WELLINGTON BALBO
wellington_balbo@hotmail.com
Salvador,
BA
(Brasil)
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Fofocas
mediúnicas
Fã da banda
Legião Urbana,
veio à minha
mente uma das
notáveis frases
de Renato Russo:
Fala demais
por não ter nada
a dizer.
Pois é... Tem
gente que fala,
fala, fala,
aliás, há
Espíritos que
falam, falam,
falam...
Algum tempo
atrás tínhamos a
propaganda de um
jornal – se não
me engano
tratava-se do
Estadão – que
dizia assim:
Está sem
assunto, compre
o Estadão.
É bem por aí
mesmo: está sem
assunto para
conversar, trate
de ler,
aperfeiçoar-se,
saber o que se
passa no mundo,
pois,
certamente, não
ficará sem
assunto e, como
diz Renato
Russo, não
falará demais,
só o necessário
para que o
bate-papo flua
gostosamente.
Bom, você deve
estar se
perguntando
aonde esse
articulista quer
chegar com esse
papo, digamos,
aparentemente
furado.
Quero falar com
você, amigo
leitor, que
tanto os homens
encarnados
quanto os homens
desencarnados,
por falta de
assunto, podem
falar demais e
não ter nada a
dizer ou, pior,
enveredarem pelo
lado da fofoca.
Aliás, vale
lembrar que se a
fofoca vem de um
desencarnado a
coisa toma uma
proporção ainda
maior porque,
frequentemente,
toma-se o que
vem dos
Espíritos como
verdade
absoluta,
desprezando o
que orienta
Kardec
incansavelmente
em sua obra
sobre a
necessidade de
passar tudo pelo
crivo da razão:
o que não
satisfizer o
nosso rigoroso
critério,
descartar sem
grandes receios.
Acredite você ou
não, mas dia
desses um amigo
me procurou com
a seguinte
história:
– Rapaz, estou
casado pela
segunda vez, amo
minha esposa,
mas numa sessão
mediúnica um
Espírito me fez
a seguinte
revelação: o
filho da minha
esposa foi quem
me tirou a vida
em existência
anterior. Estou,
sinceramente,
apavorado...
Imagine se um
dia eu estou
dormindo
tranquilamente e
o rapaz resolve
repetir o
passado... O que
faço?
Espantado com a
indagação e mais
ainda com a
revelação, disse
ao amigo: –
Esquente não que
o garoto não irá
fazer nada
contigo... Deus
nos deu o
esquecimento
temporário para
que pudéssemos
de forma mais
serena superar
antipatias e
angariar amigos
para a
eternidade.
Provavelmente,
trata-se de
fofoca
mediúnica, coisa
de médium que
não lê o Estadão
e fala demais...
O amigo
despediu-se e eu
fiquei
pensativo: Meu
Deus! Quanta
imprudência
nesse tipo de
conversa.
Supondo que isso
seja mesmo um
fato, ainda
assim o médium
jamais poderia
fazer uma
revelação deste
calibre. A
depender do
indivíduo que
recebe uma
informação deste
nível, está
desfeito um
casamento ou, ao
menos, criado um
sério embaraço.
Eis o que
recomenda Allan
Kardec:
prudência, pois
credulidade
demais atrapalha
não somente a
marcha do
Espiritismo, mas
também a vida
prática das
pessoas.
Os Espíritos,
sendo apenas as
almas dos homens
que viveram na
Terra, não
possuem o
soberano saber
sobre
absolutamente
nada. Podem,
portanto, apenas
falar sobre o
que já
angariaram de
conhecimento.
O Espiritismo
veio a este
mundo para
ensinar o homem
a viver bem na
Terra, para
fazer com que o
ser humano se
melhore, e não
com a finalidade
de revelar
assuntos
particulares do
que houve ou não
houve no
passado.
Embora saibamos
que o tema
“passado”
suscite a
natural
curiosidade das
pessoas, é
importante
entender que, se
fosse
fundamental
saber algumas
coisas que
ficaram para
trás, Deus não
teria colocado
esse véu do
esquecimento
temporário.
Quando algo do
passado é real,
segundo os
Espíritos, a
informação vem
de uma forma
repentina e
quando menos
esperamos.
O Espiritismo
veio para educar
a mente humana
na Terra, jamais
para causar
constrangimentos.
Portanto, não se
preocupe com
supostas
revelações
transmitidas por
alguns médiuns.
A depender do
caráter da
mensagem, pode
ser que seja
apenas uma
fofoca
mediúnica, coisa
de medianeiros
que não leem o
Estadão.
Pensemos nisto.