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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 9 - N° 415 - 24 de Maio de 2015
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Trilhas da Libertação

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 22)

Continuamos a apresentar o estudo metódico e sequencial do livro Trilhas da Libertação, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1995.

Questões preliminares

A. A Terra é uma escola de bênçãos ou uma oficina de reparos?

Embora seja ainda um planeta de provas e expiações, a Terra é uma escola de bênçãos, onde aprendemos a desenvolver as aptidões e a aprimorar os valores excelentes dos sentimentos. E é ainda oficina de reparos e correções, com recursos hospitalares à disposição dos pacientes que lhes chegam à economia social, não podendo esquecer-nos de que constitui também cárcere para os rebeldes e os violentos, que expungem o desequilíbrio em processo de imobilidade, de alucinação, de limites, resgatando as graves ocorrências que fomentaram e praticaram no passado. (Trilhas da Libertação. Cilada Perversa, pp. 179 e 180.)

B. Onde se radicam as causas dos males que desabam sobre os seres humanos?

Na raiz desses males estão presentes o egoísmo, a presunção e a ignorância das Leis que regem a vida. Prepotentes e rebeldes, porque estagiam nos níveis primários do pensamento e nos patamares sombrios da consciência, os indivíduos dão preferência a direitos que lhes não são devidos, em razão dos deveres que não atendem ou sequer reconhecem como possuindo algum valor. Permitindo-se todas as extravagâncias e concessões, revoltam-se quando contrariados ou surpreendidos pela morte, que não os aniquila, mas os reúne em grupos afins, onde prosseguem em suas vãs tentativas de dominação e poder. Sendo o mundo físico pálido reflexo do espiritual, as ocorrências de um refletem-se no outro com a mesma intensidade, em inevitável intercâmbio de ações e reações. (Obra citada. Cilada Perversa, pp. 179 e 180.)

C. Qual é grande desafio da evolução?

O grande desafio da evolução é a forma de enfrentar as dificuldades e superá-las. As provas não existem para nos abater, mas para serem superadas e assimiladas. Uns recuam e fogem da luta. Outros resistem e as enfrentam sem nenhum temor. (Obra citada. Cilada Perversa, pp. 183 e 184.)

Texto para leitura

85. No episódio estavam presentes sequazes do Soberano das Trevas – Atendida por uma vizinha, D. Armênia chorava, orando mentalmente. Em minutos, chegou a ambulância que conduziu, de imediato, o jovem ao Hospital e, logo depois, estacionou em frente à casa um carro da polícia. Consultada pelos policiais e sob a inspiração do dr. Carneiro, a médium concordou com o internamento do marido enfermo em um hospital psiquiátrico, visto que, logo que tomasse conhecimento do sucedido, ele voltaria a beber. O Mentor aplicou na sofrida mulher energias dispersivas no centro cerebral, liberando-a da constrição psíquica que quase a bloqueava, e depois vitalizou-a nos centros coronário e cardíaco, reequilibrando-lhe a circulação e o ritmo respiratório e arrancando-a do amolecimento que a acometera. A senhora amiga providenciou-lhe um calmante, os vizinhos deixaram a casa, as crianças foram deitar-se e, lentamente, a paz foi tomando o seu curso após os danosos acontecimentos. Na manhã seguinte, a médium deu prosseguimento às atividades normais, pensando em visitar o filho e, depois, informar-se a respeito do marido. Horas antes, quando voltara a adormecer, o dr. Carneiro desdobrou-a parcialmente, acalmando-a durante o testemunho que lhe cumpria experimentar. Em certo momento, enquanto lhe falava, o Mentor evocou os atos de heroísmo dos cristãos primitivos, que enfrentaram a arena, sem jamais abjurar a fé, para dizer que, passados vários séculos, os verdadeiros cristãos prosseguiam desconsiderados e perseguidos. “Mudaram as formas de perseguição – asseverou o amorável Médico –, as arenas aumentaram as dimensões físicas, e as feras multiplicaram-se em forma de paixões e vícios devastadores... Conjugam-se, hoje como ontem, as forças do mal, de um como do outro plano da Vida, em vãs tentativas de apagarem a luz do Bem, agredindo os seus vexilários e mantenedores. Nessa batalha rude, utilizam-se de todos os meios, mesmo os mais venais, descuidados de si mesmos. Não percebem que se tornam, inadvertidamente, infelizes instrumentos das Leis, a fim de que resgatemos nossos delitos e mais rápida e facilmente ascendamos.” Ato contínuo, após ligeira pausa, dr. Carneiro lhe disse: “Nos lúgubres acontecimentos de há pouco, identificamos a presença de alguns sequazes do Soberano das Trevas, que já se encontra receoso das nossas incursões no que acredita serem os seus domínios. Confie, filha, e avance tranquila!” (Alcoolismo e Obsessão, pp. 176 a 178.)

