Nos dias difíceis, reflete nos
outros dias difíceis que já se
foram...
Depois de atravessados transes e
lutas que supunhas insuperáveis,
não soubeste explicar a ti mesmo
de que modo os venceste e de que
fontes hauriste as forças
necessárias para te sustentares
e refazeres, durante e depois
das refregas sofridas.
Viste a doença no ente amado
assumir gravidade estranha e sem
que lograsses penetrar o
fenômeno em todos os detalhes,
surgiu a medicação ou a
providência ideais que o
arrebataram da morte.
Experimentaste a visitação do
desânimo, à frente dos
obstáculos que te gravaram a
vida, mas sem que te desses
conta do amparo recebido,
largaste o desalento das trevas
e regressaste à luz da
esperança.
Crises do sentimento que se te
afiguravam invencíveis, pelo
teor de angústia com que te
alcançaram o imo da alma,
desapareceram como por encanto
sem que conseguisses definir a
intervenção libertadora que te
restituiu à tranquilidade.
Sofreste a ausência de seres
imensamente queridos, chamados
pela desencarnação, por tarefas
inadiáveis a outras faixas de
experiência, no entanto, sem que
despendesses qualquer esforço,
outras almas abençoadas
apareceram, passando a nutrir-te
o coração com edificante apoio
efetivo.
Tudo isso, entretanto, sucedeu
porque persististe na fé,
aguardando e confiando,
trabalhando e servindo, sem te
entregares à deserção ou à
derrota, ofertando ensejo à
Bondade de Deus para agir em teu
benefício.
Nas dificuldades em andamento,
considera as dificuldades que já
venceste e compreenderás que
Deus, cujo infinito amor te
sustentou ontem, sustentará
também hoje.
Para isso, porém, é imperioso
permanecermos fiéis ao
cumprimento de nossas
obrigações, de vez que a
paciência, no centro delas, é o
dom de esperar por Deus,
cooperando com Deus sem
atrapalhar. |