MARCOS PAULO DE
OLIVEIRA SANTOS
mpoliv@bol.com.br
Taguatinga,
DF
(Brasil)
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Por que ler os
clássicos?
Toda área do
conhecimento humano tem
um arcabouço teórico que
lhe serve de
sustentáculo; de base
fundamental.
Isto posto, é forçoso
considerar que todo
aquele que almeja
apreender, minimamente,
um ramo do saber deve se
apropriar da leitura
básica dessa área.
Ora, não se pode
devassar as
complexidades da
matemática sem antes
conhecer as operações
básicas; tampouco se
pode ler um Homero
sem antes ter a
capacidade/habilidade da
leitura em seus diversos
níveis.
O mesmo ocorre em
Doutrina Espírita.
Não se pode
compreendê-la, sem antes
ter passado por sua base
fundamental.
Contudo, é bastante
comum (e curioso)
encontrarmos várias
pessoas que se dizem
espíritas, mas que nunca
leram, ainda que
superficialmente, todo o
pentateuco Kardequiano.
Antes que se objete que
o verdadeiro espírita é
reconhecido por suas
condutas (fato que
não discordamos), é
da orientação do
Espírito da Verdade que
devemos nos
instruir e nos
amarmos mutuamente.
Afinal, a sabedoria e o
amor são as duas asas
que nos conduzirão ao
Sempiterno.
Então, por que não se
leem os clássicos?
O preclaro Codificador
estabeleceu em O
Livro dos Médiuns um
método de estudos que,
segundo ele, deveria se
iniciar pela obra O
que é o Espiritismo,
que contém uma síntese
doutrinária e a qual é
possível compreender do
que se trata essa área
do conhecimento.
Posteriormente, O
Livro dos Espíritos,
que é a “coluna dorsal”
de toda doutrina;
“contém a doutrina
completa, como a ditaram
os próprios Espíritos,
com toda a sua filosofia
e todas as suas
consequências morais. É
a revelação do destino
do homem, a iniciação no
conhecimento da natureza
dos Espíritos e nos
mistérios da vida de
além-túmulo. Quem o lê
compreende que o
Espiritismo objetiva um
fim sério, que não
constitui frívolo
passatempo”;
O Livro dos Médiuns,
que é um verdadeiro
“tratado” sobre a
mediunidade e um
complemento da obra
anterior;
O Evangelho segundo o
Espiritismo que
versa sobre as leis
morais, calcadas nos
ensinamentos do Mestre
Jesus e nos bons
Espíritos. É uma bússola
para nossas vidas;
O Céu e o Inferno,
que demonstra por meio
de um exame crítico a
justiça Divina, a lei de
causa e efeito, entre
outras magnas questões;
Por fim, há ainda, A
Gênese, que assim
como as demais, é um
desdobramento da obra
O Livro dos Espíritos
e trata dos aspectos
científicos da Criação,
dentre outros assuntos.
Ora, somente esses
volumes tomam demasiado
tempo do estudioso e, a
cada leitura feita, um
aprendizado novo é
adquirido; um ponto de
vista criado ou
renovado. De onde se
segue que o clássico não
pode ser menoscabado. O
clássico só o é, porque
sobrevive ao tempo;
porque a cada nova
leitura tem-se uma
interpretação nova...
Além do pentateuco, há
também o título Obras
Póstumas, que veio à
baila após a
desencarnação do egrégio
Codificador. E que
também é obra de
“fôlego”!
Após a leitura da base
fundamental, o leitor
poderá e deverá
analisar/estudar
qualquer outro material,
porque já terá tido
contato com a fonte
primeira e, de posse
dela, poderá passar tudo
pelo crivo da razão;
averiguar se há
consonância com a base
espírita ou se necessita
de uma confirmação por
meio do controle
universal dos
Espíritos...
O que tem ocorrido,
infelizmente, são
enxertos estranhos
ao Espiritismo e que são
considerados verdadeiros
pelos confrades
incautos. Isso decorre,
naturalmente, de não se
conhecer a base.
É por isso que, diante
de tantas “novidades”
esquisitas e que causam
transtornos
epistemológicos à nobre
Doutrina, soa estranho
para muitos mencionar a
Série André Luiz;
a Série
Psicológica Joanna de
Ângelis; citar um
Emmanuel; falar
sobre um Manoel
Philomeno; Léon Denis,
Zilda Gama, Yvonne A.
Pereira, William
Crookes, Alexandre
Aksakof, Gabriel
Delanne, Bezerra de
Menezes, Hermínio C.
Miranda...
Ao espírita cônscio
compete se apropriar da
leitura dos clássicos.
Eles servirão de
embasamento teórico para
estudos mais
aprofundados em doutrina
espírita; para forjar o
conhecimento no espírita
e este poder se
posicionar diante de
questionamentos, avanços
científicos etc.
E aos neófitos, diante
da vasta literatura que
facilmente vem a lume e
que é rotulada de
“espírita”, fica a
pergunta: por que ler os
clássicos?