JANE MARTINS
VILELA
jane.m.v.imortal@gmail.com
Cambé, PR
(Brasil)
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Resgate da educação
“Na bárbara desavença,
A criança vem à vida
Muitas vezes esquecida
Em lúgubres escarcéus.
Hoje
–
Infância que não pensa,
Atirada à indisciplina;
Amanhã
–
queda e ruína
No abismo dos grandes
réus.”
(Castro Alves,
psicografia de Chico
Xavier.)
Retirada de uma poesia
de 1979, que parecia uma
previsão do que estava
por vir. As pessoas se
horrorizam por verem
hoje notícias de
crianças envolvidas em
crimes terríveis.
Escandalizam-se. O
espírita, no entanto,
tem o conhecimento da
reencarnação e sabe que
a criança de hoje é um
Espírito milenar que vem
numa nova vida, para um
aprendizado de amor.
Necessário, portanto,
que seja educada com
amor e disciplina.
Fala-se muito hoje sobre
a atual geração, de uma
inteligência muito
grande. É verdade. São
muito inteligentes e
precisam muito do
aprendizado do amor,
para usarem no futuro
sua inteligência em prol
de um mundo melhor, na
vivência da mansidão e
do respeito ao próximo.
O orgulho é fonte de
grandes males e
inteligências sem
humildade são rebeldes e
desobedientes. Mentes
que brilham necessitam
de corações luminosos.
Mais que nunca se torna
necessária a atenção
para as crianças, num
processo de educação
incessante do respeito e
da compaixão.
Há pais maravilhosos que
conhecem sua
responsabilidade e
educam seus filhos e há
pais que desconhecem
como educar e tornam-se
servos subservientes de
seus filhos que,
crianças, comandam seus
pais e fazem o que
querem. Temos visto
demais pais ou avós que
acham que a criança não
pode chorar, não a
deixam chorar. Como
aprenderá a lidar com
seus próprios
sentimentos? Como
aprenderá a lidar com as
contrariedades se não
permitem tê-las?
Temos atendido
inumeráveis Espíritos na
fase infantil em
completa falta de
comportamento, por não
estarem sendo educados
pela família! Dormem na
hora que querem, comem
apenas o que querem,
fazem o que querem...
Não é de espantar que
quando precisam lidar
com seus desejos. Se não
atendidos, subvertem
para conseguir seu
intento, transgridem.
Chegamos a conversar com
crianças de sete anos
com erro alimentar,
comendo só salgadinhos,
que nos confessou que os
pais vão dormir às 21
horas e ela fica na
frente da televisão
assistindo ao que quer
até às duas da manhã!
Um diálogo presenciado
por uma mãe, com sua
filha de 8 anos, com uma
amiguinha da mesma
idade, nos mostra que a
criança pede limites. A
mãe escutou sua filha se
queixando à amiga que
ela controlava seus
horários, não podia sair
sozinha, não podia fazer
o que queria. A
amiguinha então lhe
relatou a conduta de sua
mãe, que lhe permitia
tudo, fazia o que
queria. Sua filha, a
ouvindo, disse-lhe:
queria que minha mãe
fosse igual à sua, me
deixasse fazer tudo o
que eu quero! Recebeu
uma resposta de dor e
maturidade. Pois eu,
disse-lhe a amiga,
gostaria que minha mãe
fosse como a sua. A sua
a ama, a educa, a
protege. A minha nem
liga para mim, não me
ama, faço tudo o que
quero, ela não liga!
Esse diálogo é para que
aprendamos com ele.
Nossa criança da
atualidade precisa de
socorro. Deram-lhe todos
os direitos e a impedem
de deveres. Como será
esse adulto amanhã?
O Espírito traz consigo
desde o berço a bagagem
do pretérito. A criança,
na sua pureza infantil,
pela sua conduta já
reflete o bem ou o mal
que traz consigo.
Compete aos pais
educá-las, retirar delas
as ervas daninhas e
semear as flores que
enfeitam.
Há pais excelentes e
pais omissos, chamados,
de modo duro, de
negligentes.
Negligenciam a educação
de seus filhos e, no
entanto, os amam! Não
sabem como fazer. Não
sabem que a religião é
importante, que os
exemplos são
importantes, que a
disciplina é importante.
Jamais ao longo desses
anos de trabalho no
Espiritismo e na
profissão vimos uma
criança cuja mãe esteve
presente a observar e
corrigir, a levar para
sua religião, seja qual
for, que não se tenha
tornado um adulto bom.
As exceções foram para
aqueles que sempre
fizeram o que quiseram e
ganharam tudo o que
quiseram.
Há alguns dias
encontramos um lindo
menino de nove anos, que
tinha uma vida difícil,
pois seu pai, que lhe
dava toda a assistência
material, o escondia de
sua família, que não
sabia que esse menino
existia. A mãe,
solteira, respeitava, e
nunca procurou a família
dele. O menino vivia com
ela e a avó materna, não
convivia com o resto da
família. É um menino
muito bom, muito educado
e gentil. Está obeso,
ansiedade, hoje comum
nas crianças. Comem sem
parar e ficam na
televisão ou computador,
muito solitários. Mas
ouve uma reviravolta
divina, na vida dessa
criança. Não se sabe
como, a avó paterna
descobriu que ele
existe. Foi procurá-lo,
encantada e ao mesmo
tempo estarrecida, pois
um neto que ela não
sabia que existia, que
ela podia ter
acompanhado e amado
durante todo esse tempo!
Estava nove anos
atrasada! Agora ele está
acolhido pela família do
pai, que tem posses, vai
para a casa deles todo
final de semana, convive
com eles, brinca, corre
com as primas, amado
pelos tios e ainda mais,
o único neto homem! Está
feliz, agora corre e
brinca, mas tivemos o
cuidado de pedir à avó
materna que transmita
aos seus avós e parentes
paternos que, no afã de
agradá-lo, não façam
tudo o que ele pedir,
nem tentem agradá-lo com
comida demais, porque
ele tem que reduzir o
peso e o conseguirá,
pois está feliz e
fazendo exercícios com
as primas, correndo e
brincando.
A criança pode ser
feliz, se amada, mas
nunca descuidada da
educação. Cada pai e
cada mãe no mundo
espiritual responderá
pelo que fez. Feliz esse
menino de 9 anos, que
encontrou uma avó e
família paterna que o
respeitam e amam,
suprindo o erro de seu
pai solteiro, que o
ocultou tanto tempo!
Hoje esse pai está
casado e tem duas
filhas. Que continue
educado e gentil, nós
pedimos a essa criança.
Sua mãe o educou bem e
ele conquistou, com o
seu jeito bondoso, toda
a família de seu pai!
Eduquemos com amor
nossas crianças e
seremos um mundo mais
feliz no futuro!