ninguém
os ouvisse: “Sinto
muito, Papai”, ou “Sinto
muito, Nancy...” “Eu não
sabia o mal que aquilo
iria causar a Mamãe.”
Eram suicidas,
agrilhoados a cada
consequência do ato
cometido. (P. 207)
130. Ritchie descreve
suas impressões do meio
espiritual, onde viu
indivíduos em lutas
descomunais, impelidos
pelo ódio puro, e até
abusos de natureza
sexual perpetrados
naquele meio, onde o
sofrimento imperava,
fato confirmado por
Robert Monroe e Albert
Pauchard. Isso não
modifica a ideia,
presente nas informações
dadas pelos Espíritos,
de que é possível o
progresso para todos
eles. (PP. 207 a 209)
(Continua na próxima
semana.)
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