A fé sincera
Wanderley Pereira
Pedi, mas não façais das
rogativas
O pranto das vaidades,
do desgosto,
Deixai banhar de
lágrimas o rosto,
Mas não de mágoas
fúteis, destrutivas.
Não vedes como as fontes
nas derivas
Do monte banham com
carícia e gosto
A terra seca? E como o
luar de agosto
Banha de luz as noites
exaustivas?
Deixai também banhar-vos
pelo orvalho
Da fé sincera e pura,
sem atalho,
E Deus aplacará vossos
gemidos.
Pedi, mas como pede a
Natureza,
Humilde, e Deus lhe
envia a correnteza
Que reverdece os galhos
ressequidos!
O autor
do poema acima,
Wanderley Pereira,
desencarnou em março de
2014.
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