ELENI FRANGATOS
eleni.moreira@uol.com.br
Vinhedo, SP
(Brasil)
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Comunicação
Comunicar algo a alguém
é o ato de informar,
passar, compartilhar uma
informação com essa
pessoa. Neste processo
existe um emissor (quem
passa a informação) e um
receptor (quem a
recebe).
Aqui está um dos grandes
males da Humanidade. Uma
comunicação falha, ou
entendida de forma
errada, causa-nos uma
série de problemas no
nosso dia a dia, e
espalha-se
progressivamente em
todas as áreas, nos
afetando emocionalmente,
causando até rupturas
definitivas em
relacionamentos.
Um emissor passa uma
informação para um
receptor. Porém, isto
não significa que o
receptor vai processar
ou decodificar a
informação exatamente do
jeito que o emissor
pensa ou quer que seja
compreendida,
assimilada. Isto é, de
uma forma simplista,
o que um fala, o outro
ouve e compreende de
forma totalmente
contrária ao que o
outro realmente quis
dizer, ao que realmente
foi dito. Ele elabora
essa informação de
acordo com os seus
conhecimentos
(instrução), com o seu
desenvolvimento no seio
familiar (educação) e o
meio em que vive
(aculturação). Portanto,
não existe um emissor
processando informações
exatamente da mesma
forma que um receptor as
recebe. Por isso, todo o
cuidado é pouco.
Muitas vezes, o que
acontece? O emissor fala
em FM e o receptor
escuta em AM, ou
vice-versa! E aí surge o
desentendimento, o
famoso “não, você disse
isso”, “não, eu jamais
diria isso, eu quis
dizer...” e o
mal-entendido degringola
provocando mal-estar
entre um marido e sua
mulher, entre pais e
filhos, amigos, colegas
de trabalho, por aí
afora vai.
Se, antes de acusar o
próximo, nosso irmão,
nós pensarmos,
refletirmos, que ele não
teve nossos pais, não
nasceu exatamente no
mesmo momento em que nós
nascemos, e não
frequentou a mesma
escola, não tem o mesmo
nível social ou o mesmo
poder aquisitivo (aqui
sem preconceitos, apenas
constatação), que não
mora na mesma casa, não
come o mesmo tipo de
comida, não veste a
mesma roupa, não vê os
mesmos programas, não lê
os mesmos livros, não
escutou os mesmos
conselhos que nossos
pais nos deram, então,
chegaremos com clareza à
conclusão de que ele não
é igual a nós na arte da
comunicação e percepção
e, portanto, não poderá
ter a mesma forma de
pensamento, a mesma
articulação, a mesma
compreensão da
terminologia que nós
usamos... Recordemos que
nem mesmo irmãos gêmeos,
que têm uma grande
empatia e afinidade, uma
série de fatores comuns,
mesmo entre esses a
comunicação pode causar
incompreensões,
desavenças.
Outro fator importante
para que tenhamos um
pouco mais de serenidade
e paz em nossas vidas e
para que tomemos
decisões mais justas, é
prudente e aconselhável
que, ANTES de
proferirmos qualquer
julgamento com base no
que foi dito por outra
pessoa, ou pelo que
vimos ou ouvimos e
decodificamos
apressadamente, chamemos
a pessoa em questão e
perguntemos: “O que
aconteceu? Gostaria de
ouvir a sua versão”.
Isso evitaria muita
querela, muita disputa,
muita decisão tomada
inadequadamente com base
em meia-verdade. Da
mesma forma que
tachamos, classificamos
e julgamos erroneamente
uma pessoa com base numa
comunicação incorreta
dos fatos, abrimos a
porta para uma
classificação
desmerecedora dessa
pessoa, MAS O PIOR é que
repassamos o nosso
julgamento contundente,
por vezes, para outras
pessoas com quem
convivemos, criando a
maledicência, a
prevenção contra um
irmão nosso, seja em que
área for. Bem, este
procedimento está
totalmente em
discordância com o que
aprendemos no
Espiritismo, com os
fundamentos de nossa
Doutrina.
Há três pontos que podem
nos ajudar bastante:
Primeiro,
façamos um esforço no
sentido de ouvirmos
atentamente (aqui
significa ouvir e
escutar, não ficar
meneando a cabeça, já
pensando no que se vai
responder) o que o nosso
irmão nos diz (e se não
entendermos, coloquemos
de imediato nossas
dúvidas para um
esclarecimento cabal do
que está sendo dito,
para que, ao terminar a
conversa, estejamos
totalmente esclarecidos
sobre o assunto).
Segundo,
não façamos juízos de
valor sobre a, b, ou c,
sem ouvirmos a sua
versão.
Terceiro,
e talvez O MAIS
IMPORTANTE, não
classifique seu irmão
por aquilo que outra
pessoa diz sobre ele,
porque você não sabe
como a outra pessoa
decodificou, analisou,
e
embasou sua
classificação e nem a
verdadeira intenção com
que foi dito e
repassado.
Se todos nós tivermos
estes cuidados, e
soubermos usar o poder
da comunicação de uma
forma correta, isenta, e
leal, em nossas vidas,
tenha a certeza de que o
mundo será um mundo
melhor!