Suicídio. Fuja dessa
ideia
De acordo com a
Organização Mundial da
Saúde (OMS) uma pessoa
tira sua própria vida de
40 a 40 segundos. Esse
dado infeliz significa,
por ano, uma média de
815 mil casos de
suicídio. Entre os
principais motivos estão
o desemprego, a solidão,
os desajustes sociais e
afetivos, os distúrbios
sexuais e a miséria
socioeconômica.
A literatura espírita
proporciona enorme campo
para estudos e pesquisas
neste assunto. André
Luiz, na obra Entre a
Terra e o Céu,
psicografada por
Francisco Cândido Xavier
(FEB) relata-nos o caso
de um suicida que se
afogara nas águas do Rio
Paraguai. Após ter
sobrevivido a uma
intoxicação de grande
quantidade de soda
cáustica, perdeu a voz
em razão das úlceras que
se abriram na sua fenda
gótica. Mesmo assim, a
ideia de tirar a própria
vida o perseguia. Ele
concretizou a ideia se
matando no rio.
Na vida espiritual esse
Espírito sofreu muito.
Carregou consigo as
moléstias que ele mesmo
infligira à sua própria
garganta. Padecia com
ferimentos pesados de
asfixia até reencarnar
no Rio de Janeiro.
Criança, morreu afogado
no mar. Socorrido no Lar
da Bênção (colônia
educativa do Plano
Espiritual, misto de
escola de mães e
domicílio dos pequenos
que regressam da esfera
carnal), andava sempre
aos gritos, sob
pesadelos inquietantes,
sem perspectivas de
melhoras antes da nova
encarnação. Veio,
novamente, à carne.
Mirrado, enfermiço e com
uma extensa ferida na
glote, que dificultava
sua função. Somente a
partir da encarnação
seguinte conquistou
condições de equilíbrio.
No livro O Céu e o
Inferno, de Allan
Kardec, há o relato de
François Victor Louvet
(Espírito), que se
atirou do alto de uma
torre aos 67 anos. E
seis anos após sua
morte, ainda se via cair
despedaçando-se nas
pedras! Sua angústia
aumentava por não saber
quanto tempo duraria
semelhante estado.
Materialismo é causa de
suicídio
– Considerando apenas os
casos em que o suicídio
ocorre de maneira
consciente, a ideia de
tirar a própria vida se
dá por um
descontentamento. Ela
pode ser causada por
ciúmes, perda de bens
terrenos, desonra e
outros motivos. Só se
chega a tal desespero
quando não há esperança
de superar os
sofrimentos. Aquele que
nada espera de seu
futuro, julga que com o
fim da vida tudo
termina. A hipótese do
suicídio lhe parece uma
solução natural, até
mesmo, lógica. Ou seja,
as ideias materialistas
são as maiores
incentivadoras do
suicídio.
As doutrinas
materialistas atormentam
o raciocínio daqueles
que já sofrem com a
desesperança. Os
cientistas dizem que o
pensamento é fruto do
cérebro e se extingue
com a morte do corpo.
Nada se tem a esperar
depois da vida. Alguns
médicos lutam para fazer
a eutanásia,
considerando a morte
melhor que uma vida com
padecimentos. Quais são
os sofrimentos maiores,
os físicos ou os morais?
Que esperança esses
médicos estão oferecendo
ao homem? Se não
bastasse, os filósofos
modernos pregam o
niilismo (viemos do nada
e o nada é o nosso
destino). Com o
indivíduo sem esperança,
pode-se encontrar motivo
para continuar vivendo?
Enganado, concluirá que
abraçar o nada mais
rapidamente fará com que
sofra menos tempo. “A
propagação das doutrinas
materialistas é, pois, o
veneno que inocula a
ideia do suicídio na
maioria dos que se
suicidam, e os que se
constituem apóstolos de
semelhantes doutrinas
assumem tremenda
responsabilidade”, lê-se
n’ O Evangelho
segundo o Espiritismo,
capítulo V,
Bem-aventurados os
aflitos, item 16.
A coragem moral
– As crenças no
prolongamento da vida
após a morte e na
pluralidade das
existências oferecem
paciência e resignação
para se afastar a ideia
de suicídio. Segundo
Allan Kardec, a coragem
moral é a chave para
resolver a questão. O
Espiritismo transforma a
compreensão da vida,
tornando a dúvida
impossível. O suicídio
perde, então, qualquer
base racional. Afinal,
ele apenas transforma um
mal em outro maior. Os
que pregam as doutrinas
do nada são responsáveis
por todo desalento que
semeiam.
Poderiam os bons
Espíritos impedir que um
homem caia no suicídio,
evitando assim essa
tragédia? Não é assim
que funciona a justiça
divina. Impedi-lo seria
atentar contra seu
livre-arbítrio. A vida é
uma verdadeira escola,
na qual, para elevar-se,
o homem precisa transpor
as dificuldades pelo seu
esforço. As provas devem
ser superadas pelo
conhecimento das coisas.
Somente na adversidade
se adquire um coração
elevado e uma
compreensão melhor da
grandeza divina.
Os suicidas enfrentarão
suas tendências
autodestrutivas por
quantas encarnações
forem necessárias, até
adquirirem a compreensão
do valor da vida. O
entendimento das leis
divinas interrompe esse
ciclo. Todas as
existências de um
indivíduo são solidárias
entre si. Não há pressa.
Só se alcança sabedoria
com esforço e vontade.
Estudos de Allan Kardec
– Allan Kardec estudou
diversos casos de
suicídio. Na Revista
Espírita de 1862
acompanhou a história de
uma criança de 12 anos
que se suicidou por
amor. “No caso há um
difícil problema de
moral, quiçá impossível
de resolver pelos
argumentos da filosofia
ordinária e, ainda
menos, pela filosofia
materialista. Pensam que
tudo está explicado
dizendo que é uma
criança precoce. Mas
isso nada explica; é
absolutamente como se
dissesse que é dia
porque o sol saiu. De
onde tal precocidade?
Por que certas crianças
ultrapassam a idade
normal para o
desenvolvimento das
paixões e da
inteligência? Eis uma
das dificuldades contra
as quais esbarram todas
as filosofias, porque
suas soluções deixam
sempre uma questão não
resolvida e a gente
sempre pode indagar o
porquê do porquê.
Admita-se a
existência da Alma e o
desenvolvimento anterior
e tudo se explica da
maneira mais natural.
Com esse princípio a
gente remonta à causa e
à fonte de tudo”, diz o
Codificador. Sabendo ser
de ensino útil, Kardec
realizou a evocação do
menino suicida. A sessão
foi feita na Sociedade
Espírita de Paris, em 24
de janeiro de 1862, pela
médium E. Véry.
Curiosidade
– Uma estatística
curiosa revela que o
maior índice de suicídio
acontece nos países
ateus. Principalmente na
China, Rússia, Cuba,
Lituânia, Letônia e
Estônia. Os números mais
baixos ocorrem em países
islâmicos, depois em
hinduístas, seguidos de
cristãos e budistas.