WAGNER IDEALI
wagner.ideali@terra.com.br
Guarulhos, SP
(Brasil)
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Kardec hoje: uma
perspectiva atual do
Codificador da Doutrina
Espírita
“Nascer, morrer,
renascer ainda e
progredir sempre, tal é
a lei.” - Kardec
Alguns companheiros
sugerem que Kardec
estaria desatualizado,
devido ao turbilhão
tecnológico existente
atualmente, o contexto
da tecnologia
moderna, novos costumes
e as mudanças de
paradigmas da nossa vida
atual, bem como novas
frentes espiritualistas
da atualidade.
Mas muitos se esquecem
de que os ensinos de
Jesus têm mais de dois
mil anos e continuam
atuais como se Ele
estivesse entre nós
hoje.
Todas as religiões têm
se deparado com a
Mediunidade, mas nenhuma
teve a ousadia de
encará-la de frente e
estudá-la. Estudar, não
como coisas
sobrenaturais, mas sim
como algo natural e
benéfico para o ser
humano. Alguns
companheiros espíritas
procuram até mesmo negar
a prática mediúnica.
Parecem-nos um Moisés
retornando com a
proibição de falar com
os Espíritos. Lembramos
nosso querido Chico
Xavier quando disse: “Pode
ser até que Moisés tenha
proibido os encarnados a
falar com os Espíritos,
mas duvido que ele
consiga proibir os
Espíritos de falar com
os encarnados”.
Kardec na sua luta
constante, perseverante,
buscou explicações
lógicas e racionais para
o fenômeno mediúnico.
Encontrou um mundo que
se descortinou em sua
frente. Não teve medo de
nada, estudou, testou,
analisou e, por fim,
transcreveu todo esse
manancial de informações
e resultados numa
Doutrina objetiva, com
características de
Ciência, filosofia e
Religião.
Os ensinos passados
pelos Espíritos para
Kardec continuam atuais
e consistentes. Nós
precisamos, como os
aprendizes do Evangelho
de Jesus, ter a
humildade de reconhecer
a nossa inferioridade e
abraçar o estudo mais
profundo para, isso sim,
complementar o que os
Espíritos deixaram
através do querido prof.
Rivail.
Algumas mediunidades se
tornaram quase extintas,
no entanto, outras
tomaram seu lugar.
Os conhecimentos
científicos estão mais
profundos, nos
convocando a uma maior
profundidade no estudo
da Doutrina para que
possamos entender as
relações existentes
entre essas descobertas
científicas dentro dos
ramos das Ciências
biológicas, físicas e
sociais e a própria
Doutrina.
A base da Doutrina
fundamentada no Amor,
Caridade, Reencarnação,
Comunicação Além-túmulo,
reforma íntima e
evolução, não tem o que
mudar, mas sim
precisamos entender como
correlacionar essas
verdades com o mundo de
hoje, que se deixou
levar para um
materialismo cego e, em
alguns casos, a uma
religiosidade sem bases.
Necessário se faz que
procuremos nos voltar
mais para dentro do
nosso íntimo, realizar
as mudanças e continuar
no estudo da mensagem
deixada pelos Espíritos
a Kardec, do que essa
preocupação de mudança
externa que em nada vai
nos melhorar.
O Espiritismo está hoje
em toda parte. As
religiões pouco a pouco
estão aceitando as
ideias apresentadas pelo
Espiritismo e
incorporando seus
postulados, ideias essas
que no passado as mesmas
religiões recusavam. Não
estamos falando isso com
o sentido de recriminar,
pois não estamos em
condições de recriminar
qualquer religião ou
pessoa, mas, sim,
mostrando a evolução
natural das coisas.
O maior bloqueio hoje
para a aceitação dos
ensinos dos Espíritos,
através de Kardec, ainda
é o orgulho e a
presunção. Com a mudança
da humanidade para um
patamar de maior
compreensão entre os
homens, num mundo mais
fraterno e
participativo, as
pessoas pouco a pouco
poderão, talvez, não
aceitar Kardec como
aceitam os espíritas,
mas passarão a ver nos
seus princípios
filosóficos, científicos
e religiosos, algo a ser
pensado e estudado.
A vida após a morte hoje
é estudada por pessoas
sérias e a comunicação
com o Além não é mais
questão de apresentação
de circo.
Pouco a pouco sem
perceber eles estão
adentrando a doutrina
espírita.
O importante não é fazer
as religiões aceitarem
os princípios espíritas,
mas sim discutir esses
princípios de forma
imparcial. Assim sendo,
são levadas a perceber a
realidade espiritual, a
evolução e a comunicação
da espiritualidade com
os encarnados, de forma
natural.
Nós, espíritas, temos de
nossa parte procurar
conhecer a Doutrina,
desenvolvendo a prática
da leitura constante e
buscando nas obras de
Kardec um manancial de
conhecimentos para que,
acima de tudo, possamos
nos conhecer melhor,
conhecer o mundo à nossa
volta, numa realidade
maior que aquela que no
passado fora ensinada de
forma simplista por
grupos religiosos, na
tentativa de explicar a
vida. Hoje sabemos que
esses ensinamentos
obtidos no passado
serviram como base,
estrutura, para que hoje
pudéssemos entender algo
maior e mais profundo.
Estudando Kardec
poderemos melhor
entender Jesus, mas
viver Jesus ainda só é
possível com a prática
da Caridade, do amor, do
perdão, da entrega de
nós mesmos a algo maior
que somente vamos
perceber vivendo as
palavras de Jesus.