“Honrai vosso pai e vossa
mãe...”. Jesus (Mateus, 19:19.)
“Honrar a seu pai e sua mãe não
consiste apenas em respeitá-los;
é também
assisti-los na necessidade; é
proporcionar-lhes repouso na
velhice; é
cercá-los de cuidados, como eles
fizeram conosco na infância.”
(O Evangelho segundo o
Espiritismo, cap. 14, item 3.)
No devotamento dos pais, todos
os filhos são joias de luz,
entretanto, para que compreendas
certos antagonismos que te
afligem no lar, é preciso saibas
que, entre os
filhos-companheiros, que te
apoiam a alma, surgem os filhos
credores, alcançando- te a vida,
por instrutores de feição
diferente.
Subtraindo-te aos choques de
caráter negativo, no reencontro,
preceitua a eterna bondade da
Justiça Divina que a
reencarnação funcione,
reconduzindo-os à tua presença,
através do berço.
É por isso que, a princípio, não
ombreiam contigo, em casa, como
de igual para igual, porquanto
reaparecem humildes e
pequeninos.
Chegam frágeis e emudecidos,
para que lhes ensines a palavra
de apaziguamento e brandura.
Não te rogam a liquidação de
débitos, na intimidade do
gabinete, e sim procuram-te o
colo para nova fase de
entendimento.
Respiram-te o hálito e
escoram-se em tuas mãos,
instalando-se em teus passos,
para a transfiguração do próprio
destino.
Embora desarmados, controlam-te
os sentimentos.
Não obstante dependerem de ti,
alteram-te as decisões com
simples olhar.
De doces inspiradores do
carinho, passam, com o tempo, à
condição de examinadores
constantes de tua estrada.
Governam-te impulsos,
fiscalizam-te os gestos,
observam-te as companhias e
exigem-te as horas.
Reaprendem na escola do mundo
com o teu amparo, todavia, à
medida que se desenvolvem no
conhecimento superior,
transformam-se em inspetores
intransigentes do teu grau de
instrução.
Muitas vezes choras e sofres,
tentando adivinhar-lhes os
pensamentos para que te percebam
os testemunhos de amor.
Calas os próprios sonhos, para
que os sonhos deles se realizem.
Apagas-te, a pouco a pouco, para
que fuljam em teu lugar.
Recebes todas as dores que te
impõem à alma, com sorrisos nos
lábios, conquanto te amarfanhem
o coração.
E nunca possuis o bastante para
abrilhantar-lhes a existência,
de vez que tudo lhes dás de ti
mesmo, sem faturas de serviço e
sem notas de pagamento.
Quando te vejas diante de filhos
crescidos e lúcidos, erguidos à
condição de dolorosos problemas
do espírito, recorda que são
eles credores do passado a te
pedirem o resgate de velhas
contas.
Busca auxiliá-los e sustentá-los
com abnegação e ternura, ainda
que isso te custe todos os
sacrifícios, porque, no justo
instante em que a consciência te
afirme tudo haveres efetuado
para enriquecê-los de educação e
trabalho, dignidade e alegria,
terás conquistado em silêncio o
luminoso certificado de tua
própria libertação. |