Violência e paz
O mundo está perigoso,
diz-se à boca cheia.
Cada vez há mais
violência, não só entre
povos como também entre
grupos de interesses e
familiares. Haverá
solução para este drama
social que nos consome?
1 - Um estudo revela
que, de 162 países,
apenas 11 não estão em
guerra no mundo hoje.
Não em guerra aberta
declarada, mas envoltos
nas guerras regionais e
locais, de um modo ou de
outro.
2 - Este ano, em
Portugal (país
pacífico), já foram
mortas 27 mulheres (até
28 de Novembro de 2014),
vítimas de violência
doméstica.
3 - Curiosamente não se
consegue encontrar um
número definido de
organizações que estão
empenhadas na paz do
mundo. Impossível
conseguir contabilizar
os atos de paz levados a
cabo, diariamente, no
mundo inteiro.
Figuremos dois
pescadores, na pesca a
linha, numa praia. Um
diz que o mar é
perigoso, pois tem
peixes-aranha, tubarões,
tsunâmis; as pessoas
morrem afogadas, há
naufrágios. O outro
refuta os argumentos,
dizendo por sua vez que
o mar serve para pescar,
fazer caça submarina,
surf, bodyboard, andar
de barco, nadar etc.
Qual dos dois tem razão,
sendo o mar neutro?
Obviamente, tudo se
desdobra no campo do
mero ponto de vista, na
maneira como analisamos
as situações.
Os órgãos de comunicação
social de hoje têm sede
de escândalos, de
“sangue” de notícias que
firam a sensibilidade,
pensando assim estarem a
prestar um bom serviço à
comunidade. Esta, por
sua vez, intoxica-se
mentalmente com o mal
alheio, como se isso
alimentasse a sua sede
inconsciente de
sobrevivência.
Jesus de Nazaré
aconselhava, sabiamente,
“amai o próximo como
a vós mesmos”, numa
notável lei de sabedoria
para uma convivência
pacífica e evolutiva na
sociedade.
O problema é que não
amamos o próximo (isto
é, não fazemos ao
próximo o que
desejaríamos para nós)
porque também não nos
amamos (não temos
sentimentos, pensamentos
e atitudes que nos façam
bem).
Escolhemos o melhor
peixe, a melhor carne
para que o corpo físico
não adoeça (corpo que
irá morrer), e
intoxicamo-nos com todo
o lixo mental que
encontramos (sendo o
Espírito imortal).
São os paradoxos do ser
humano, numa sociedade
que perdeu o Norte de
Deus e que tem de
reaprender a amar-se e a
amar, para poder ser
feliz.
A
violência e a paz são
estados de alma, que
cada um pode
escolher amplificar e
esparzir pelo mundo
afora
A violência e a paz,
mais do que atos
exteriores, são estados
de alma que cada um
carrega de acordo com as
suas escolhas íntimas.
Há que alimentar as
atitudes pacíficas e
transmutar as tendências
violentas. Para isso,
urge nos educarmos,
aprender e ensinar as
nossas crianças, em
busca de um devir
melhor.
“Fora da caridade não
há salvação” é um
lema da doutrina
espírita que projecta
para hoje essa paz que
todos buscamos e que tão
pouco fazemos para que
se torne realidade.
Fica o convite: a partir
de hoje, treinarmos,
diariamente, a nossa
mente em busca da paz,
questionando que
sentimentos temos tido,
que pensamentos
alimentámos, que tipo de
conversas tivemos, que
filmes e programas
televisivos vimos, que
gênero de livros lemos,
e o que fizemos pela paz
em nós, na família, na
comunidade e no mundo…