A mensagem e a resposta
Cornélio Pires
Dava dó ver o Sítio do
Espigão!
O velho dono, o Nico do
Norato,
Desanimou de chão; tudo
sem trato,
Só carrapicho e mancha
de pulgão.
Um dia, a fome veio de
arrastão
E o povo aflito, andando
pelo mato,
Começou a comer carne de
gato
Refogada no sumo de
picão.
O patrão foi à prece...
Pediu passes.
Um guia aconselhou por
João de Casses:
- “Meus filhos, o
trabalho é o nosso bem”.
Mas Nico disse irado: -
“Acaba isso!
Nós pedimos socorro e
não serviço...
Ninguém aqui é burro de
ninguém!”
Do livro O Espírito
de Cornélio Pires,
obra psicografada pelos
médiuns Waldo Vieira e
Francisco Cândido
Xavier. |