86. A Terra é uma escola de bênçãos e também uma oficina de reparos – A um observador apressado e superficial, diante da amarga experiência sofrida por D. Armênia, pareceria haver uma tendência masoquista entre as pessoas portadoras de fé religiosa em se atarem ao sofrimento, transformando a Terra em um Vale de lágrimas. A verdade, no entanto, é diversa. O sofrimento decorre do processo de desgaste natural do corpo, das agressões sofridas pelo organismo, da degenerescência celular, dos conflitos emocionais e transtornos mentais... Todos eles produzem efeitos danosos, de que não nos liberamos senão através da dor – o que é natural, visto que somos ainda Espíritos imperfeitos. Evidentemente, poder-se-ia lograr o mesmo resultado por meio dos recursos do amor, pela abnegação, pelo devotamento, pela fraternidade, pelo perdão – o que constituiria o comportamento ideal. Como, porém, só raramente elegemos a conduta edificante, somos surpreendidos pela colheita afligente que resulta da nossa sementeira anterior, arbitrária e danosa. Quando nos resolvemos pela alteração das atitudes morais, tornando-as saudáveis, eis que o sofrimento bate em retirada e fruímos plenitude. Embora seja ainda um planeta de provas e expiações, a Terra é uma escola de bênçãos, onde aprendemos a desenvolver as aptidões e a aprimorar os valores excelentes dos sentimentos. E é ainda oficina de reparos e correções, com recursos hospitalares à disposição dos pacientes que lhes chegam à economia social, não podendo esquecer-nos de que constitui também cárcere para os rebeldes e os violentos, que expungem o desequilíbrio em processo de imobilidade, de alucinação, de limites, resgatando as graves ocorrências que fomentaram e praticaram no passado. Some-se a esses fatores a incessante interferência dos desencarnados, predominando a dos enfermos morais e agitados, e será fácil compreender a vigência e avalanche das dores entre as criaturas. Na raiz dos males que desabam sobre os seres humanos, estão presentes o egoísmo, a presunção e a ignorância das Leis que regem a vida. Prepotentes e rebeldes, porque estagiam nos níveis primários do pensamento e nos patamares sombrios da consciência, os indivíduos dão preferência a direitos que lhes não são devidos, em razão dos deveres que não atendem ou sequer reconhecem como possuindo algum valor. Permitindo-se todas as extravagâncias e concessões, revoltam-se quando contrariados ou surpreendidos pela morte, que não os aniquila, mas reúne em grupos afins, onde prosseguem em suas vãs tentativas de dominação e poder. Sendo o mundo físico pálido reflexo do espiritual, as ocorrências de um refletem-se no outro com a mesma intensidade, em inevitável intercâmbio de ações e reações. (Cilada Perversa, pp. 179 e 180.)

