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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 408 - 5 de Abril de 2015

ÉDO MARIANI 
edo@edomariani.com.br 
Matão, SP (Brasil)

 

 

A prece e o equilíbrio
espiritual
 

No Evangelho de Matheus, cap. 16, versículos 16 a 19, após pergunta de Jesus, inquirindo dos apóstolos o que dizia o povo ser Ele, Pedro tomando a palavra respondeu: “Tu És o Cristo, o filho do Deus Vivo”, tendo Jesus afirmado: “Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foram carne e sangue quem to revelou, mas Meu Pai que está nos Céus.” Jesus continuou afirmando: “Também tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja. Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na Terra terá sido ligado nos Céus”.  No Evangelho de Marcos, cap. 12, versículos 10 e 11, Jesus volta a falar sobre a importância da pedra, afirmando: “Ainda não lestes esta Escritura: A pedra, que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; Isto procede do Senhor, e é maravilhoso aos nossos olhos!”

Com base nessas afirmações de Jesus, deduzimos que a Religião Dominante tenha criado a figura do Papa que seria no seu entendimento, o representante de Deus na Terra e o substituto de Pedro, o Apóstolo.

Refletindo no ensinamento de Jesus, retirando da letra que mata, o espírito que vivifica, compreenderemos que Ele, Espírito sublime, puro e perfeito, não conceberia a possibilidade de colocar sobre um homem, mortal e falível, a responsabilidade de ser o intermediário direto entre o Céu e a Terra.

Inquirimos então: onde está a pedra na qual Jesus edificou a sua Igreja? Temos a certeza de que não está sobre Pedro, que por três vezes O negou junto à prisão.

Os ensinamentos deixados por Jesus são por demais importantes, pois Sua palavra nunca foi dita em vão. Por isso a igreja de Jesus só pode estar assentada na revelação, onde se assentam as bases da ligação entre os homens e os Espíritos desencarnados. Foi o que aconteceu com Pedro, médium inspirado, intuído por um mensageiro celestial lhe revelou ser Jesus, o Cristo, filho de Deus vivo.

Para nos comunicarmos usamos da palavra falada ou escrita. A comunicação é o veiculo pelo qual aprendemos na vivência uns com os outros; é o meio de nos relacionarmos sentimentalmente; de convivendo, poder efetuar os acertos tão necessários na correção de faltas e ressentimentos do passado. É por esse meio que progredimos, que nos elevamos, subindo de classes na escala espírita idealizada por Kardec.

Da mesma forma é também imprescindível a nossa comunicação com os Espíritos, o que se dá através da mediunidade que propicia a revelação do Céu à Terra sem o que demoraríamos muito mais séculos para descobrir o manancial imenso de verdades que nos são desconhecidas.

Os Espíritos superiores informaram a Kardec que são eles que nos dirigem. Como poderiam nos dirigir sem que houvesse meios de comunicação recíproca? Só através da revelação, “a pedra que os construtores rejeitaram, essa veio ser a principal pedra, angular...”, é possível o intercâmbio com os desencarnados e deles receber as orientações necessárias ao homem, para que este, por sua vez, seja colaborador de Deus para o progresso da Terra e nosso também.

Em todos os tempos da humanidade fomos intuídos pelos mensageiros celestes para a manutenção do contato com os desencarnados. Isto é lei divina, lei de amor e de misericórdia para que não fiquemos no desamparo. Se perlustrarmos a história dos povos, mesmo as mais antigas civilizações, verificaremos que esse intercâmbio sempre existiu.

Ensina Cairbar Schutel em "Parábolas e Ensinos de Jesus":

“A Revelação é a base fundamental da Religião.

Toda a moral, toda a filosofia, toda a ciência têm por base a Revelação. Ela é o fundamento de todo progresso, é a Pedra inamovível sobre a qual se ergue o edifício da verdade, que abriga a Humanidade.

(...) Daí a resolução divina em colocar a Pedra Rejeitada como Cabeça de Esquina; e os que nela tropeçam são esmagados”.

Dessa forma, estamos convictos de que para o homem manter-se equilibrado, realinhado com o plano divino sobre o seu destino para bem cumprir os objetivos de sua missão no trabalho da evolução, é de suma importância aprender a relacionar-se com as forças espirituais que Deus oferece a todos os que se colocam em condições de buscá-las e merecê-las.

Como proceder para nos colocarmos em condições propícias de bem nos relacionarmos com o mundo espiritual? Jesus nos ensinou: “Quem busca acha e quem bate recebe”. 

Assim, estamos compreendendo que é por meio da prece que nos preparamos para manter uma harmoniosa sintonia com o plano espiritual e assim nos colocamos nas condições ideais para dele nos abastecermos do que necessitamos.

Ensina Rodrigues Ferreira, autor do livro O Espiritismo e as Distorções do Ser Humano: “Na visão espírita, a oração corretamente cultivada altera a vibração mental de quem ora e, por isso, coloca a espiritualidade no coração”.

A finalidade da oração não é pedir para receber, mas preparar para merecer. A prece busca proteção; ela promove a alteração vibratória da mente para um nível mais elevado, facilitando, simultaneamente, a fuga das ligações inferiores e a abertura da mente para ligações superiores. Vemos que a Lei Divina colocou a proteção dentro do próprio homem.

A prece é de grande eficácia quando feita com conhecimento inabalável do seu poder perante as leis que regem os mundos e os homens.

A fé raciocinada preconizada por Kardec, aquela que é capaz de encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da humanidade, é a que carecemos para a obtenção do nosso desiderato.

Nestes tempos em que grandes perturbações assolam a humanidade, o Espiritismo vem nos trazer as diretrizes eficazes para o equilíbrio espiritual, esse escudo protetor, a oração e pensamentos puros, procedimentos imprescindíveis às ligações com a fonte divina, verdadeiro manancial de força e coragem, que necessitamos para o melhor aproveitamento da atual existência terrena.

A prece é, então, o instrumento por meio do qual nos relacionamos com o mundo dos Espíritos, pois é através dela que elevamos as nossas vibrações, e é assim que se abrem os caminhos para a ligação de pensamentos, tanto para o bem como para o mal. Orar é tão importante para a alma como o pão é para o corpo. Aprendamos a orar como nos ensina o Espiritismo, e assim poderemos participar do convívio mental com os amigos espirituais.

Observemos o que nos ensina André Luiz em “Missionários da Luz”: “Toda a prece elevada é manancial de magnetismo criador e vivificante e toda a criatura que cultiva a oração, com o devido equilíbrio do sentimento, transforma-se, gradativamente, em foco irradiante de energias da divindade”. (grifo nosso)

Por tudo isso, com o estudo disciplinado e constante, aprenderemos como conquistar a fé raciocinada e, assim, equilibrar nossas vibrações para nos sentirmos seguros e confiantes de que seremos atendidos, na conformidade do nosso merecimento.

 

 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita