Afinal, é fácil...
Uma reunião de estudo
espírita, desta vez
subordinada ao tema "O
casamento e o divórcio",
tomou conta do espaço
entre as 17h15 e as
18h30, naquele sábado
ensolarado.
Na semana anterior, já
tinha sido alvo de
profunda e profícua
troca de ideias entre as
- cerca de 25 - pessoas
presentes. Desta vez, à
guisa de introdução,
vimos um vídeo retirado
do "youtube", do
programa "Transição",
onde Divaldo Pereira
Franco, médium e
conferencista espírita,
dissertava sobre o
casamento e o divórcio.
Os - cerca de 28 -
minutos do vídeo foram
sorvidos em silêncio
sepulcral, parecendo ter
durado apenas cerca de
10 minutos. O debate,
posterior, seguiu-se
animado, com ideias das
mais diversas,
testemunhos, e
procurando encontrar
pontos de equilíbrio
entre os diversos pontos
de vista.
Às páginas tantas,
Manuel levantou a mão.
Tendo-lhe sido dada a
palavra, dispara:
"depois de ouvir o
Divaldo Franco,
concluímos que, afinal,
é fácil levar por diante
o casamento", ao que,
Vítor, a seu lado,
rematou: "pois o
problema é o orgulho".
Quase no fim da reunião,
o mesmo Vítor tem uma
tirada de mestre: "Ora,
bolas, por que é que
isto não é ensinado lá
fora, na sociedade?".
Ficamos a meditar
naquelas intervenções
oportunas e certeiras.
A expressão "Afinal é
fácil" continuava a
bailar na cabeça de
todos nós...
Se "afinal é fácil", por
que existem tantos
divórcios, tantas
separações, tanta
violência?
O busílis da questão
voltava inevitavelmente
para os ensinos de Jesus
de Nazaré, quando
sugeria "não fazer ao
próximo o que não
desejamos para nós".
"O Evangelho segundo o
Espiritismo", de Allan
Kardec, tem um texto
notável, intitulado "O
Homem de Bem", que
aponta o que ser,
sentir, pensar e agir
para se poder ser
feliz.
"Não se irrite, sorria.
Não critique, auxilie.
Não acuse, ampare. Não
grite, converse."
(André Luiz, psicografia
de Chico Xavier)
Embrulhando as
atividades da vida no
respeito mútuo, na
tolerância, na
compreensão, no
entendimento, no aceitar
o outro como ele é, sem
se despersonalizar, no
não discutir, mas
conversar, e, se não
confundirmos as pessoas
com as ideias, torna-se
mais fácil amar e sentir
as pessoas, pois estas
são imortais, e as
ideias passam.
Aos poucos, vamos
valorizando as pessoas,
as relações
interpessoais, as
diferenças, aprendendo,
com paciência, a
discordar com ternura,
com benevolência e
generosidade.
É também a oportunidade
de, agindo, ensinar o
outro, ao invés de,
falando, querer mudar o
outro, a sua maneira de
pensar e de agir.
Excluindo as situações
em que um dos cônjuges
quer mesmo mudar de
vida, excluindo as
situações lamentáveis de
violência física e/ou
psicológica, sentindo,
pensando e agindo como o
Espiritismo nos sugere,
a vida torna-se melhor,
mais tranquila, com mais
sentido e, naturalmente,
mais feliz para todos os
envolvidos no
laboratório doméstico,
onde as almas se vão
aprimorando, com vista a
novos rumos mais felizes
no futuro, em futuras
reencarnações.
Em pleno século XXI,
aquelas 25 pessoas
aperceberam-se, na
sequência de um "pensar
alto" de um dos
elementos, que "afinal é
fácil" superar as
dificuldades no
casamento, bem como nas
relações interpessoais,
de um modo geral.
Se remontarmos aos
ensinos de Jesus de
Nazaré, há mais de 2 mil
anos, questionamo-nos
por que a humanidade,
apesar do imenso avanço
tecnológico, continua no
campo ético-moral
praticamente estagnada.
Se nos despojarmos do
orgulho, verificamos
que... afinal, é fácil!