Teria alcançado o Chico
algum poder, força ou
influência, sobre os
animais?
Em O Santo Dos
Nossos Dias
foi narrado o caso do gato
Sávio, que obedecia às suas
recomendações verbais e
passou a vir ao Centro
Espírita só depois das dez
horas ou onze da noite
porque o Chico lhe dissera
que não aparecesse antes,
que poderia ser morto pelo
médico que aconselhara o seu
sacrifício. Ali, também,
falou-se da reencarnação de
Branquinho, um cachorrinho
de malhas pretas que
apareceu na casa de Chico, e
que era igualzinho a outro
que ele possuíra durante
muitos anos.
Agora relata-nos o Antenor a
história que vamos contar.
Diz o Antenor:
– Ranieri, antigamente eu ia
de vez em quando ao Chico.
Você sabe, eu era muito
amigo do Leopoldo Machado,
viajava com ele e ele embora
fosse um grande homem e eu
não fosse ninguém, me dava
atenção, conversava comigo e
não passava por Cruzeiro
para ir a São Lourenço ou
outro lugar qualquer sem se
hospedar na minha casa.
Dormíamos às vezes no mesmo
quarto, e passei muitos dias
e noites ao lado dele quando
estava mal para morrer... Eu
era a única pessoa que
ficava no quarto com ele,
próximo, às vezes dormindo
na biblioteca do Newton
Barros. Queriam que eu
saísse, mas ele não
permitia. Não sei se por
essa amizade com o Leopoldo,
mas o fato é que o Chico
sempre me tratou bem...
(Aqui pulamos uma parte para
entrar na história.)
Ora, gente, o Chico ainda me
contou que um dia vinha da
Fazenda onde trabalhava,
Fazenda do Governo, e no
meio do caminho encontrou
uma cobra enorme, de bote
armado para atacar alguém.
Chico parou, olhou-a bem e
disse-lhe:
– Volte para casa! Você não
sabe que você vai morder
alguém e que eles vão te
ferir e matar?
A cobra ouviu-o.
– Vai, vai para casa –
falou-lhe Chico de novo.
A cobra desenrolou-se e
saiu, entrando no mato.
Chico também prosseguiu seu
caminho...
(Texto
extraído do livro
“Recordações de Chico
Xavier”, de R. A. Ranieri –
Editora da Fraternidade –
EDIFRATER.)
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