87. Alberto sobrevive aos ferimentos e perdoa ao pai – Somente através da ótica espírita, que nos ensina a lei da reencarnação e evidencia a comunicação mediúnica dos Espíritos, podemos entender com clareza a vilegiatura carnal, suas implicações, possibilidades e metas. Sem esses recursos, o observador tira conclusões inexatas, por deter-se apenas nos efeitos dos acontecimentos, sem penetrar as causas mais sutis que, no entanto, exercem predomínio em inúmeras existências. Logo que Alberto foi levado ao Hospital, Fernando e Miranda o acompanharam, buscando impedir, no seu tratamento, a interferência dos reais agentes da lamentável agressão. Mais tarde, os Benfeitores espirituais chegaram e ampararam não só Alberto, mas outros pacientes que ali se encontravam internados. Enquanto isso ocorria, ao despertar, o esposo da médium, agressivo e alcoólatra, vendo-se internado em Hospital psiquiátrico, foi informado do que acontecera, deixando-se resvalar, a princípio, pela revolta, depois pelo abatimento físico e moral. Alberto sobreviveu aos ferimentos e passou a uma convalescença algo agitada. Seu encontro com a mãe foi assinalado pelas lágrimas e dores silenciosas. “Você já perdoou seu pai, Alberto?” A esta pergunta da genitora, o jovem sorriu canhestramente e respondeu: “Papai é um doente, mais digno de compaixão e tratamento, que mesmo de perdão...” D. Armênia aprovou suas palavras e informou-o de que o pai se encontrava internado para recuperação da saúde e que confiava em Deus que, logo mais, o teria no lar com novas disposições de saúde mental e moral. A médium talvez ignorasse que a cura de um vício, como das graves enfermidades, demanda tempo, cuidados e muito esforço. Somando-se a isso a interferência obsessiva, a questão se faz ainda mais grave e, portanto, mais demorada, exigindo contínuos contributos especializados, bem como sacrifícios daquele que a padece. No curso das obsessões, o seu período de fixação é penoso, enraizando-se as energias deletérias do vingador nos centros de força, perispírito a perispírito, qual planta parasita que se assenhoreia da seiva do seu hospedeiro e lhe rouba a vitalidade, dominando-o. Habituado ao clima, ora psíquico, ora físico, ou a ambos simultaneamente, o obsidiado raramente resolve-se por uma mudança de comportamento, qual ocorria com o paciente em tela. Depois de cada carraspana, ele se arrependia, se desculpava, fazia promessas, o que constituía uma programação verbal fácil, mas logo retornava às libações alcoólicas, nas quais sentia prazer. Dessa vez, porém, a sua embriaguez extrapolou os limites do tolerável, por pouco não roubando a existência física da esposa ou do filho, vítima dele mesmo e da Entidade perversa a quem facultava intercâmbio. Por causa disso, a expectativa de cura nutrida pela esposa era maior. (Cilada Perversa, pp. 181 e 182.)

88. O grande desafio da evolução é a forma de enfrentar as dificuldades – Para d. Armênia, embora ela procurasse confortar o filho, os fatos constituíam áspera provação. Em dado momento, vendo que o rapaz sentia dores, ela buscou o auxílio da enfermagem, enquanto orou em silêncio, dominada por grande unção. Vicente utilizou-se do momento e aplicou no paciente energias calmantes e revitalizadoras, levando-o ao sono reparador.  Instantes depois, nada mais podendo fazer ali, Armênia retornou ao lar, evitando, a conselho médico, visitar o marido, a fim de dar-lhe tempo para as necessárias reflexões. Enquanto isso, o indigitado obsessor dialogava com amigos da mesma espécie. “Na próxima oportunidade – blasonou, rilhando os dentes com ferocidade –  lograrei êxito, que somente adiei, de modo a deliciar-me com as demoradas aflições da família.” Em seguida, informou: “Temos instruções especiais para a programação dos nossos ataques aos estúrdios cordeiros do Evangelho”. “Utilizar-nos-emos do relho e da brida, isto é, da violência que irrompe inesperadamente e alcança o alvo, desarvorando a todos e fazendo lavrar o incêndio do ódio, levando tudo a arder. Ou então, sutilmente trabalharemos os seus sentimentos, despertando-os, e estimulando-lhes as áreas da emoção com as quais somos afins, de modo a envolvê-los em bem urdidos planos que fomentam o prazer e logo a desgraça... Conduziremos até eles pessoas licenciosas e sem escrúpulos, que se fascinarão com as suas ideias objetivando outros interesses, que trabalharão sob nossa indução até a eclosão de problemas perturbadores, de escândalos ruidosos, de deserções contínuas, minando as bases da sua decantada fraternidade. E não ficaremos aí, porquanto dispomos de tempo e oportunidade para levar adiante esta luta sem quartel, dela saindo vitoriosos.” Dito isto, concluiu: “O Soberano das Trevas superintende pessoalmente este programa para o qual muitos de nós fomos convocados e convenientemente adestrados. Não faltará quem acredite, diante da execução do nosso plano, que defronta uma alucinação, fantasias mediúnicas, perturbações e transtornos mentais, o que mais ainda nos ajudará no cumprimento do nosso dever. Quanto mais discussão acalorada, mais dúvidas e suspeitas, mais acusações recíprocas entre eles, os cordatos, melhor para nós, pois que contamos com esses resultados. A união fortalece, a separação desagrega, como é sabido...” O infeliz perseguidor do Grupo espírita prosseguiu com doestos e ameaças, enquanto Miranda e seus amigos permaneciam em paz, aguardando os futuros acontecimentos. Afinal, o grande desafio da evolução é a forma de enfrentar as dificuldades e superá-las. (Cilada Perversa, pp. 183 e 184.) (Continua no próximo número.)
 



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita